Soja fecha semana em baixa, com pressão maior no longo prazo

Publicado em 30/05/2014 16:53 e atualizado em 30/05/2014 18:02

Na sessão desta sexta-feira (30), os futuros da soja fecharam os negócios em queda na Bolsa de Chicago. Os contratos de mais longo prazo encerraram o dia com quedas de dois dígitos, enquanto a perda nos vencimentos mais próximos foram mais moderadas. O julho/14, posição mais negociada nesse momento, fechou cotado a US$ 14,93, recuando 5,75 pontos, enquanto o novembro/14, referência para a nova safra dos Estados Unidos, ficou em US$ 12,31/bushel, com queda de 13,20 pontos. 

Curto Prazo

Apesar da baixa registrada nesta sexta, no curto prazo, o mercado mantém sua tendência positiva baseada nos fundamentos. Os últimos números mostram que a demanda permanece muito presente e firme, ajustando ainda mais os estoques já historicamente baixos dos Estados Unidos.

De acordo com o boletim de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado nesta sexta-feira (30), o volume de soja da safra 2013/14 comprometido até esse momento se aproxima de 45 milhões de toneladas, contra a estimativa do órgão de 43,5 milhões de toneladas. Só da semana de 16 a 22 de maio, as vendas norte-americanas somaram 60,3 mil toneladas da oleaginosa. 

"Até agosto temos uma tendência de preços relativamente sólidos para Chicago, justamente por conta dessa demanda. Os estoques americanos estão em patamares mínimos históricos e a semana foi marcada por esse quadro no cenário da safra velha", afirma o consultor em agronegócio Flávio França. 

Dessa forma, o mercado não conta com muito espaço para recuar e ainda tem o papel de racionar a demanda frente a essa severa escassez de produto, o que deve consolidar ainda mais o suporte aos preços. "O preço não tem como baixar muito no mercado físico (dos EUA) diante desse aperto nos estoques americanos", explica o consultor. 

Safra 2014/15

As baixas dos vencimentos mais distantes, principalmente aos que se referem à nova safra dos Estados Unidos, foram de dois dígitos nesta sexta-feira e refletem, segundo analistas, essas expectativas de uma produção recorde no país, além de um bom ritmo na evolução do plantio. 

Até esse momento, o Meio-Oeste americano, principal região produtora de grãos do país, tem estado sob condições de clima favorável e a previsão indica que esse cenário deve se estender pelos próximos 15 dias. Com isso, o índice de área plantada com soja neste ano já supera a média histórica dos últimos cinco anos - de 41% - e chegou, até o último domingo (25), a 59%. 

Assim, a pressão sazonal, típica para esse período do ano, já começa a respingar sobre o andamento dos negócios em Chicago e a limitar o potencial de alta das cotações. No entanto, ainda segundo analistas, qualquer ameaça climática já causa uma certa preocupação entre os investidores e importadores, que podem querer garantir com antecedência seu produto. 

Sinalizando essa contínua força da demanda, no boletim do USDA, as vendas semanais de soja da safra 2014/15 foi reportada em 821,1 mil toneladas. Além disso, nessa semana foram registradas novas vendas de volumes também para as Filipinas e China, o que mostra que a nova safra dos Estados Unidos também já está bem vendida e chega em um momento em que a necessidade de reposição dos estoques é primordial.

"Essa safra deve trazer um grande alívio para o quadro de oferta norte-americana, porém, não resolve a situação dos estoques norte-americanos. Em uma hipótese de safra cheia, as expectativas são de que os estoques devem pular de algo entre 8 e 9 milhões de toneladas, contra 3,5 milhões dessa temporada. Mas esse volume, embora seja melhor e possa trazer uma pressão aos preços, não tem força para derrubar os preços de maneira muito efetiva", acredita Flávio França. 

Veja como fechou o mercado do milho nesta sexta-feira:

Milho: Mercado fecha pregão em queda e contrato julho/14 já acumula perda de 10%

Por Fernanda Custódio

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta sexta-feira (30) em baixa. Durante as negociações, os preços da commodity ampliaram as perdas e terminaram a sessão com quedas entre 3,75 e 6,00 pontos. O vencimento julho/14 era comercializado a US$ 4,65 por bushel.

No acumulado do mês de maio, o contrato julho/14 acumula perda de 10%. Na última quarta-feira, o vencimento alcançou o patamar de US$ 4,66 por bushel, o menor desde 4 de março. Ao longo das últimas semanas, o mercado tem refletido o clima favorável ao término do plantio do milho e o desenvolvimento inicial das lavouras nos Estados Unidos.

As previsões de clima positivo no país diminuem as preocupações registradas no início da semeadura do grão. E, por outro lado, aumenta a perspectiva que a safra norte-americana será uma grande produção, estimada em 353,9 milhões de toneladas para a safra 2014/15, conforme projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Frente a esse cenário, os preços do cereal em Chicago têm registrado quedas desde o início do mês, após o aumento de 23% registrado nos primeiros quatro meses do ano. Ainda assim, os preços do cereal tem encontrado suporte no patamar de US$ 4,50 por bushel, mas, em contrapartida, uma resistência no nível de US$ 5,00 por bushel.

Ainda hoje, as cotações até tentaram esboçar uma recuperação com os números de vendas para exportação dos EUA, porém não conseguiram sustentar e voltaram a cair. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas para exportação referentes à safra 2013/14 em 621.300 mil toneladas a semana encerrada em 22 de maio. O número representa um aumento de 22% em relação à última semana e de 27% sobre a média das últimas quatro semanas. 

Somente o México adquiriu cerca de 249.600 mil toneladas do produto dos EUA. Já o Egito comprou 200.700 mil toneladas. Para a safra 2014/15, as vendas somaram, no mesmo período, 90.900 mil toneladas.

Entretanto, os preços mais baixos acabam estimulando a demanda, conforme explicam os analistas. No caso do cereal, a expectativa é que aumente a demanda, principalmente por parte dos consumidores de etanol e do setor de rações. 

BMF&Bovespa

Nesta sexta-feira, os preços futuros do milho também operam do lado negativo da tabela, acompanhamento o recuo nas cotações em Chicago. O contrato julho/14 era cotado a R$ 26,90, com desvalorização de 1,43%. A proximidade da colheita da segunda safra de milho, em algumas regiões do Paraná a colheita já começou, também contribui para pressionar negativamente os preços.

A mesma situação acontece no mercado interno, atualmente, as cotações do cereal estão mais baixas do que o registrado em meses anteriores. De um lado, os produtores ainda seguem mais cautelosos nas vendas, uma vez que esperam por preços melhores. Na outra ponta da cadeia, os compradores ainda adquirem o produto de mão-pra-boca, já que apostam em uma grande safrinha, que apesar dos problemas pontuais, apresenta boas condições.

Ainda de acordo com o analista de mercado da Safras & Mercado, Flávio França, apesar da redução na safra brasileira, ainda será um bom volume. E, por enquanto, as exportações do produto seguem mais lentas. “A demanda interna não consegue absorver todo o excedente, precisamos buscar mercado. Há demanda nos Portos para a safrinha com entrega em julho, agosto, mas com preços mais conservadores. Ainda assim, precisamos aproveitar as oportunidades para exportação, caso contrário se ficarmos com estoques maiores teremos problemas de preços”, acredita. 

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta sexta-feira:

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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