Soja tem novo dia de baixas em Chicago, mas compensação para BR deve chegar via prêmios

Publicado em 21/06/2018 18:35

"O mercado está muit volátil", diz o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa, depois de mais uma sessão na Bolsa de Chicago em que os futuros da soja chegaram a testar os dois da tabela, mesmo que de forma tímida, e depois engatou em mais uma nova onda de baixa para terminar o dia perdendo 9 pontos nos principais vencimentos. Com isso, o julho/18 ficou nos US$ 8,80 por bushel e apenas o novembro/18 ainda é capaz de sustentar o patamar dos US$ 9,00. 

Embora sem novidades sobre o caso, a guerra comercial entre China e Estados Unidos ainda é o principal fator de pressão sobre os preços da soja norte-americana. Ainda como explicou Sousa, por mais uma semana as vendas norte-americanas para exportação vieram fracas e com o boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostrando uma ausência dos chineses entre os compradores. 

"E não sabemos quando essa guerra vai terminar e nem pra onde vai", diz o executivo. 

De acordo com números do departamento, na semana encerrada em 14 de junho, os EUA venderam 301,7 mil toneladas de soja da safra velha, enquanto o mercado esperava algo entre 300 mil e 600 mil toneladas. O principal destino foi a Holanda. No acumulado da temporada, as vendas americanas somam 56.402,7 milhões de toneladas, enquanto a projeção final do USDA era de 56,2 milhões. No ano passado, nesse mesmo período, o acumulado já passava de 59 milhões. 

Da safra 2018/19, onde as expectativas variavam de 100 mil a 400 mil toneladas, as vendas norte-americanas somaram 227,6 mil toneladas, com a maior parte sendo adquirida por destinos não revelados. 

Ainda segundo o diretor da Labhoro, o mercado já estaria batendo em suas mínimas ou bem próximas delas. "Eu acredito que US$ 8,50 é um bom piso", diz. No entanto, ele explica ainda que os produtores americanos já estão tendo prejuízos significativos e, caso esse patamar não se sustente, sua condição pode se complicar ainda mais. 

Ao lado da disputa comercial, vem ainda a pressão das boas condições de clima para a safra 2018/19 dos Estados Unidos. Chuvas e temperaturas chegam na medida para as lavouras até este momento e a ausência de problemas também limita uma possibilidade de recuperação das cotações. 

Preços no Brasil

Ainda na análise de Sousa, para os preços no Brasil a compensação virá via prêmios melhores, os quais podem chegar aos 200 pontos nos próximos dias diante dos patamares mais baixos em Chicago e da boa demanda pela soja brasileira. A oferta na Argentina nesta temporada é menor e a China deverá efetivar sua taxação sobre a soja americana. 

Nesta quinta, mesmo com as baixas em Chicago e do dólar, os preços da soja subiram de forma bastante intensa no interior do país. As altas chegaram aos 5,13% em algumas praças de comercialização, como foi o caso de Ponta Grossa, no Paraná, onde o preço foi a R$ 82,00 por saca. A exceção ainda fica por conta das praças de Mato Grosso, que ainda não contam com referências em função do mercado que segue travado. 

Nos portos, porém, os indicativos não tiveram alterações fortes. Em Paranaguá, estabilidade tanto no disponível - em R$ 83,00 - quanto no futuro, referência março/19 - em R$ 81,00 por saca. No terminal de Rio Grande, alta de 0,24% no disponível para R$ 84,00 e manutenção nos R$ 84,50 no julho/18. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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