USDA anuncia cancelamento de venda de soja, mas mercado não entende como menor demanda

Publicado em 18/05/2018 13:00

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O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou, nesta sexta-feira (18), o cancelamento, por destinos não revelados, de compras de 949 mil toneladas de soja. Do total, foram 829 mil toneladas da safra 2017/18 e as outras 120 mil da 2018/19. 

Embora o informe do departamento norte-americano traga a palavra 'cancelamento', especialistas - que acreditam se tratar de um movimento da China - explicam que o mercado não entende isso como uma menor demanda, mas como uma troca de origem somente. 

Evitando o mercado americano em meio a uma disputa comercial, a nação asiática tem cancelado algumas de suas compras feitas nos EUA, buscando alternativas de fornecedores. Após a severa quebra da Argentina, o Brasil se consolidou ainda mais como seu principal fornecedor. E ainda nesta semana, os traders receberam a notícia de que a China teria adquirido um volume recorde de soja da Rússia, de 850 mil toneladas. 

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Além disso, o mercado ainda recebeu essa informação - que já vinha sendo esperada desde ontem - com certa 'leveza', como explicou o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

"O mercado já esperava por isso", diz. "Isso é a China mostrando sua força comercial. Ela disse que vai taxar a soja norte-americana, mas ainda não taxou. Eles precisam continuar comprando soja dos Estados Unidos, mas por enquanto vão buscar onde tem. 

E ainda nesta sexta, o USDA trouxe, no mesmo comunicado, o anúncio ainda da venda de 168 mil toneladas de soja também para destinos não revelados. Do total, foram 56 mil da safra velha e mais 112 mil da nova. "E há uma esperança de que isso seja da China, porque eles, de fato, precisam da soja americana", complementa Fernandes. 

Além das expectativas de um acordo entre as duas países, afinal, hoje o país asiático informou ainda que desistiu de uma investigação antidumping sobre o sorgo dos EUA. 

"O movimento foi visto como um gesto de boa vontade, uma vez que o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, estava em Washington para negociações destinadas a resolver as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo", informou uma nota da Reuters internacional.

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A notícia foi bem recebida pelos traders e pelo mercado de grãos, principalmente na Bolsa de Chicago. No pregão desta sexta-feira, perto de 13h (Brasília), os futuros do trigo subiam mais de 3%, os de milho mais de 1% e a soja - que mais cedo registrava ganhos superiores a 1% - subia perto de 0,2% entre os principais contratos. 

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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