Grãos: Mercado busca novas informações e opera na estabilidade

Publicado em 15/01/2014 06:40

Após duas sessões de fortes altas na Bolsa de Chicago, a soja opera de lado e, na manhã desta quarta-feira (15), registrava um pequeno recuo nos vencimentos mais distantes. O mercado, porém, tentava se manter próximo da estabilidade. 

Às 7h50 (horário de Brasília), dentre os contratos mais negociados, o único vencimento a registrar movimentação era o julho/14, cotado a US$ 12,72 por bushel, perdendo 0,50 ponto. No mercado do milho, movimentos também pouco expressivos e ligeiras baixas, bem como acontecia no mecado do trigo. 

Analistas acreditam que faltam novidades que possam estimular oscilações maiores no mercado internacional de grãos, principalmente no caso da soja, apesar do firme suporte que a oleaginosa encontra na demanda.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Chicago: Soja fecha com boa alta e março recupera os US$ 13

De olho nos fundamentos, o mercado da soja fechou mais uma sessão com boas altas no mercado internacional. Os vencimentos mais negociados terminaram o dia subindo mais de 12 pontos e o contrato março/14, o mais negociado no momento, recuperou o patamar dos US$ 13 por bushel. Já o maio, referência para a safra brasileira, fechou a US$ 12,87.

Como explicou Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora de Cereais, a demanda é muito forte pela soja dos Estados Unidos. As exportações estão acontecendo em um ritmo muito acelerado e a meta estipulada para todo o ano, de 40,69 milhões de toneladas, já foi superada e o volume se aproxima de 41 milhões. 

Além disso, os embarques também acontecem de forma mais acelerada do que aconteciam na temporada anterior. Enquanto nesta safra estão em 27 milhões de toneladas, na temporada anterior, nesse mesmo período, o total de soja embarcada era de 21 milhões de toneladas. 

Os números, segundo Motter, confirmam a intensidade e firmeza da demanda que ainda oferecem sustentação às cotações da oleaginosa na Bolsa de Chicago. "O mercado está postado nesses fundamentos", disse. 

o inverno muito rigoroso deste ano no hemisfério norte contribui para essa sustentação da demanda, uma vez que exige um aumento da demanda por ração animal, além de afetar severamente lavouras de trigo forrageiro, podendo reduzir a oferta do grão. "Isso impacta na demanda maior de soja e milho no decorrer desse ano de 2014, fator positivo que está parecendo beneficiar o produtor brasileiro", explicou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. 

Além disso, o rigor do inverno vem comprometendo também a eficiência da logística norte-americana, uma vez que diversos rios ficaram congelados ou acumulando muito gelo, impedindo o escoamento de diversas cargas. Isso acaba reduzindo a pressão de oferta no Golfo, estimulando uma disparada dos prêmios para soja e milho nos portos dos EUA. Com isso, "a cotação da soja no ponto final, que é a China, está acima dos US$ 700 a tonelada", afirma Brandalizze. 

Paralelamente, os analistas afirmam também que o mercado ainda está ligeiramente sensível ao clima na América do Sul e ao desenvolvimento da nova safra. A colheita no Brasil já foi iniciada em algumas regiões e, apesar de problemas pontuais em função da falta de chuvas, já indica uma boa produtivida. A Agroconsult, nesta terça, estimou a safra brasileira em 91,6 milhões de toneladas, com um aumento de 11% em comparação à temporada 2012/13. 

No entanto, Motter acredita que, mesmo grande, a safra da América do Sul será insuficiente para atender, com tranquilidade uma demanda que não dá sinais de desaquecimento. Assim, confirma uma tendência positiva para os preços, apesar da pressão sazonal que devem sofrer com a chegada dessa nova oferta. 

Assim, os preços da safra 2013/14 deverão ser remuneradores. Apesar disso, André Pessoa, sócio-diretor da Agroconsult, acredita que, apesar de garantirem uma boa rentabilidade - grande parte por conta da boa taxa cambial que também exibe tendências de alta - os preços garantidos pelos produtores não serão tão altos quanto os da temporada anterior. Sobre os custos, Pessoa aposta que serão maiores, já que os sojicultores vêm se deparando com uma necessidade maior de aplicar mais vezes defensivos para controlar a lagarta Helicoverpa. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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