Em Chicago, soja tem mercado calmo na manhã desta quinta-feira

Publicado em 14/08/2014 08:11

O mercado da soja, na manhã desta quinta-feira (14), opera com uma movimentação pouco expressiva na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta das 7h40 (horário de Brasília). caíam pouco mais de 1,50 ponto nos principais vencimentos. O novembro, referência para a safra norte-americana, era negociado a US$ 10,44 por bushel. 

Segundo analistas, as cotações seguem sendo pressionadas pelas projeções de uma grande safra nos Estados Unidos, como foi colocado no último boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado na terça-feira (12). Ao lado dessas informações, há ainda as previsões de clima para as próximas semanas, que continuam se mostrando favoráveis e contribuem, portanto, para o bom desenvolvimento das lavouras. 

Paralelamente, o mercado ainda vê uma influência muito grande do financeiro nessas últimas semanas. O aumento da tensão nos conflitos geopolíticos - que não sinalizam a chegada a um acordo entre as partes ou soluções que pudessem os amenizar - e dados que chegam diariamente sobre o comportamento da economia mundial também pesam sobre o andamento dos negócios. 

Já é conhecido que um cenário de maior aversão ao risco no mercado financeiro estimula os investidores a deixarem suas posições em ativos mais sensíveis, como é o caso das commodities agrícolas, e se voltarem a outros mais seguros, como os os títulos da dívida americana e o dólar, por exemplo. 

USDA - Além dos fundamentos já conhecidos e da influência do financeiro, o mercado espera ainda hoje o novo boletim de exportações semanais do departamento norte-americano. As vendas de soja da safra velha dos EUA já supera largamente a última projeção do USDA para todo o ano comercial. Ao mesmo tempo, as vendas da safra nova também estão bastante aceleradas, bem como as exportações de farelo e óleo. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Pressionado pelos números dos EUA, mercado fecha em queda

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a recuar na sessão regular e fecharam o dia em queda. O mercado recuou pelo terceiro dia consecutivo e as posições mais negociadas perderam mais de 12 pontos. Já o contrato agosto/14, que vence já no próximo dia 15, teve um recuo mais acentuado - de 25,50 pontos - com os traders deixando parte de suas posições nesse vencimento. 

A pressão sobre os preços vêm das expectativas ainda bastante fortes para a nova safra dos EUA, além das previsões de clima ainda bastante favoráveis para as principais regiões produtoras norte-americanas. 

Ontem, em seu relatório mensal de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou sua estimativa para a colheita do país de 103,42 milhões para 103,85 milhões de toneladas. A produtividade também foi revisada para cima e passou a 51,47 sacas por hectare, contra 51,25 estimadas no boletim anterior. 

Reforçando esse quadro, segundo informações da consultoria internacional à agência de notícias Bloomberg, "as previsões se mostram muito propícias ao desenvolvimento e à produtividade tanto da soja quanto do milho. Não vemos um grande interesse de compras (principalmente por parte dos fundos especulativos) nesse momento porque as expectativas para o rendimento dos campos americanos aumentaram depois dos números de ontem". 

Além das previsões favoráveis para o clima no Corn Belt e da boa classificação das lavouras - com 70% dos campos de soja em boas ou excelentes condições - o USDA informou ainda que o índice de umidade adequada aumentou na maior parte dos principais estados produtores norte-americanos. Em Illinois, por exemplo, o número é de 76 pontos contra 70 da semana anterior; em Iowa subiu de 70 para 71; e no Missouri foi registrado um expressivo crescimento de 47 para 65 pontos. 

Ainda sobre os números do USDA, a pouca ou quase nenhuma alteração nos números da demanda - tanto da safra nova quanto da safra velha - acabou surpreendendo o mercado, que aguardava, ao menos, uma revisão das exportações da soja em grão da temporada 2013/14. As vendas passaram de 44,09 milhões para 44,67 milhões de toneladas, enquanto os embarques norte-americanos já se aproximam desse número e o ano comercial só se encerra em 31 de agosto. 

"É bem previsível que o mercado entenda o momento com um oferta bem recomposta, não só nos Estados Unidos, como no âmbito global também. Os estoques mundiais da safra atual com a safra futura registram a ordem de 20% de crescimento, e o mercado já havia entendido que essa oferta global seria 29% maior. Como isso não aconteceu, é possível que essa demanda esteja não nos Estados Unidos, mas em outros locais", acredita o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano. 

Preços recuam no mercado interno

No Brasil, os preços seguiram o recuo na Bolsa de Chicago e também recuaram nas principais praças de comercialização, bem como nos portos brasileiros. Dessa forma, o ritmo da comercialização, principalmente do produto disponível, continua lento e com poucos negócios sendo efetivados. 

Em Tangará da Serra, em Mato Grosso, a saca de soja caiu 1,77% e fechou o dia a R$ 55,50; em Jataí, Goiás, a baixa foi de 0,71%, com a saca valendo R$ 53,37. No Porto de Paranaguá, o valor da soja disponível ficou estável em R$ 66,50, enquanto o produto da safra nova caiu 0,83% e terminou o dia valendo R$ 60,00. Em Rio Grande, a queda da soja 13/14 foi de 1,04% e a cotação fechou a quarta-feira com R$ 66,30/saca, enquanto o mercado da soja da safra nova ficou em R$ 60,30, com queda de 0,99%. 

O que limita o potencial de queda nos preços da soja no mercado brasileiro, no entanto, é a recente valorização do dólar, que fechou com alta de 0,18% a R$ 2,28, e os bons prêmios pagos nos portos brasileiros. Em Paranaguá, a soja com entrega em setembro conta com um prêmio de US$ 2,60 sobre o valor praticado em Chicago e, para os vencimentos mais distantes, esse valor é de R$ 0,50 acima da CBOT, quando, em anos anteriores, para esse mesmo período, os prêmios eram negativos.

Outro fator que exige a atenção dos produtores brasileiros é a demanda por parte da indústria, que segue aquecida e deve travar uma disputa com as exportações de forma mais acentuada daqui em diante. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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