Agweb: Consumo de soja poderá exceder oferta nos Estados Unidos

Publicado em 29/01/2014 14:13 e atualizado em 29/01/2014 16:07

O ritmo do consumo de soja dos Estados Unidos continua chamando a atenção do mercado. Segundo análise do site norte-americano Agweb, o consumo começou a acelerar em dezembro de 2013 e as exportações estão cada vez mais excedendo as expectativas. Como consequência, a demanda por soja, farelo e óleo podem exceder a oferta, mesmo em meses de consumo menor.   

Para o ano comercial de 2013-14, O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê que o esmagamento de soja chegue a 46,27 milhões de toneladas (1,7 bilhões de bushels) e que as exportações ultrapassem os 40,69 milhões de toneladas (1,495 bilhões de bushels). Se o uso da soja continuar no nível previsto, os estoques finais devem ficar em 4,08 milhões de toneladas (150 milhões de bushels), ou seja, apenas 4,5% do consumo projetado. 

A projeção para o esmagamento doméstico, nos Estados Unidos, é de 300 mil toneladas (11 milhões de bushels), ou 0,7% maior que o esmagamento registrado no último ano comercial.

Com base nas estimativas da Associação Nacional de Processadores de Soja (NOPA), o esmagamento em setembro de 2013, o primeiro mês do ano comercial, foi 9% menor que em setembro de 2012. O esmagamento mensal, no entanto, excedeu o ano anterior em todos os outros meses, a partir de outubro até dezembro de 2013. O esmagamento cumulativo durante esses meses excedeu o volume do ano anterior em 2,5%. 

Apesar do esmagamento total nos primeiros quatro meses do ano comercial ficar apenas um pouco maior que no ano anterior, o ritmo recente excedeu as expectativas e sugere que o total deste ano comercial poderá exceder as projeções do USDA.

As exportações deste ano devem exceder em 4,7 milhões de bushels (175 milhões de bushels) - ou em 13% - as do ano passado, que, segundo o USDA, foram limitadas por estoques curtos e preços altos. 

Exportações aceleradas
As projeções estão muito próximas dos volumes recorde de exportações registrados em 2009-10 e 2010-11 e, em grande parte, devem-se a forte demanda da China, que deve importar 68,99 milhões de toneladas (2,535 bilhões de bushels) de soja de diversas origens este ano. Nos últimos 2 anos, o gigante asiático importou uma média de 60 milhões de toneladas (2,2 bilhões de bushels) por ano. 

Somente nas 21 primeiras semanas do atual ano comercial, o USDA relatou a exportação de 30 milhões de toneladas (1,115 bilhões de bushels) para diversos destinos, ou seja, um volume 17% maior que o volume exportado um ano atrás. O ritmo dos embarques também está acima do crescimento anual previsto pelo USDA. 

O volume das compras que ainda não foram embarcadas também é muito maior do que o registrado no ano passado. Até o dia 16 de janeiro, o USDA informou que as vendas chegaram a 13,99 milhões de toneladas (514 milhões de bushels). No mesmo período do ano passado, foram 8,36 milhões de toneladas (307 milhões de bushels). Quase 53% das vendas foram para a China. 

O total de contratos (embarques mais vendas pendentes) chegaram a 40 milhões de toneladas (1,549 bilhões de bushels), ou seja, 1,47 milhões de toneladas (54 milhões de bushels) a mais do que o previsto pelo USDA para o ano todo. Estima-se que 64% dos contratos foram feitos pela China.

Risco de estoques baixos
Se as exportações de fato alcançarem 40,82 milhões de toneladas (1,549 bilhões de bushels), os estoques finais podem ficar em apenas 2,61 milhões de toneladas (96 milhões de bushels), ou 2,8% da projeção de consumo. 

Mas os estoques não podem ser reduzidos a tais níveis, já que o nível mínimo de estoques finais foi estipulado em 3,4 milhões de toneladas (125 milhões / bushels). 

De acordo com a Agweb, os exportadores parecem estar vendendo soja que não estará disponível. Mas como resolver esta discrepância entre o ritmo de consumo e a oferta disponível? 

Entre as estratégias consideradas estão: reduzir o ritmo dos esmagamentos, cancelar algumas vendas e adiar exportações para o ano comercial de 2014-15 

Tendência para as cotações
Os preços para a safra de soja de 2013 serão determinados pelo equilíbrio entre a oferta e o consumo. O cancelamento de vendas será o pior fator para o desenvolvimento dos preços. O mercado continua esperando cancelamentos por parte de China, mas nenhum foi confirmado até agora. 

O desaceleramento no ritmo dos esmagamentos no mercado doméstico também pode indicar que a oferta de soja é adequada e apontar para preços menores. 

A continuação de grandes exportações e embarques será o fator mais positivo para os preços, indicando que mais importações serão necessárias neste período e que os estoques finais serão menores que o esperado. 

Informações: Agweb

Tradução: Fernanda Bellei

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Notícias Agrícolas

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