Com demanda no foco, soja e milho fecham o dia em alta na CBOT

Publicado em 16/07/2014 18:05

Os sinais de uma demanda que segue aquecida pela soja dos Estados Unidos deram suporte a uma recuperação dos preços da commodity na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (16). Segundo informações da Bloomberg, a commodity fechou o dia com os melhores ganhos em oito semanas depois que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 120 mil toneladas de soja da safra 2013/14 para a China. Além disso, a instituição reportou também a venda de mais 240 mil toneladas da temporada 2014/15 para destinos não revelados. 

Assim, os principais vencimentos fecharam o dia com ganhos de dois dígitos, com o novembro/14, referência para a nova safra norte-americana, recuperando o patamar dos US$ 11 por bushel. O contrato encerrou os negócios valendo US$ 11,02, com alta de 15,75 pontos. Acompanhando o movimento positivo de Chicago e favorecido pelos altos prêmios pagos nos portos brasileiros, o preço da soja no porto de Paranaguá subiu 0,45%, fechando a R$ 66,30 por saca e, no de Rio Grande, o valor ficou estável em R$ 65,00. Para setembro, o prêmio passa dos US$ 2,00 sobre os preços praticados em Chicago diante dessa demanda mundial aquecida e de uma disponibilidade 
cada vez menor no país. 

Paralelamente, outro fator positivo para os negócios nesta quarta-feira foi a movimentação dos fundos de investimentos, que voltaram ao mercado como tentativa de consolidar uma recuperação para as cotações depois de sucessivas sessões de baixas no mercado internacional, que levaram as cotações da oleaginosa aos menores patamares em quatro anos. 

Nos últimos 54 dias, ou 36 pregões, os preços da soja recuaram cerca de 16%, segundo o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Ribeiro, e agora tenta consolidar sua recuperação, com os fundos de investimento voltando a recomprar algumas posições, mesmo diante dos últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que indicam uma grande safra no país nessa temporada 2014/15.

"Os fundos estão retornando de alguns mercados de risco um pouco mais altos que os mercados de commodities, refazendo posições para, mais a frente, com uma possível alta, realizarem lucros", explica Ribeiro. Para o analista, no entanto, esse movimento de alta é inconsistente nesse momento e as cotações da soja ainda não encontraram suas mínimas. "Podemos pensar em preços recuando até um patamar de US$ 10,50, eu acredito que o mercado ainda pode chegar nesse horizonte, principalmente para os vencimentos setembro e novembro", completa. 

Ainda segundo analistas, esses novos patamares de preços - mais atrativos para a ponta compradora - poderiam sim ocasionar um aumento da demanda, porém, eles acreditam que, nesse momento, essas são informações que não têm um peso tão significativo para o rumo dos negócios. "No momento, os compradores ainda estão cautelosos. Como há projeções de estoques mais tranquilos na passagem, eles poderiam optar por esperar um pouco mais pra ver se o mercado não testa um novo piso. 

E amanhã, quinta-feira (17), o departamento traz ainda seu novo boletim de exportações semanais, com números da safra velha - em que as vendas de soja já superam as 45 milhões de toneladas frente à última estimativa do USDA de 44,09 milhões de toneladas para todo o ano comercial - e esses são números que podem continuar mexendo com o mercado, como há muito já acontece. 

Para Vinícius Ito, analista de mercado da Jefferies Corretora, essa força da demanda deverá ficar cada vez mais evidente, já que há um crescente consumo para exportações e também no mercado interno norte-americano, com as indústrias podendo ampliar a produção de derivados. Somente para a China, maior importadora mundial de soja, as vendas devem subir para 72 milhões de toneladas, o que pode chegar a número ainda maior.

Outro dado que chamou a atenção do mercado nesta quarta-feira foi o de crescimento da economia chinesa. O PIB do país apresentou uma alta de 7,5% durante o segundo trimestre do ano, um décimo a mais que nos três primeiros meses do ano, informou nesta quarta-feira (16) o Escritório Nacional de Estatísticas do país (NBS, sigla em inglês).

Pressão vinda dos EUA

Apesar desse último movimento dos preços em Chicago, analistas orientam aos produtores que mantenham a cautela e sigam observando o rumo dos negócios, pois a tendência de um mercado mais pressioando continua presente. As perspectivas de uma boa safra nos Estados Unidos continuam ganhando forças a medida em que o clima no país se mantém favorável e colaborando para o bom desenvolvimento da safra 2014/15.

Demanda favorece preços do  milho e mercado fecha em alta na Bolsa de Chicago

Além das vendas de soja reportadas pelo USDA, o departamento anunciou a venda de 210,448 mil toneladas de milho da safra nova, nesse caso também para destinos não revelados, e essa notícia acabou atuando como um reforço para os preços no mercado internacional, os quais vêm sendo duramente pressionados pelos últimos números do departamento norte-americano para a nova safra dos EUA, além das boas condições de clima que favorecem o desenvolvimento das lavouras no país.

Com isso, os principais vencimentos do grão negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia do lado positivo da tabela, registrando ganhos de 4,25 a 5,25 pontos, tentando recuperar a casa dos US$ 4,00 por bushel. A posição setembro/14, referência para a safra dos EUA, fechou o dia cotado a US$ 3,78. 

Segundo informações da agência de notícias internacional Bloomberg, a recente baixa dos preços tem estimulado um interesse maior da demanda, principalmente por parte do setor de alimentação animal, além dos fundos de investimentos voltando aos poucos ao mercado. 

Nos últimos 12 meses, os futuros do cereal caíram 25% na Bolsa de Chicago diante das informações que caracterizam essa nova realidade de oferta. Os estoques mundiais de grãos, segundo informações o Conselho Internacional de Grãos (IGC) podem chegar aos mais altos níveis em 15 anos até o final da temporada 2014/15, a medida que o ritmo de aumento da produção supera o ritmo de crescimento da demanda. 

Nova safra dos EUA

Nos Estados Unidos, a cultura do milho caminha para sua fase mais importante e as condições climáticas, até esse momento, são bastante favoráveis. Para as próximas semanas, o que se espera é que que esse quadro de clima continue contribuindo para o desenvolvimento das plantas e reforçando as projeções de uma alta produtividade no país. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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