Soja: Preços têm boas altas no Brasil com ganhos em Chicago e avanço do dólar

Publicado em 21/10/2014 17:39 e atualizado em 21/10/2014 18:59

Os principais vencimentos da soja fecharam a sessão regular desta terça-feira (21) com ganhos de 18 a 20 pontos na sessão regular da Bolsa de Chicago. Com uma nova alta do dólar frente ao real e bons prêmios que ainda são pagos nos portos brasileiros, os preços da soja no mercado interno, consequentemente, também registraram uma valorização. 

No porto de Rio Grande, a soja disponível subiu 1,64% e fechou em R$ 62,00 por saca, enquanto o produto com entrega em maio/15 ficou em R$ 60,50, com valorização de 1,85%. Já no terminal de Paranaguá, o ganho foi de 1,72% e o preço fechou o dia a R$ 59,00 com a soja para maio do ano que vem. No mercado disponível, a alta foi de 2,73% em Ubiratã/PR, para R$ 56,50; de 1,80% em Londrina/PR para R$ 56,50; de 0,90% em Cascavel/PR para R$ 56,00 e de 0,24% para R$ 50,12, em Jataí/GO. Nas principais praças de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, os preços ficaram estáveis. 

Os fortes ganhos registrados na Bolsa de Chicago, segundo explicou o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, foram justificados, principalmente, pela questão de adversidades climáticas ainda comprometendo os trabalhos de campo nos Estados Unidos e no Brasil. 

Chuvas excessivas impediram o avanço dos trabalhos de campo e, segundo dados do último reporte de acompanhamento de safras divulgado pelo departamento norte-americano, até o último domingo (19), apenas 53% da área de soja no país já haviam sido colhidos. A média para esse período, porém, é de 66% e as expectativas do mercado variavam de 55 a 60%. 

Esse atraso na colheita deverá acarretar, portanto, a chegada mais tardia dessa nova oferta ao mercado e isso estimula também, ainda segundo analistas ouvidos por agências internacionais, um movimento de compras, inclusive por parte dos fundos. Ao mesmo tempo, os produtores, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, seguem relutantes em voltar às vendas. Assim, no mercado norte-americano, o volume de produto disponível fica ainda mais  apertado e acaba incentivando os avanços dos preços.

No Brasil, as condições são adversas para o desenvolvimento do plantio da temporada 2014/15. Em muitas regiões, as últimas semanas foram de seca e os produtores paralisaram a semeadura da soja. Desde o último final de semana, porém, as precipitações parecem estar voltando às regiões produtoras, principalmente do Centro-Oeste do país. 

Uma regularidade das chuvas, no entanto, deve ser observada somente no final desse mês, segundo meteorologistas, e permitir um avanço mais significativo dos trabalhos de campo. 

"Agora, há uma certa acomodação e até uma inversão dos preços com notícias positivas, obviamente que elas podem ter vida curta porque estamos falando de variáveis climáticas e, na medida em que deslancha mais a colheita e essa é uma semana boa para a colheita, e no Brasil temos promessas de chuvas melhores (para o plantio) isso tudo pode manter o mercado ainda sobre pressão, devolvendo os ganhos", explica Motter. 

As boas perspectivas sobre a demanda mundial também trouxeram um estímulo às cotações no mercado futuro norte-americano. Tanto consumidores quanto fundos especulativos foram às compras e complementaram o quadro positivo para as cotações nesta terça. 

Os números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (20) mostraram que os embarques norte-americanos, no acumulado do ano, já somam mais de 5 milhões de toneladas das 46,270 milhões de toneladas estimadas para serem exportadas em toda a temporada 2014/15. No entanto, o volume de soja comprometido dessa nova safra dos EUA já supera as 29 milhões de toneladas, ou seja, mais de 60% do total projetado pelo departamento. 

Segundo analistas internacionais ouvidos pela agência de notícias Bloomberg, esses preços mais baixos tornam-se mais atrativos para os compradores. "Nós temos visto bons volume de soja sendo embarcados nas últimas semanas. O mercado realmente quer essa soja e está brigando por ela", disse o editor sênior e analista de mercado do portal Farm Futures, Bryce Knorr. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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