Soja acumula baixas de mais de 2% na semana em Chicago e preços no Brasil sentem a pressão

Publicado em 20/04/2018 17:27

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O mercado internacional da soja registrou mais uma semana de intensa volatilidade, porém, o saldo foi negativo e as principais posições perderam mais de 2%. O vencimento mais negociado - maio/18 - dessa forma, fechou abaixo dos US$ 10,30, valendo US$ 10,28 por bushel na Bolsa de Chicago. As posições julho e agosto não conseguiram manter nem mesmo os US$ 10,50. 

Um movimento mais intenso de realização de lucros e ajuste de posições foi observado nos últimos dias, com novos boatos ligados à disputa comercial entre China e Estados Unidos e às especulações em torno do início da nova safra norte-americana. 

Além disso, as baixas do trigo e do milho também pressionaram os futuros da soja. Somente na sessão desta sexta-feira (20), os grãos perderam, em Chicago, respectivamente, 1,17% e 2,63%. Na oleaginosa, as perdas foram de pouco mais de 0,8%, ou entre 7 e 8,50 pontos. 

As previsões mais recentes mostram que as condições para os próximos dias deverão começar a favorecer o plantio do milho e a safra de trigo, dando início a uma mudança do cenário que ainda traz temperaturas muito baixas, neve e solos secos e compactados. 

"Há previsões climáticas mostrando a possibilidade de um sistema de tempestades pela região do trigo vermelho de inverno começando nesta sexta-feira e se estendendo até domingo. De outro lado, outras previsões mostram, porém, que essas chuvas ainda viriam em volumes limitados", diz o analista de mercado do Commonwealth Bank da Australia, Tobin Gorey. 

Sobre a questão da disputa comercial entre chineses e americanos, as expectativas do mercado são de que após as taxações severas sobre o sorgo, o próximo alvo poderia ser a soja, o que incentivaria uma força ainda maior da demanda pelo produto brasileiro. 

"A incerteza sobre o status das importações dos EUA para a China estão pesando. Os chineses estão buscando soja no Brasil", diz a Benson Quinn Commodities. E diante disso, "alguns traders poderiam estar relutantes em assumir novas posições de compra", como explica Terry Reilly, analista de mercado da Futures International. 

Mercado Brasileiro

E essa maior demanda pela soja brasileira ainda mantém os prêmios positivos - embora mais baixos do que os níveis observados há alguns dias, quando bateram em até US$ 1,90 sobre Chicago - atuando na casa de US$ 1,20 e dando força para que os patamares sejam ao menos sustentados no mercado nacional, como aconteceu nesta semana. 

A pressão, porém, onde foi registrada, veio das baixas observadas em Chicago e das deslizadas que o dólar registrou frente ao real ao longo da semana. 

Assim, os indicativos no interior do país chegaram a perder até 4,63% no acumulado da semana, e, nos portos, até 2,10%. Assim, os indicativos nos terminais de exportação fecharam a semana entre r$ 84,50 e R$ 85,00 por saca. 

No entanto, com baixos estoques de passagem e estoques finais que serão quase inexistentes este ano, os preços da soja têm potencial para sustentar bons patamares no mercado brasileiro. "Vamos terminar 2018 praticamente sem soja no Brasil", diz o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

Nesse quadro, o especialista acredita que o produtor ainda deverá encontrar boas oportunidades de novas vendas ao longo do ano. Nesta semana, com o dólar testando leves baixas - tal qual as cotações em Chicago - e os prêmios mais acomodados, o produtor voltou a se retrair e o ritmo das vendas diminuiu.

Há sinais que o clima começa a melhorar nos EUA, diz AGResources

A pressão continua sobre as cotações em Chicago, uma vez que as projeções climáticas para os Estados Unidos trazem melhoras e as preocupações se intensificam em relação ao embate comercial de Trump e Xi Jinping.

Um movimento de vendas expressivas na CBOT tem sido observado com fundos especulativos retirando parte dos contratos empilhados no lado da compra, uma vez que se preparam para um progresso de plantio mais ativo nos Estados Unidos.

Ainda não foi confirmado um padrão meteorológico mais favorável para o Cinturão Agrícola norte-americano. No entanto as temperaturas começam a aquecer no começo da próxima semana, com uma umidade mais amena, inviabilizando a formação de novas rodadas de neve sobre a região.

A grande preocupação para o começo de safra estadunidense é a permanência das temperaturas gélidas e solos congelados no começo de maio, quando o ritmo de plantio deveria estar em ritmo máximo. Há sinais de que o cenário climático para o país irá melhorar na próxima semana.

Leia mais:

>> Soja: Preços no BR serão sustentados pela demanda intensa e ajuste na oferta

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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