Soja fecha com novas altas em Chicago nesta 5ª com foco na China e perdas no Brasil

Nesta quinta-feira (3), as cotações da soja deixaram de lado a estabilidade com a qual iniciaram o dia e voltaram a operar em campo positivo na Bolsa de Chicago. Assim, encerraram o pregão subindo entre 5,50 e 6 pontos, levando o janeiro de volta aos US$ 9,00 por bushel e o maio/19 a US$ 9,25.
As altas, mais uma vez, foram reflexo das especulações em torno de um possível acordo entre China e Estados Unidos e de sua proximidade nesse período de trégua entre os dois países. Os líderes de ambos voltam a se encontrar ainda neste mês de janeiro para dar continuidade às negociações sobre suas taxações e as expectativas são positivas neste momento.
Além disso, são fortes as especulações de que a China estaria comprando soja no mercaod norte-americano neste início de ano, dando suporte aos ganhos recentes observados na Bolsa de Chicago.
"Foi um bom início de 2019 para a soja. Ao lado desses novos cargos de soja comprados pela China nos EUA, há ainda a questão da seca no Brasil", disse o chefe dos futuros de grãos da ED&F Man Capital Markets Inc., de Chicago, Charlie Sernatinger, à Bloomberg.
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Na outra ponta, atenção aos relatos de perdas na safra do Brasil que também começam a bater nas portadas da CBOT.
"Um dos impactos do tempo muito quente e seco durante dezembro (e início de janeiro) tem sido a aceleração da maturidade da soja. Em muitas áreas secas, os produtores estão reportando que a soja está amadurecendo de 20 a 30 dias mais cedo, o que resulta em grãos pequenos e perdas irreversíveis de produtividade", diz Michael Cordonnier, Ph.D em agronomia e um dos mais respeitados especialistas em agricultura da América do Sul.
Dia a dia crescem as especulações em torno da nova safra do Brasil, do potencial que as lavouras do país ainda carregam e, principalmente, com todos os profissionais de olho nas previsões climáticas para os próximos dias. Afinal, algumas regiões produtoras receberam precipitações na última semana, mas com elas ainda se comportando de forma irregular e com volumes limitados.
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Mercado Brasileiro
No Brasil, os preços da soja ainda têm dificuldade de encontrar uma direção neste começo de ano, sentindo a pressão sobre o dólar e os prêmios na medida em que as cotações avançam na Bolsa de Chicago.
Nesta quinta, no interior do Brasil, o dia foi de recuo entre as referências, como aconteceu no porto de Rio Grande. Os indicativos no terminal gaúcho ficaram em R$ 77,50 no spot e em R$ 77,30 para fevereiro, ambos perdendo 0,64%. Em Paranaguá, estabilidade nos R$ 77,70 e R$ 77,30, respectivamente, no disponível e na referência do próximo mês.
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