Com força da demanda, soja mantém ganhos no curto prazo em Chicago

Publicado em 18/08/2014 12:46

O movimento registrado pelos preços da soja na Bolsa de Chicago exibe o atual momento do mercado internacional. Enquanto o vencimento setembro/14, o que referencia o mercado à vista, subia 8,75 pontos e era cotado a US$ 11,11 por bushel, os demais trabalhavam com oscilações bem pouco expressivas, alternando entre os lados positivo e negativo da tabela. 

No curto prazo, a ajustada relação entre a oferta e demanda, agravada pelos estoques muito ajustados da safra velha nos Estados Unidos, é o principal fator de sustentação para os preços. "Os estoques norte-americanos estão preocupando, os EUA continuam vendendo para exportação semana após semana, os números já ultrapassam as estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para o ciclo todo e a demandas interna também está aquecida", explicou o analista de mercado da FCStone, Natália Orlovicin. 

Na última sexta-feira, o NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas) divulgou seus números para o esmagamento de soja em julho e os números ficaram acima das expectativas. No último mês, foram processadas 3,24 milhões de toneladas de soja, enquanto o número esperado ficava na casa das 3,19 milhões. Em junho, o total foi de 3,23 milhões de toneladas. 

"Foi registrado um leve aumento no esmagamento em relação a junho, o que é atípico para o mercado nesse momento, quando sempre se vê uma desaceleração do esmagamento, e isso traz um pouco de preocupação em relação aos estoques finais norte-americanos da safra 2013/14, que podem ser ainda menores do que o USDA está esperando. Isso traz uma tendência altista para os preços no contrato de setembro", explica Natália. 

Já no longo prazo, o que continua ditando o rumo dos negócios são as expectativas para a nova safra dos Estados Unidos. E a tendência, por enquanto, é de cotações mais pressionadas, uma vez que as previsões climáticas continuam favoráveis e as lavouras se desenvolvendo bem no Meio-Oeste americano. 

Algumas pequenas regiões produtoras apresentaram tempo mais seco nos últimos dias, porém, para as próximas semanas, segundo as previsões climáticas mais recentes, já são indicadas algumas chuvas e, assim, não há nenhuma ameaça climática prevista para o ciclo 2014/15 dos EUA até esse momento. 

"Podemos observar um clima mais úmido nos EUA nos próximos dias, além disso, os níveis de umidade no solo estão razoáveis então, esses locais onde foi registrado um clima mais seco ão preocupam tanto assim. Mesmo que não chova, a umidade no solo ainda está adequado e continua sendo, portanto, um cenário bem positivo para a safra de soja dos EUA", diz a analista. 

Hoje, o USDA traz um novo boletim de acompanhamento de safras e atualiza os índices de condições das lavouras nos EUA. As expectativas gerais são de que o departamento mantenha os números elevados, mas reduzindo ligeiramente os índices em relação à última semana. "Isso não deve ser nada tão significativo, pois temos visto um patamar muito alto na qualidade da soja, e em nenhum outro ano esses números foram superados", explica. 

Até o dia 10 de agosto, 70% das lavouras de soja se mostravam em boas ou excelentes condições, número que apresentou uma ligeira queda em relação à semana anterior, quando o índice era de 71%. 

Brasil 

No Brasil, essa tendência de preços mais sustentados no curto prazo devem impactar de forma positiva e significativa na formação dos preços no mercado interno. Além disso, Natália acredita que, nesse momento, essa movimentação poderia até mesmo influenciar a comercialização do produto disponível, que vinha registrando um ritmo lento de negócios. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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