Soja: Chicago intensifica baixas nesta 2ª e prêmios no BR tentam compensar parte das perdas

Publicado em 25/06/2018 12:32

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A pressão já conhecida sobre os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago e as incertezas sobre uma melhora nas relações comerciais entre China e Estados Unidos faz com que os fundos investidores sigam se desfazendo de suas posições na commodity e pesam ainda mais sobre as cotações no pregão desta segunda-feira (25). Na última semana, os especuladores estavam comprados em apenas 27,073 mil contratos, a menor posição desde a semana encerrada em 23 de janeiro, segundo números do CFTC (Commodity Futures Trading Commission).

Assim, as baixas nesta primeira sessão da semana já vinham sendo intensificadas no início da tarde e, por volta de 12h05 (horário de Brasília), variavam de 15,50 a 16,75 pontos, com o julho/18 já atuando abaixo dos US$ 8,80 por bushel. Com isso, o novembro/18 já perdia também o patamar dos US$ 9,00, o qual ainda conseguia sustentar pela manhã.

"Os 'gerentes do dinheiro' se tornam cada vez mais pessimistas sobre os futuros da soja e do milho diante das boas condições de clima para o desenvolvimento das lavouras no Meio-Oeste americano. Apesar do excesso de chuvas em algumas áreas, a maior parte do Corn Belt conta com um cenário ideal para seu progresso desde o início dessa nova safra", dizem os analistas do portal internacional Agriculture.com. 

Hoje, ao final da tarde e pós fechamento de mercado em Chicago, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu reporte semanal de acompanhamento de safras com as condições das lavouras americanas. O boletim anterior trazia mais de 70% dos campos de soja em bom ou excelente estado. A expectativa para esta segunda é de que os índices venham mantidos nos 73%. 

No radar dos players está ainda a divulgação de dois outros relatórios do USDA ainda nesta semana. No dia 29, sexta-feira, chegam números atualizados dos estoques trimestrais de grãos dos EUA e da área plantada da safra 2018/19. "E os traders buscam um bom posicionamento antes da chegada desses reportes", diz a Allendale, inc. 

Além do mais, não há grandes novidades neste mercado, porém, esse tem sido um dos principais fatores de pressão sobre as cotações. Os traders seguem cautelosos diante da guerra comercial entre chineses e americanos e frente ainda à falta de notícias sobre um possível acordo entre as duas nações. 

As tarifações impostas por Donald Trump deverão começar a vigorar a partir do dia 6 próximo e a soja americana, nas mãos da China, funciona como um dos principais instrumentos de retaliação. Assim, a sinalização de uma possível demanda menor da China nos EUA mantém o mercado pressionado na CBOT. 

Complementando o quadro de informações para a formação dos preços da oleaginosa nesta segunda-feira há também a a movimentação do dólar. No cenário externo, a moeda americana seguia avançando frente a uma cesta das principais divisas internacionais e batia em sua máxima em 11 meses. 

Mercado Brasileiro

Nos portos do Brasil, a segunda-feira dá início a mais uma semana de paradeira nos negócios do mercado de grãos. A questão logística e o entrave na questão dos fretes mantêm a comercialização parada e impede que os produtores aproveitem alguma boa oportunidade de novas vendas que apareçam. 

Segundo informa o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, as indicações de compra no porto de Paranaguá, com pagamento em 30 a 40 dias, estão em R$ 84,00 por saca e pode chegar aos R$ 85,50 no fim de agosto. O principal suporte para as cotações no mercado brasileiro ainda vem dos prêmios - que seguem acima dos 160 pontos sobre os valores de Chicago - e do dólar, o qual se mantém acima dos R$ 3,70. 

"Negócios muito lentos, praticamente parados nas últimas semanas. Por enquanto, o melhor ficou para trás", diz Motter. "E na verdade, o principal problema é essa trava dos fretes. A questão dos fretes é uma interferência no mercado e acaba travando mesmo que você queira participar em um mercado fraco", completa. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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