Soja: Mercado fecha em alta, mas saldo da semana é negativo

Publicado em 05/09/2014 17:11 e atualizado em 07/09/2014 09:23

As principais posições da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta sexta-feira (5) em campo positivo. Ao longo dos negócios, aos vencimentos da commodity ampliaram os ganhos e encerraram o dia com altas de dois dígitos, entre 16,50 e 21,25 pontos. O contrato novembro/14 era negociado a US$ 10,21 por bushel.

Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado buscou uma correção técnica depois das perdas recentes. "É um movimento técnico de correção, já que o preço está muito barato", ratifica.

Apesar dos ganhos desta sexta-feira, o saldo da semana foi negativo para os futuros da oleaginosa. Ao todo, as perdas acumuladas desde o início da semana ficaram entre 1,06% e 1,15%. Nas últimas duas sessões, os preços caíram expressivamente devido às projeções de grande safra nos Estados Unidos. 

Diante das condições climáticas favoráveis, os participantes do mercado especulam que a safra norte-americana fique acima do esperado inicialmente. A perspectiva é que a produção de soja da safra 2014/15 fique próxima de 107 milhões de toneladas do grão.

Por outro lado, de acordo com informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, nesta sexta-feira, os investidores também estão atentos ao clima, já que as temperaturas deverão ficar mais baixas na próxima semana nos EUA e, é possível a ocorrência de geada em algumas partes da Dakota do Norte. "Há uma preocupação muito real: a possibilidade de uma geada precoce", disse o economista Dennis Gartman, em entrevista à Bloomberg. 

Vendas para exportação 

Nesta sexta-feira, o USDA reportou novo boletim de vendas para exportação. No caso da soja, referente à safra 2013/14, as exportações mais uma vez ficaram negativas em 87.700 mil toneladas, até a semana encerrada em 28 de agosto.

O volume representa uma redução de 40% em comparação com a semana anterior, na qual, as vendas ficaram em 62,8 mil toneladas negativas. Já as exportações para a safra 2014/15 foram reportadas em 869.000 mil toneladas, com destaque para a venda de 338,3 mil toneladas à China. O número está pouco abaixo do reportado anteriormente, de 1.290,8 milhão de toneladas. 

Para o consultor, a venda, especialmente da safra nova é um sinal que a demanda permanece firme. "Principalmente a demanda da China, esse é um fator que também contribuiu para a correção nos preços", destaca Brandalizze.

Mercado interno

Para a safra velha, a informação reportada pelos analistas é que as exportações estão chegando ao fim, com a demanda internacional se deslocando para os Estados Unidos. Durante essa semana, os preços da saca da oleaginosa registram queda na maioria das praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Em São Gabriel do Oeste (MS), a perda foi de 5,17%, com a saca cotada a R$ 55,00, em Cascavel (PR) a perda foi menor, de 3,54%, com a saca a R$ 54,50. Já em Tangará da Serra (MT), o recuo foi expressivo de 7,14% e a saca terminou a semana cotada a R$ 52,00, em Jataí (GO), a perda foi de 3,77%, coma saca cotada a R$ 51,00. 

Já para a safra 2014/15, a comercialização ainda permanece lenta. Até o momento, a expectativa é que o volume de negócios antecipados gire em torno de 8% a 10% da safra. “Agora, os portos brasileiros estão vazios e não temos negócios para embarque março, abril e maio. Nos atuais patamares, os produtores brasileiros não querem vender a soja, situação que pode ocasionar o fortalecimento dos prêmios. Nos atuais valores, não compensa para o agricultor vender, pois não cobre os custos de produção, teríamos que ter um prêmio ainda maior para equilibrar com a queda de Chicago”, diz Brandalizze.

O consultor também explica que, mesmo com a entrada da safra norte-americana no mercado, o prêmio não deverá fica tão pressionado, uma vez que o volume de comercialização da safra nos EUA também está baixo. A expectativa é que até agora, apenas 20% da safra de soja tenha sido negociada pelos produtores estadunidenses. 

“Então, a pressão de venda no mercado físico dos EUA é pequena, por isso, os prêmios no país estão altos. E nesses valores, os produtores norte-americanos apontam que não vendem, consequentemente, teremos um vazio de oferta internacional de soja de novembro em diante, fator que deve dar fôlego para os prêmios serem mais fortes do que os vistos hoje”, sinaliza o consultor.

Além disso, o consultor ainda ressalta que a Bolsa de Chicago não está em equilíbrio com o mercado real. “Nesse momento, o mercado de operações observa somente a safra dos EUA, que será grande, mas daqui algumas semanas irá inverter para tentar equilibrar com o mercado real”, acredita Brandalizze.

Diante desse cenário, o consultor relata que, com a perspectiva de recuperação nos preços e as eleições no Brasil, que poderão influenciar o câmbio, e ocasionar melhores oportunidades de comercialização. 

Veja como fecharam os preços da soja nesta sexta-feira:

>> SOJA

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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