Soja sobe mais de 20 pts e alcança melhores patamares em 5 meses

Publicado em 18/02/2014 17:35

A terça-feira (18) foi bastante positiva para o mercado internacional da soja e as principais posições negociadas na Bolsa de Chicago encerraram o dia com altas superiores a 20 pontos na sessão regular. Assim, os contratos registram os melhores patamares em cinco meses. O vencimento março/14, o mais negociado nesse momento, fechou o pregão valendo US$ 13,61 por bushel, enquanto o contrato maio/14, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 13,47. 

O movimento de avanço do mercado foi estimulado por uma combinação de fatores positivos, segundo explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora. Do lado da demanda, os compradores mantêm um ritmo contínuo e crescente e a procura é grande tanto pelo produto norte-americano quanto para o brasileiro. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou, nesta terça-feira, seus números dos embarques de soja e indicaram que, no acumulado do atual ano comercial, o volume já supera as 34 milhões de toneladas. A projeção do departamento das exportações para toda a temporada são de 41,1 milhões de toneladas. Além disso, as exportações, ou o total de soja dos EUA já comprometida, passa de 43 milhões de toneladas. 

Esses dados confirmam que o consumo mundial ainda se foca na oferta vinda dos Estados Unidos, porém, no Brasil, os prêmios estão positivos para o vencimento março - de 15 centavos sobre o valor praticado em Chicago - confirmando a força e a presença da demanda pela oleaginosa nacional. No Porto de Rio Grande o preço da saca chegou a atingir os R$ 73,00. Em Paranaguá, os valores variavam entre R$ 71,50 e R$ 72,00.

Sobre a oferta, o mercado observa uma escassez que se agrava a cada dia nos Estados Unidos e, na América do Sul, condições climáticas adversas ameaçam colheitas que inicialmente eram projetadas como recordes. E as informações sobre a consolidação das perdas por conta da seca chegam cada vez mais com mais força ao mercado internacional. 

"O mercado fora do Brasil começa a receber informações de perdas mais acentuadas em razão da seca. As últimas chuvas foram esparsas, de baixas volumes e, em algumas regiões nem foram registradas precipitações", explica Motter. "Isso reflete em Chicago e temos os fundos participando mais ativamente na ponta compradora, vivendo os melhores momentos da temporada", completa. 

O economista acredita que a quebra na safra brasileira em função da seca podem chegar a 5 milhões de toneladas. Consultorias como a Oil World, por exemplo, e a AgRural já reduziram suas estimativas para a produção do Brasil para, respectivamente, 85 milhões e 87 milhões de toneladas. No Brasil, a seca se estende em importantes estados produtores como Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Em muitos locais faltam chuvas há mais de 40 dias e as plantas já passam por um severo stress hídrico e têm, dia a dia, seu potencial produtivo sendo reduzido.

Argentina - Enquanto no Brasil as lavouras sofrem com uma severa estiagem e temperaturas muito elevadas, na Argentina o problema agora, após também sofrer com uma seca, é o excesso de umidade. A agência Reuters, os grandes volumes de chuvas que foram registrados na Argentina nas últimas semanas poderiam reduzir a produtividade da soja. Os altos acumulados têm favorecido o surgimento de doenças, fato que acende uma luz amarela sobre a oferta argentina que chegará ao mercado.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Carlos Alberto Erhart Sulina - PR

    Só agora eles descobriram que teve seca por aqui?

    Acho que a quebra vai ser bem maior que estão dizendo, pelo menos aqui no sudoeste do Pr a quebra é de pelo menos 50 por cento.

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