Soja: Preços sobem em Chicago e mercado reage também no Brasil

Publicado em 14/08/2014 16:57 e atualizado em 14/08/2014 17:48

Após algumas sessões de queda, os futuros da soja encerraram o pregão regular desta quinta-feira (14) em campo positivo na Bolsa de Chicago. Apesar da pressão que continua sendo exercida pelos números esperados para a nova safra norte-americana, o mercado se focou na demanda para encerrar o dia com ganhos de 9,25 a 18,75 pontos nos contratos mais negociados. 

"Em cerca de 30 dias começa a colheita de soja no sudoeste dos Estados Unidos e no Delta (onde o cultivo começou mais cedo) e essa oferta já começa a chegar ao mercado. No entanto, apesar de todas as expectativas de uma grande safra nos Estados Unidos, a demanda continua com um grande apetite", explicou o analista de mercado Stefan Tomkiw, da Jefferies Corretora, em Nova York. 

O vencimento novembro/14, referência para a safra norte-americana, encerrou o dia cotado a US$ 10,56 por bushel, enquanto a posição maio/14, que se refere à nova safra brasileira, fechou a sessão valendo US$ 10,79, com alta de 7,60 pontos. A exceção foi a posição agosto/14, que venceu hoje às 14h (Brasília), e terminou o dia com perda de 29,50 pontos, a US$ 12,35/bushel. 

No Brasil, o mercado da soja não caminhou todo em uma mesma direção e, enquanto subiu em algumas praças, recuou em outras. No porto de Rio Grande, houve uma valorização de 1,51% e o dia fechou com a saca valendo R$ 67,30 da soja disponível. Já em Paranaguá, a cotação apresentou uma ligeira baixa de 0,75% e encerrou os negócios a R$ 66,00. 

Para Tomkiw, o mercado sinaliza, no curto prazo, uma possibilidade de alguns repiques na CBOT, o que é também um comportamento típico para esse período do ano no caso da soja. "Entre o final de agosto e o início de setembro nós podemos ter alguns repiques de preços, porém, nesse ano pode ser que isso não seja tão duradouro, já que há essa nova oferta de soja para chegar nos próximos dias e as expectativas são de uma grande safra nos EUA. Mas, deverá ser aberta uma janela de oportunidades a se abrir, mas por pouco tempo", diz. 

Demanda

Nesta quinta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu novo boletim semanal de vendas para exportação e os números para a soja em grão vieram acima das expectativas do mercado. Enquanto os traders projetavam o total das safras 2013/14 e 2014/15 em 1 milhão de toneladas, o saldo da semana que terminou em 7 de agosto ficou em 1.143,2 milhão. 

Foram 61,4 mil da temporada 2013/14 e 1.081,8 milhão da 2014/15. Na semana anterior, esses números foram de 94,9 mil e 1009,0 milhão de toneladas, respectivamente. No acumulado do ano, as vendas para exportação da temporada velha dos EUA já somam 46.180,3 milhões  de toneladas contra a última projeção do USDA de 44.630,0 milhões de toneladas. 

As vendas de farelo e óleo de soja, apesar de registrarem um recuo em relação à semana anterior, também vieram com números consideráveis, principalmente no volume acumulado da temporada 2013/14. No caso do farelo, as vendas já somam 10.304,0 milhões de toneladas frente à última estimativa do USDA de 10.570,0 milhões. Para o óleo, as exportações da safra velha  de óleo de soja já acumulam 805,9 mil toneladas, contra 840 mil da última estimativa do departamento norte-americano.

Com isso, os futuros do farelo de soja também fecharam o dia em campo positivo, com altas que variam entre 8 e 13 pontos nos contratos mais negociados em Chicago. Já os preços do óleo, por outro lado, terminaram o pregão em campo negativo, mas exibindo tímidas baixas. 

Clima nos Estados Unidos

Se de um lado os bons números semanais da demanda deram suporte ao avanço das cotações em Chicago, de outro, há o clima no Meio-Oeste americano que se mantém favorável e contribuindo para o bom desenvolvimento das lavouras. Até o último domingo (10), 70% das plantações de soja dos EUA estavam em boas ou excelentes condições, número que será atualizado na próxima segunda-feira (18).  

Para as próximas semanas, as previsões indicam a continuidade desse quadro climático favorável. As temperaturas previstas para os próximos seis dias devem ficar ligeiramente abaixo do normal, com maior possibilidade de chuvas no estado de Iowa e, se confirmadas, serão benéficas tanto para as lavouras de soja quanto para milho. Em algumas áreas, no entanto, já se observa um calor mais forte, mas que não causa qualquer ameaça às lavouras nesse momento, uma vez que as mesmas receberam bastante chuva nas últimas semanas. 

Diante dessas condições, o último boletim de oferta e demanda do USDA trouxe a safra 2014/15 dos EUA estimada em 103,85 milhões de toneladas, com uma produtividade esperada em mais de 51 sacas por hectare. 

"O clima está de volta ao foco. Apesar de algumas áreas de seca, previsões já indicam mais chuvas para esta semana e a próxima em algumas áreas do Meio-Oeste", alertou o analista de mercado Bob Burgdorfer, do site norte-americano Farm Futures, em seu comentário diário sobre o fechamento do mercado. 

Mercado físico norte-americano

No mercado físico norte-americano, os preços da soja também exibiram uma recuperação. Ainda segundo Stefan Tomkiw, os preços praticados na Bolsa de Chicago estavam defasados frente à realidade da relação de oferta e consumo norte-americana e, por isso, o mercado também teve de se ajustar. 

Além das exportações ainda aquecidas, a demanda interna nos EUA também se mostra forte. As margens de esmagamento melhoraram nos últimos dias, estimulando a compra de matéria-prima e, consequentemente, o avanço dos preços. 
Recentemente, a China rejeitou alguns carregamentos de DDG de milho por conter traços de uma variedade transgênica não aprovada no país e, com isso, a procura por farelo de soja aumentou, principalmente frente à necessidade da nação asiática e de outros mercados de atender o setor de rações. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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