Soja: Mercado interno já traz melhores oportunidades de preços e negócios para produtor brasileiro

Os preços da soja no mercado interno brasileiro registraram uma semana importante e de avanço, trazendo boas oportunidades para os produtores nesses últimos dias em relação às exportações. Na Bolsa de Chicago, as cotações caminharam de lado na maior parte dos pregões, porém, conseguiram terminara a semana também em melhores patamares, contribuindo para uma melhor formação também das referências nacionais.
Como explicou o analista de mercado Marlos Correa, da Insoy Commodities, as exportações, neste momento, já se mostram mais descoladas - com poucos negócios acontecendo neste momento - e as indústrias locais pagando melhor pela soja agora.
"As indústrias pagam melhor agora para poder garantir o esmagamento até novembro e meados de dezembro", explica Correa. Dessa forma, há boa parte das regiões produtoras do Brasil onde as referências já trabalham na casa dos R$ 60,00 por saca, estimulando alguns negócios, mesmo que pontuais.
Em Cascavel, no Paraná, por exemplo, somente nesta sexta-feira (6), a alta foi de 1,69% para R$ 60,00, enquanto em Castro, o preço ficou estável, mas em R$ 69,50. Em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, o ganho desta sexta foi de 2,63% para R$ 62,00 por saca. No Centro-Oeste, apesar de as cotações estarem um pouquinho mais baixas, as altas chegaram a bater em 2,83%, como foi o caso de Sorriso, em Mato Grosso, com o último indicativo em R$ 54,50.
Nos portos, os preços fecharam a semana com cotações na casa dos R$ 70,00 por saca. Em Paranaguá, R$ 71,00 no disponível e R$ 71,50 para a safra nova, com altas de 0,71% e 0,70% nesta sexta. Já em Rio Grande, cotações estáveis em, respectivamente, R$ 70,00 e R$ 73,00.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, nesta sexta, os futuros da soja fecharam o pregão subindo enrre 4 e 4,25 pontos, com o maio/18, referência para a safra brasileira, de volta aos US$ 10,00 por bushel. Os preços do farelo também subiram e contribuíram, como explicaram analistas e consultores, para o avanço do grão.
"Nesta semana, o mercado ficou voltado para o avanço da colheita dos EUA e traders atentos ao clima sul-americano que apresentou boas chuvas para a maior parte das áreas produtoras brasileiras. No final da semana passada um sistema se formou na região sul, próximo a fronteira com Uruguai e Argentina, trazendo tempestades para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Além disso, a volatilidade do dólar, tanto lá fora como aqui", explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.
E como relataram analistas internacionais, a soja - entre os grãos negociados na CBOT - é a que conta agora com uma tendência mais positiva, ao menos no curto e médio prazo, com alguma preocupação que começa a surgir com a colheita nos Estados Unidos, além da força que a demanda continua mostrando.
"Os rumores são de que, na medida em que a colheita nos Estados Unidos se encaminha para a lavouras de soja plantadas mais tarde os rendimentos registrados começam a ser menores", diz a Benson Quinn Commodities.
Já o analista de mercado da Futures International, Terry Reily, complementa dizendo que "a combinação de temperaturas mais baixas e chuvas não favorece a maturação da soja mais tardia".
Paralelamente, há o ajuste natural do mercado à espera dos novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima quinta-feira, 12 de outubro, em seu boletim mensal de oferta e demanda.
"Os pontos a serem observados deverão ser as possíveis mundanças na produtividade da soja e do milho e nos dados de área. E também esperamos que o USDA ajuste os estoques finais", dizem os executivos da consultoria internacional Allendale.
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