China importa 28% mais soja do Brasil e segue evitando mercado dos EUA

Publicado em 01/11/2018 11:01

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Os Estados Unidos tiveram uma nova semana de vendas fracas de grãos para exportação, segundo os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (1). Tanto na soja, quanto no milho, os volumes comprometidos vieram abaixo das expectativas do mercado. 

Na semana encerrada em 25 de outubro, as vendas norte-americanas de soja somaram apenas 395,8 mil toneladas. O total é 34% menor do que a média das últimas quatro semanas, e o maior comprador foi Portugal. 

Novos cancelamentos foram reportados, nesta semana de 519 mil toneladas para destinos não revelados e 62,8 mil toneladas da China. 

No acumulado da temporada, os EUA já têm comprometidas 21.450,7 milhões de toneladas, contra mais de 30,3 milhões do ano passado, nesse mesmo período. A estimativa do USDA para toda a temporada é de que o país exporte 56,07 milhões de toneladas. 

De acordo com números da Administração Geral de Alfândega da China reportados também nesta quinta-feira, a nação asiática importou 28% mais soja do Brasil em setembro deste ano. Tradicionalmente, os chineses compram a maior parte de sua soja no quarto trimestre do ano nos Estados Unidos. Este ano, porém, a dinâmica mudou em função da guerra comercial que continua em curso. 

Os dados mostram ainda que as compras chinesas da oleaginosa brasileira, em setembro, totalizaram 7,59 milhões de toneladas, contra 5,49 milhões do mesmo mês em 2017. Dessa forma, o Brasil responde por 95% do total das importações de soja da China de 8,01 milhões de toneladas, contra 73% do mesmo período do ano passado. 

No mesmo período, em setembro deste ano, as importações de soja americana pela China totalizaram somente 132,248 mil toneladas, enquanto no ano passado eram 937 mil de setembro de 2017. 

O país também reduziu de setembro de 2017 a setemnbro de 2018 suas compras de soja na Argentina. Nesse intervalo, o volume passou de 738,472 mil para 153,510 mil toneladas. 

Navios mudam de rota

Nesta quinta-feira, um navio carregado com soja que ia dos EUA para a China mudou sua rota e segue agora para a Coreia do Sul, mais um reflexo da disputa comercial que continua entre chineses e americanos. 

A embarcação Star Laura levava 36 mil toneladas de soja americana e havia sido carregada em Seattle no final de setembro e deveria chegar ao porto de Qingdao na quarta-feira, mas mudou seu destino para Yeosu, na Coreia do Sul. As informações partem de uma agência de dados de embarcação chamada Refinitiv Eikon.

E o Star Laura não foi o único. O Audacity saiu também de Seattle com 70 mil toneladas de soja dos EUA com destino à Qingdao, mas, no domingo (28), mudou sua rota para Phu My no Vietnã. Já o The Golden Empress, embarcado em Louisiana no fim de setembro com 70 mil toneladas da oleaginosa, também iria para Qingdao e mudou para Singapura no último dia 23. 

Enquanto isso, no Brasil

Os últimos números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostraram que o Brasil já embarcou, até a terceira semana de outubro, 73,1 milhões de toneladas de soja, 5 milhões a mais do que no mesmo período do ano passado. Os dados mostram recordes históricos. 

"Ainda temos 8 dias úteis para serem contabilizados. Se os meses de novembro e dezembro seguirem o ritmo do ano passado, vamos ver as exportações passarem da marca das 78 milhões de toneladas. E se seguirem o ritmo deste mês vamos chegar à marca das 90 milhões de toneladas no ano", acredita o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

E o executivo reforça. "O Brasil é líder na exportação da soja em disparada, porque o segundo colocado nas exportações, que é dos EUA, exportou neste ano comercial 58 milhões de toneladas, ou seja, estamos muito a frente e nunca mais irão nos alcançar".

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Elói Petry Batista Cerro Largo - RS

    Considerando o texto, não seria aconselhável que Bolsonaro evitasse falar bobagens em relação a China?

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