Sem poder diversificar transgênicos, produtores da Bolívia perdem até 80% das lavouras de soja e milho para pragas e seca

Publicado em 21/03/2017 10:06

Na Bolívia oriental, produtores de soja, milho e sorgo informam que perderam até 80% de suas lavouras. Os vermes se proliferam e a seca é cruel, fazendo com que grande parte dos cultivos do norte de Santa Cruz não cheguem à colheita.

O setor, agora, pede ajuda ao governo, incluindo a autorização para utilizar sementes transgênicas resistentes a estes problemas.

Avaliação

Puerto Alonso Fernández, em Cuatro Cañadas, norte do departamento de Santa Cruz, foi o primeiro local inspecionado pelo Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE). A temperatura chega aos 40ºC e a umidade deixa o ar denso.

Neste setor, um grupo de pequenos agricultores esperava a comitiva com rostos preocupados. "A plantação foi invadida por larvas, ácaro e ferrugem", explica a produtora Silvia Vale, que também é diretora da Associação de Pequenos Produtores da Zona Norte.

De acordo com os produtores, essas são enfermidades que "não podem ser controladas" por falta de tempo: de uma noite para a manhã, elas podem passar de uma planta para todo o campo.

No leste de Cuatro Cañadas, a seca foi o grande problema. A soja para a colheita surge em meio a rachaduras e compete com grama por uma umidade escassa e pelos nutrientes do solo. As vagens possuem apenas dois grãos - ao contrário das culturas saudáveis, que possuem a partir de três.

O milho também foi afetado, com plantas pequenas e danificadas que não cumprem as exigências do mercado.

Alguns produtores pensam em arrendar suas terras ou vendê-las por lotes para cobrir a perda. Somente em sementes e insumos, foram investidos US$500 por hectare.

Transgênicos

Atualmente, no país, está autorizado o uso de uma variedade de semente de soja transgênica resistente ao glifosato para combater a invasão de pragas com herbicidas. Os produtores veem que este sistema tem trazido resultados muito bons e acreditam que isso poderá ser utilizado em outras espécies.

O gerente geral do Instituto Boliviano de Comércio Exterior, Gary Rodríguez, disse que com a liberação de outros tipos de transgênicos para a soja e o milho, os ganhos anuais para o país chegariam a US$150 milhões adicionais, o que diminuiria, também, as importações.

Algumas áreas utilizam os transgênicos não liberados por meio de contrabando. "Ali, sabemos que a praga não atacou", disse o produtor Mariano Aguilera.

Tradução: Izadora Pimenta

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Fonte:
notiboliviarural.com

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