Soja: China volta ao mercado e importa volume recorde em abril

Publicado em 08/05/2014 08:58 e atualizado em 08/05/2014 09:40

Depois de três pregões consecutivos de queda para os preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT),  os principais vencimentos para a oleaginosa voltaram a subir nesta quinta-feira(08). Entre os motivos da recuperação, os preços atrativos aos compradores e a confirmação da volta às compras por parte da China. A Administração Geral das Alfândegas na China informou hoje que as importações em abril foram de 6,5 milhões de toneladas , bem acima das 4,6 milhões de toneladas importadas em março e das 4 milhões de toneladas adquiridas no ano anterior. O sentimento de que a China poderia diminuir as compras contribuiu para uma retração dos contratos nos últimos dias. Por volta das 9h(Brasília) os contratos para Julho/14 subiam 6,75 pontos cotados a US$14,53/bushel, voltando portanto a trabalhar acima dos US$14,50/bushel, visto pelos operadores como um importante patamar de sustentação dos preços. O vencimento Agosto/14 era negociado a US$13,99/bushel , alta de 5,5 pontos e o vencimento Novembro/2014 trabalhava com alta de 4,75 cotado a US$12,22/bushel.

Segundo a  Administração Geral das Alfândegas na China, os embarques de soja para o país subiram 41% nos primeiros quatro meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando 22 milhões de toneladas.

Para a analista da Phillip Futures em Cingapura Vanessa Tan, os dados foram surpreendentes e podem ajudar a dar suporte às cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). Há três sessões a soja trabalhava em baixa, em parte pressionada pela perspectiva de menor demanda da China.

 

Fechamento anterior - quarta-feira (07)

Ao longo das negociações, as principais posições da oleaginosa até esboçaram uma recuperação, mas as cotações ampliaram as perdas durante o dia. Os contratos registraram baixas entre 9,50 e 13,25 pontos. O vencimento julho/14 terminou o pregão cotado a US$ 14,46 por bushel.

Segundo analistas, os preços futuros são pressionados por um movimento de realização técnica, após atingir o pico de preço no mês de abril. Na visão do economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, algumas notícias como a possível redução na demanda da China também ajudam a pressionar as cotações em Chicago.

As especulações das importações de soja por parte dos EUA, especialmente do Brasil e Canadá, ajudam a dar o tom negativo aos preços da oleaginosa. Ainda assim, o analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo, relata que ainda seria necessário um aumento no ritmo das importações do produto brasileiro para que os estoques norte-americanos ficassem em níveis confortáveis. 

"E com as compras norte-americanas de soja, os níveis dos estoques do país, que estão em níveis críticos, passam para nível menos crítico. Além disso, com o novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), já começam as especulações sobre um possível aumento das importações dos EUA", explica Motter.

O departamento norte-americano irá divulgar novo boletim de oferta e demanda na próxima sexta-feira. Os participantes do mercado já esperam que o órgão reporte um aumento na produção de soja norte-americana para 96,5 milhões de toneladas. É preciso ressaltar que nesta safra, a área destinada ao cultivo da oleaginosa deve apresentar um aumento de 5%.

Os estoques mundiais de soja também poderão apresentar uma revisão para cima e totalizar 81 milhões de toneladas. No último relatório, o USDA apontou os estoques globais em 69,42 milhões de toneladas e a produção mundial em 284,05 milhões de toneladas. 

Ainda segundo o economista, esse será o primeiro relatório com informações sobre a safra 2014/15 e servirá como referencial para balizar os preços da commodity. "Temos que ficar atentos aos números dos estoques finais norte-americanos, que poderão totalizar 8 milhões de toneladas, esmagamento e importações dos EUA, que podem trazer um reflexo às cotações no curto prazo", destaca.

O clima nos EUA também começa a ganhar força a partir de agora no mercado internacional. Com o início do plantio do grão no país, cerca de 5% da área foi cultivada até o último dia 4 de maio, os produtores estão atentos às previsões climáticas. Na última semana, segundo dados do USDA, o índice de plantio era de 3%, enquanto que, no mesmo período do ano passado o percentual era de 2%. 

Apesar do recuo nas cotações, os fundamentos ainda são positivos frente à demanda aquecida pela soja e dos estoques ajustados nos EUA. No entanto, como esses fatores já são conhecidos do mercado, outras informações ganham espaço nesse momento. Para o analista de mercado do SIMConsult, Mauricio Correa, o mercado deve melhorar nos próximos dias e voltar as máximas ao redor de US$ 15,50 por bushel. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

2 comentários

  • MARCIO GENCIANO DOS SANTOS Ivaiporã - PR

    No mês de abril foram muitas as noticias de cancelamentos de soja por parte da China,no entanto o mesmo mês de Abril aparece com recorde nas Importações de soja por parte da China, tradicionalmente o mês de abril é marcado por grandes volatilidades e preços menos atrativos aos produtores, no mês de abril os prêmios bateram (-0,70) cents e agora em franca recuperação podem zerar no mês de junho.

    A verdade é uma só a China nunca saiu do mercado foram os especuladores "BAIXISTAS" que tiraram e agora estão trazendo ela de volta.

    Bons Negócios

    0
  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Foram muitas as mentiras sobre a China. Os brasileiros precisam evitar em repetir mentiras criadas por interessados em prejudicar a agricultura brasileira. Uma mentira repetida incessantemente por uma legião de repetidores, pode se tornar uma verdade por algum tempo ou, causar danos a realidade do mercado. Os produtores brasileiros devem evitar de consumir essas noticias fabricadas porque depõe contra nossos preços e nossos próprios interesses. Sigam nossas façanhas !!!

    0