Soja: Plantio da safra 2016/17 começa a ganhar ritmo no Centro-Oeste

Publicado em 26/09/2016 16:50

Em meio às recentes pancadas de chuvas, os produtores rurais do Centro-Oeste iniciaram a semeadura da soja da safra 2016/17. No principal estado produtor do grão, Mato Grosso, a semeadura já estava completa em 1,20% da área projetada para essa temporada até o final da última semana, de acordo com levantamento elaborado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No mesmo período do ano anterior, o índice era de 0,55%.

Por enquanto, a região mais adiantada com a semeadura do grão é a Oeste, com 2,15% da área já plantada. Em segundo lugar está a região Médio-Norte, com 1,79% da área já cultivada, seguida da Sudeste, com 1,10% da área semeada com a oleaginosa. Contudo, em muitas regiões, os produtores rurais ainda estão cautelosos, uma vez que, as chuvas foram localizadas e insuficientes para adequar os níveis de umidade nos solos.

Evolução do plantio da soja em MT- Fonte: Imea

Evolução do plantio da soja em MT- Fonte: Imea

Na localidade de Campo Novo do Parecis, apenas 10% dos produtores iniciaram os trabalhos nos campos. A presidente do sindicato rural do município, Giovana Velke, reforça que, os agricultores ainda esperam a consolidação das chuvas para iniciarem o plantio com segurança. "Até porque, temos custos elevados, dificuldades na aquisição do crédito e não há sementes disponíveis para o replantio caso seja necessário", pondera a liderança.

O cenário é semelhante em Canarana, já que os produtores também esperam as chuvas mais consistentes. "De modo geral, tivemos chuvas ao redor de 10 mm, em algumas propriedades, o índice supera os 40 mm, porém, precisamos de precipitações entre 70 mm até 100 mm para reverter o nível de umidade no solo", afirma o presidente do sindicato rural, Arlindo Cancian.

Em outra importante região produtora do estado, Nova Mutum, cautela ainda é a palavra de ordem. Sem chuvas uniformes, os trabalhos nos campos caminham somente em propriedades em que o solo está úmido o suficiente. “Após as perdas da safra passada, esse é um ano de cautela. Os agricultores aguardam a umidade correta para a germinação das sementes. De maneira nenhuma podemos arriscar plantando no pó, como já aconteceu em safras anteriores”, destaca o presidente do Sindicato Rural do município, Emerson Zancanaro.

Com chuvas entre 10 mm até 50 mm, apenas 3% da área foi cultivada com a soja em Lucas do Rio Verde. "A semeadura começou apenas nas propriedades em que tivemos chuvas. A perspectiva é que a partir do final do mês esse trabalho no campo ganhe ritmo, uma vez que, temos algumas previsões de chuvas", sinaliza o presidente do sindicato rural, Carlos Simon.

Em contrapartida, em Sinop, as chuvas acumuladas desde o dia 15 de setembro superam os 200 mm. “Tivemos chuvas entre 100 mm até 250 mm em algumas localidades, nesse período. Com isso, o índice de umidade melhorou e muitos produtores iniciaram a semeadura da soja. Inclusive, já temos soja emergindo na nossa região. Também temos o plantio andando na região de Nova Ubiratã e Sorriso”, destacou o presidente do sindicato rural do município, Antônio Galvan, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Lavouras de soja em Sorriso (MT). Envio do produtor Aldrey Elvis Smaniotto

Lavouras de soja em Sorriso (MT). Envio de Aldrey Elvis Smaniotto

Lavouras de soja em Sorriso (MT). Envio do produtor Aldrey Elvis Smaniotto

Lavouras de soja em Sorriso (MT). Envio de Aldrey Elvis Smaniotto

Soja iniciando a germinação na Fazenda Comil em Sapezal (MT)

Soja iniciando a germinação na Fazenda Comil em Sapezal (MT)

Para essa semana, a tendência é de ocorrência de novas pancadas de chuvas, especialmente sobre a faixa Norte do Brasil, de acordo com informações reportadas pela Climatempo. “Porém, os modelos matemáticos de previsão continuam dando chuvas muito abaixo da média para o mês de outubro em grande parte da região Centro-Oeste e Sudeste, bem como no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia”, informou em nota.

Figura 1

Mato Grosso do Sul

O vazio sanitário para a cultura da soja também terminou no último dia 15 de setembro no estado. E, até o momento, em torno de 3% da área projetada para essa temporada foi cultivada, segundo pondera o analista técnico da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Leonardo Carlotto.

“A região sul do estado é mais adiantada, pois tivemos chuvas. Ainda assim, são chuvas irregulares, entre 30 mm a 50 mm e, os produtores também estão utilizando o sistema de irrigação. No caso do norte de Mato Grosso do Sul, a perspectiva é que os trabalhos nos campos se iniciem na primeira quinzena de outubro, que é mais garantido”, completa o analista.

Goiás

O mesmo ocorre no estado de Goiás, o vazio sanitário para a soja só termina no dia 30 de setembro. E, segundo destaca o assessor técnico da Faeg (Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás), Pedro Arantes, os trabalhos da safra de verão deverão começar em meados de outubro. “Ainda estamos com o solo muito seco no estado e precisamos de chuvas entre 80 mm a 100 mm para tentar reverter esse quadro”, reforça.

Tocantins

Apesar das chuvas recentes, os produtores rurais do Tocantins ainda não estão liberados para iniciarem o plantio da soja. Isso porque, o vazio sanitário da oleaginosa só termina no dia 30 de setembro no estado. O produtor rural de Darcinópolis, Marcílio Fernandes Marangoni, explica que, por enquanto, as chuvas ainda são esparsas e bem isoladas.

“A região de Palmas, capital do estado, registrou maior volume de chuvas. De modo geral, a perspectiva é que o cultivo da soja comece entre os dias 15 a 20 de outubro. Precisamos de um volume maior de precipitações para recompor a umidade nos solos”, sinaliza o produtor rural.

Paraná

No estado, cerca de 3% da área já foi cultivada com o grão até a última semana, segundo levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural). Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro, reforçou que, os trabalhos nos campos deveriam ganhar ritmo a partir do dia 26 de setembro devido às previsões de chuvas para o estado.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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