Soja tem dia positivo e fecha segunda-feira com alta de dois dígitos
A soja fechou a sessão desta segunda-feira (14) com forte alta na Bolsa de Chicago. O mercado se voltou aos seus fundamentos e exibiu ainda uma recuperação técnica depois das baixas registradas pelos principais vencimentos na última semana por conta de realizações de lucros.
O mercado, segundo analistas, confirma a tendência de forte alta para para os preços na CBOT e é reforçada pelo quadro de fundamentos ainda bastante positiva. Segundo Antônio Domiciano da SmartQuant Fundos de Investimentos, explica que o vencimento maio/14, o mais negociado nesse momento, busca atingir os US$ 15,30 e, se consolidando acima desse patamar, deve ter como novo alvo os US$ 16,00.
Além disso, as análises gráficas indicam também, assim como vinha sendo antecipado por analistas, que o abril deverá ser um mês de forte volatilidade para os grãos, com o mercado operando um pouco mais de lado, sem mostrar uma direção melhor definida e oscilações mais tímidas dos preços, o que também é confirmado por Domiciano. Assim, nesta terça-feira, de acordo com informações dos analistas e consultores de mercado, as cotações da oleaginosa poderiam recuar ligeiramente, com um movimento de correção técnica frente aos expressivos ganhos desta segunda. Afinal, o mercado está, nesse momento, mais sensível à força dos ativos financeiros e dos fundos de investimentos, o que acaba desviando um pouco a atenção dos investidores aos fundamentos positivos.
"Quando olhamos o mês de abril nos anos anteriores, ocorre sim uma volatilidade. O que podemos esperar para esse ano é que próximo dos US$ 15,20 é um patamar onde haverá uma briga entre compradores e vendedores, com os comprados tentando forçar o rompimento, e os vendedores vendendo para comprar mais baixo. E possivelmente, deveremos ver o mercado brigando por algumas semanas com esse nível de preço", explica.
Paralelamente, o mercado recebeu ainda nesta segunda-feira os números de embarques semanais dos Estados Unidos e vieram dentro das expectativas do mercado, que variavam de 245 mil a 490 mil toneladas. O volume embarcado de soja dos Estados Unidos na semana encerrada em 11 de abril ficou em 267,939 mil toneladas, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). No acumulado do ano safra, que se encerra somente em 31 de agosto, o total já é de 40.944,918, frente às expectativas de exportações para a temporada 2013/14 de 43 milhões de toneladas.
O mercado internacional da soja também foi influenciado positivamente pelo mercado do trigo. Os futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta segunda-feira somando ganhos de mais de 18 pontos nos principais vencimentos. O contrato maio/14 do grão fechou valendo US$ 6,78 por bushel, com alta de 18,50 pontos.
O forte avanço no mercado do trigo se deu, segundo analistas, por conta da tensão criada pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia, uma vez que a safra ucraniana é de extrema importância no cenário global. A preocupação com o mercado é de que a situação no país pudesse interromper o abastecimento da nação, que é o quinto maior exportador mundial do cereal.
Milho: Com demanda firme e previsão de clima frio nos EUA, preços fecham em alta em Chicago
Por Fernanda Custódio
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia do lado positivo da tabela. As principais posições encerraram a sessão com altas de mais de 4 pontos. O vencimento maio/14 retornou ao patamar de US$ 5,00 e fechou cotado a US$ 5,03, valorização de 0,9% frente ao último pregão.
As previsões climáticas indicando neve para algumas regiões do Meio-Oeste norte-americano durante essa semana impulsionaram os preços da commodity. De acordo com o site internacional de meteorologia, AccuWeather, também há previsão de chuvas, que podem aumentar as possibilidade de enchentes no Meio-Oeste e Nordeste dos Estados Unidos.
O analista de mercado da Corretora Jefferies, Vinicius Ito, explica que, a previsão é de geada para esta noite e a temperatura deve chegar a -6ºC. "E essa frente fria trouxe preocupação para o plantio do milho, que está em andamento nos EUA. Consequentemente, o mercado já está adicionando prêmio de clima nas cotações futuras", diz.
Nos últimos pregões, as notícias de clima para os Estados Unidos têm ganhado força e a atenção dos participantes do mercado internacional de grãos. A expectativa é que as especulações climáticas se mantenham até o mês de julho e traga volatilidade aos preços das commodities negociadas na CBOT.
Além disso, do lado fundamental, o cenário é positivo aos preços do cereal. A demanda mundial pelo produto norte-americano segue forte e, nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que as vendas semanais dos EUA ficaram em 1.448,812 toneladas na semana encerrada no dia 11 de abril. O número é maior do que o registrado na última semana, de 1.310,564 toneladas (número revisado).
No mesmo período do ano passado, o número era de 373.445 toneladas. Já no total acumulado no ano safra, iniciado em 1º de setembro, as vendas somam 25.170,478 toneladas, contra 11.625,249 milhões de toneladas no ano safra anterior.
Paralelo a esse quadro, as análises gráficas também apontam para uma tendência positiva aos preços do milho, conforme relata o analista da SmartQuant Fundos Investimentos, Antônio Domiciano. “A médio e longo prazo a tendência é de alta para o cereal. Na última semana, o milho atingiu o nível de US$ 5,20 e precisa romper essa barreira para tentar buscar o patamar de US$ 5,60 por bushel”, ressalta.
Ainda hoje, as preocupações com um possível conflito entre a Ucrânia e Rússia retornaram ao mercado e exerceram influência nas cotações, especialmente no trigo. A expectativa é que a situação possa comprometer as exportações de trigo e milho no país. A Ucrânia é um importante player de mercado, em ambas as culturas.
BMF&Bovespa
No Brasil, diante da comercialização da safra de milho que segue lenta, as principais posições do milho negociadas na BMF&Bovespa trabalham com ligeiras quedas, mas próximas da estabilidade. No momento, os produtores brasileiros estão mais focados na comercialização da produção de soja e, além disso, a desvalorização da moeda norte-americana também contribui para o cenário.
Devido à diferença de preços, o milho perdeu área para a soja na safra de verão. E com as condições climáticas desfavoráveis, há quebra em importantes regiões produtoras como São Paulo e Minas Gerais. O mesmo aconteceu na segunda safra, já que, os baixos valores obtidos no ano passado, especialmente, na região Centro-Oeste a área cultivada na safrinha foi menor.
A redução nos investimentos em tecnologia também já é um fato consolidado na segunda safra, assim como, o término da semeadura do grão fora da janela ideal, conforme as informações dos presidentes dos sindicatos rurais. Em Sorriso (MT), importante região produtora, cerca de 60 mil hectares foram cultivados com safrinha de soja.
Diante dessas incertezas, a negociação, principalmente, da safrinha segue em ritmo lento. No Mato Grosso e Paraná, a comercialização do milho está inferior ao registrado em anos anteriores, segundo informou os institutos de agricultura dos dois estados. No interno, a negociação também está travada e os preços seguem estáveis.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta segunda-feira:
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