Soja: Mercado tem ligeira alta na manhã desta 6ª feira na CBOT

Publicado em 12/09/2014 07:49

O mercado parece tentar se recuperar dos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgados ontem e opera com ligeiros ganhos na manhã desta sexta-feira (12), na última sessão da semana. Assim, por volta das 7h40 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam pouco mais de 3 pontos, com o vencimento novembro operando a US$ 9,84 por bushel. 

No pregão anterior, os preços recuaram mais de 12 pontos e alcançaram os menores patamares em quatro anos, o que estimula, portanto, essa tentativa de recuperação e a busca por um bom posicionamento antes da próxima semana, segundo explicam analistas.

Na comercialização, os negócios seguem parados, principalmente no Brasil. Os produtores se preparam para iniciar o plantio da nova safra e seguem atentos às condições climáticas com as quais vão contar nos próximos meses para o desenvolvimento das lavouras.  O USDA aposta em uma colheita brasileira de 94 milhões de toneladas na temporada 2014/15. 

Veja como fechou  o mercado nesta quinta-feira:

Soja tem menores preços em 4 anos após USDA e mercado trava no Brasil

Os novos números para a safra 2014/15 de soja divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) derrubaram os preços da commodity na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos encerraram o dia perdendo mais de 12 pontos e abaixo dos US$ 10,00 por bushel. Logo após o reporte do boletim, no entanto, as cotações chegaram a perder mais de 20 pontos. Assim, o mercado tem o mais baixo patamare de preços em quatro anos na CBOT. 

O andamento dos preços tem sido pautado, nas últimas sessões, pela severa pressão de oferta que os números da nova safra norte-americana têm trazido, ao lado de dados elevados também para a colheita da América do Sul e, consequentemente, para a produção mundial. No entanto, o que pode equilibrar esse mercado e o desenvolvimento dos preços, segundo analistas, é a força da demanda. 

"O crescimento da demanda por soja tem uma média anual (dos últimos 10 anos) de 4,2%, nesta temporada 2014/15, com uma previsão de queda dos preços, o USDA está prevendo um aumento do consumo para 5,9%, um aumento bem expressivo", explicou Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest. 

O consumo maior no principal importador mundial de soja, a China, é reflexo de um bom momento da economia do país, a qual vêm registrando um crescimento significativo. Esse bom momento, portanto, impacta em uma mudança dos chineses para melhores hábitos alimentares ao terem uma melhora de renda e, consequentemente, um aumento da necessidade das compras. 

"Há uma maior procura por proteína animal, ao invés da vegetal, e isso impacta diretamente na cadeia da suinocultura do país, uma vez que eles querem a soja em grão para produzir o farelo (base da alimentação animal)", diz Araújo. 

E essa demanda maior, ao lado de prêmios elevados nos portos e mais uma valorização do dólar frente ao real deverão ser os fatores principais na formação dos preços internos e, portanto, da garantia de renda do produtor brasileiro. Nesta quinta-feira, após uma sessão de instabilidade, a moeda norte-americana conseguiu fechar em alta e terminou o dia valendo R$ 2,29 na venda, subindo 0,26%. 

Apesar disso, o impacto do relatório do USDA foi inevitável e, além da queda em Chicago, a soja recuou também no Brasil. Nos portos de Paranaguá e Rio Grande, as cotações do produto com entrega para maio/15 caíram, respectivamente, 1,25 e 1,06%, operando na casa dos R$ 55,00. Nas principais praças do interior do país, as baixas foram superiores a 2% e em Jataí/GO, por exemplo, a oleaginosa terminou o dia valendo R$ 50,30 e R$ 52,00 em Londrina/PR. 

Dessa forma, a comercialização permaneceu travada no Brasil. Os produtores seguem retraídos nas vendas, voltando-se aos preparativos para o plantio da nova safra que se inicia nas próximas semanas em algumas regiões. Informações apuradas pelo Notícias Agrícolas mostram que neste período do ano o percentual da safra já fixada pelos produtores é bem menor do que o registrado nas temporadas anteriores e esse movimento deve se manter, segundo analistas, até que os preços exibam alguma recuperação. 

Números do USDA

O departamento norte-americano estimou a colheita dos EUA em 106,41 milhões de toneladas. O número ficou acima da expectativa média do mercado, de pouco mais de 105 milhões de toneladas, e também do número reportado em agosto, de 103,85 milhões de toneladas. 

A produtividade também ficou ligeiramente acima do esperado e subiu de 51,47 para 52,85 sacas por hectare. Os estoques finais registraram um incremento de 11,7 para 12,93 milhões de toneladas. A aposta do mercado para os estoques finais era de 12,30 milhões de toneladas. 

Por outro lado, na parte da demanda o USDA também trouxe alguns reajustes, o que pode servir como um fator limitador para a queda das cotações. A projeção para o esmagamento de soja nos EUA subiu, de agosto a setembro, de 47,76 para 48,17 milhões de toneladas, e as exportações foram passadas de 45,59 milhões para 46,27 milhões de toneladas.

As importações norte-americanas foram mantidas em 410 mil toneladas, enquanto o volume residual foi reajustado de 520 mil para 600 mil toneladas. 

Sobre a safra 2013/14, o USDA estimou menores estoques finais de soja, que passaram de 3,81 milhões para 3,54 milhões de toneladas, enquanto a expectativa do mercado era de 3,7 milhões de toneladas. Entretanto, o esmagamento aumentou de 46,95 milhões para 47,08 milhões de toneladas e as exportações de 44,63 para 44,77 milhões de toneladas.  

No cenário mundial, a safra de soja também foi revisada para cima. No ciclo 2014/15 o número da produção global passou de 304,69 milhões para 311,13 milhões de toneladas e os estoques finais de 85,62 para 90,17 milhões de toneladas. A produção brasileira do ciclo que começa a ser plantado nas próximas semanas foi estimada em 94 milhões de toneladas, contra a projeção de 91 milhões do boletim anterior. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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