Chicago: Soja tem sessão calma e de poucos negócios
Depois de uma semana agitada para o mercado internacional da soja, os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago, nesta sexta-feira (12), registram um pregão bastante calmo e de movimentações pouco expressivas. O mercado parece digerir o final do impacto dos últimos números trazidos ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Undios) em seu novo boletim de oferta e demanda.
A soja vem se alternando entre os lados positivo e negativo da tabela e, por volta de 12h30 (horário de Brasília), os vencimentos principais trabalhavam com ganhos de pouco mais de 1 ponto. O movimento é uma tentativa de buscar a estabilidade, enquanto os investidores procuram se posicionar da melhor forma antes do início da nova semana e das baixas registradas no pregão anterior, de mais de 10 pontos.
"O quadro apontado pelo USDA e a semana registrada em Chicago vieram sem novidades e ficaram dentro das expectativas", disse Vlamir Brandalizze. Para o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, o número para a safra norte-america - de 106,41 milhões de toneladas - pode ser revisado para cima ainda, porém, caso isso se cofirme, o impacto não deve ser tão severo sobre os preços, uma vez que o mercado já vem precificando essa colheita recorde nos Estados Unidos.
"O mercado já trabalha com níveis de preços na CBOT abaixo do que é a realidade em si em Chicago, da realidade dos US$ 10,00; o mercado de demanda ainda não mostrou seu potencial de crescimento em 2015 em função das cotações menores da principal fonte de proteína - que é a soja - e ainda não está chegando soja barata para o consumidor, tanto na Ásia como na Europa, e isso deve começar a acontecer a partir de dezembro, janeiro, aí sim o mercado vai ver a soja chegando ao ponto de consumo a níveis menores", explica o consultor.
As vendas para exportação da nova de soja safra dos Estados registram um volume recorde para esse período da temporada de quase 24 milhões de toneladas no acumulado do ano frente à última estimativa do USDA para o ano comercial 2014/15. Somente na semana que terminou em 4 de setembro, as vendas norte-americanas totalizaram 2.324,7 milhões de toneladas, contra 869 mil toneladas da semana anterior.
Dessa forma, essa foi uma semana, em linhas gerais, calma para o mercado da soja, sem novidades que não fossem esperadas ou novidades que pudessem trazer uma mudança brusca no atual momento do mercado, que continua sendo delicado. A comercialização da soja, tanto no Brasil quanto nos outros países produtores, principalmente os Estados Unidos, seguiu lenta e com os negócios travados diante dos menores preços em Chicago dos últimos quatro anos.
O mercado brasileiro registrou poucos negócios e de pequenos volumes, localizados. Nos portos brasileiros, a soja passou a ser negociada, nos últimos dias, entre R$ 55,00 e R$ 56,00 por saca, com prêmios ainda positivos e a alta do dólar frente ao real amenizando as perdas observadas em Chicago.