Soja: Baixa do dólar volta a pressionar preços nos portos do Brasil nesta 4ª; disponível em R$ 69

Publicado em 14/06/2017 17:30

Após começar o dia testando boas altas na Bolsa de Chicago e passar por alguma volatilidade ao longo dos negócios desta quarta-feira (14), os futuros da soja encerraram suas operações com estabilidade. Os futuros da oleginosa concluíram a sessão perdendo entre 0,50 e 1 ponto entre as posições mais negociadas, com o julho em US$ 9,31 e e o novembro - referência para a safra americana, em US$ 9,39 por bushel. 

O mercado futuro norte-americano ainda segue um tanto confuso diante das últimas previsões climáticas para o Meio-Oeste nos próximos dias e semana e, nesse ambiente de elevada especulação, os fundos seguem aproveitando as oportunidades que possuem para realizar lucros. 

Segundo o agrometeorologista David Streit, do Commodity Weather Group, em entrevista ao portal Agriculture.com, algumas partes do Meio-Oeste receberão algumas chuvas em breve, porém, as pancadas poderão ser intermitentes e irregulares. Assim, saber com precisão onde essas chuvas chegarão se mostra uma tarefa bastante difícil neste momento. 

"Não se trata de algo muito preciso agora. Nenhum dos sistemas que estão produzindo estas chuvas se mostra muito organizado. Temos três bandas de pancadas que atravessam o Meio-Oeste nesta semana, mas qualquer um pode ficar de fora", diz Streit. 

Algumas 'tempestades' são esperadas a partir do fim desta quarta-feira do leste de Iowa à Indiana. Na previsão mais extensa, dos próximos sete dias, são esperados volumes de até 50,8 mm (ou 2 polegadas) de chuvas em uma área maior do Corn Belt. 

NOAA 7 dias

Previsão de chuvas para os próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Na última segunda-feira (12), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou pela primeira vez para esta safra o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições, o qual veio em 66%. O número ficou dentro de um intervalo de 65% a 70% que vinha sendo esperado pelo mercado, porém, bem abaixo dos 74% registrados no mesmo período do ano passado. 

Não só a soja exige atenção nos EUA nesta temporada, mas também o milho e, principalmente, a nova safra de trigo de primavera. No mesmo reporte do USDA, houve uma redução de dez pontos percentuais no índice do trigo para apenas 45% das lavouras em boas ou excelentes condições. 

A empresa especializada em meteorologia WxRisk.com informa que, nos próximos 6 a 10 dias, "o modelo europeu mostra área de chuvas moderadas em partes do Meio-Oeste, mas que ainda há extensas áreas com pouca ou nenhuma precipitação, especialmente, no oeste do Corn Belt e no centro das Planícies". 

Leia mais e veja as opiniões de quatro especialistas sobre este início da nova safra norte-americana de grãos. E confira ainda fotos e vídeos dos principais estados produtores.

>> 2017/18: Qual o potencial da nova safra de grãos dos Estados Unidos?

De acordo com informações do Serviço Nacional de Clima dos EUA, pouca ou nenhuma chuva chegou em boa parte de estados do leste do Nebraska à Indiana nos últimos 14 dias. E nos próximos sete dias, as áreas mais propícias a "perder essa nova rodada de chuvas" seriam Nebraska, Kansas e Dakota do Sul. O leste de Illinois e oeste da Indiana poderiam receber alguns pequenos volumes, ainda segundo David Streit.

Preços no Brasil

No Brasil, os preços acompanharam essa falta de direção no mercado e registraram pequenos altos e baixos entre as principais praças de comercialização do país, em véspera de um feriado prolongado. 

No Rio Grande do Sul, referências em alta, porém, recuando do Paraná e estáveis em Santa Catarina. Em Mato Grosso, os preços subiram em praças como Rondonópolis - para R$ 60,80 por saca - ou 2,55% para R$ 60,30 em Alto Garças. Ganhos observados também no Mato Grosso do Sul. 

No link abaixo, confira os preços completos desta quarta-feira:

>> COTAÇÕES DA SOJA

Nos portos, os indicativos cederam frente à estabilidade em Chicago aliada a um dólar em queda. Nesta quarta, a moeda americana perdeu 0,84% para R$ 3,28, refletindo a alta dos juros nos EUA pelo Federal Reserve - em 0,25 ponto percentual, passando para a faixa de 1 a 1,25%, além da sinalização de um início de redução de sua carteira de títulos neste ano. 

"O Fed sinalizou que pode aumentar os juros, dependendo do cenário e de maneira gradual, no máximo mais uma vez. Existia essa chance antes", afirmou o economista-chefe da gestora Infinity Asset, Jason Vieira á agência de notícias Reuters. 

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Assim, em Paranaguá, a soja disponível fechou com queda de 1,43% para R$ 69,00 por saca e perdendo 0,29% no terminal de Rio Grande, para R$ 69,80. A soja da safra nova foi a R$ 72,50 e R$ 73,90, respectivamente, com perdas de 1,36% e 0,27%. 

Com essa baixa expressiva do câmbio, os negócios no Brasil ficaram mais tímidos, como relatou Marlos Correa, analista de mercado da InSoy Commodities. Segundo ele, o Brasil já tem perto de 60% da safra 2016/17 comercializada, refletindo um ritmo melhor de negócios observado em maio. 

Além disso, Correa chama atenção ainda para o fato de que, nos próximos três meses, ainda há muitos fatores que podem alterar os preços e, assim, os produtores devem acompanhar as notícias e aproveitar os momentos de alta para realizar suas vendas.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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