Soja: Cauteloso, mercado em Chicago espera confirmações e fecha com leves altas nesta 2ª

Publicado em 25/02/2019 18:30

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Na Bolsa de Chicago, o dia foi positivo para os preços da soja nesta segunda-feira (25). Apesar de as cotações terem reduzido de forma significativa as altas para terminarem o dia subindo entre 0,25 e 1 ponto entre os vencimentos mais negociados, fecharam o pregão em alta. 

O contrato maio/19 ficou nos US$ 9,24 por bushel, enquanto o agosto, que chegou a superar os US$ 9,50 ao longo do dia, encerrou os negócios com US$ 9,43 nesta primeira sessão da semana. 

A proximidade maior de um acordo entre China e Estados Unidos começa a dar, novamente, algum suporte às cotações, que alcançaram suas mínimas em duas semanas e meia, e novas notícias - e mais otimistas neste momento - voltam a ser combustível para os preços no mercado internacional. Entretanto, assim como das outras vezes, as confirmações são necessárias para traders ainda muito cautelosos, evitando especulações agressivas em Chicago. 

Na última semana, as novas rodadas de conversa foram, segundo membros de ambas as delegações, bastante produtivas, o suficiente para fazer o presidente americano Donald Trump informar que irá estender o período de trégua com os chineses para aumentar as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos da nação asiática. 

Além disso, a China se comprometeu ainda em comprar adicionais 10 milhões de soja dos EUA e essa também foi uma informação bastante forte para o mercado nos últimos dias. A compra seria um dos bons resultados da reunião da última sexta-feira (22) de Trump com o vice-premier chinês Liu He, em Washington. 

Leia mais:

>> Trump diz que planeja cúpula com China para assinatura de acordo sobre comércio

O que limitou as cotações e arrefeceu o ritmo do avanço também foi o tom negativo adotado pelas demais commodities agrícolas - os futuros do trigo perderam mais de 3% e puxaram não só a oleaginosa, mas também o milho no mercado futuro norte-americano. 

Nesse contexto, as informações sobre a nova safra dos Estados Unidos - prevista pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - e a conclusão da safra atual na América do Sul acabam perdendo espaço entre os radares dos traders no mercado internacional. 

De acordo com informações da AgRural, a colheita brasileira da soja está concluída em 48% da área. 

O mesmo aconteceu com os bons números dos embarques semanais reportados nesta segunda-feira pelo departamento americano. Apesar de virem acima do esperado, pouco influenciaram o andamento das cotações em Chicago. 

Na semana encerrada em 21 de fevereiro, os EUA embarcaram 1.307,350 milhão de toneladas de soja, contra pouco mais de 1,08 milhão da semana anterior e frente às projeções que variavam de 900 mil a 1,12 milhão de toneladas. Em toda a temporada, o país já tem 25.036,623 milhões de toneladas embarcadas, contra mais de 37 milhões do ano passado, nesse mesmo período. 

Veja os números completos:

>> USDA: Embarques semanais de soja e trigo dos EUA ficam acima das expectativas

Mercado Brasileiro

As altas no mercado internacional motivaram algum ganho para os preços no Brasil, ajudando a neutralizar o dólar em queda neste início de semana. Nos portos, os ganhos ficaram entre 0,25% e 0,38% nas principais referências. 

Em Paranaguá, R$ 79,30 no spot e R$ 79,80 no março, enquanto em Rio Grande esse valores ficaram em R$ 78,30 e R$ 79,00 por saca, respectivamente. 

No interior, as altas foram pontuais e um pouco mais intensas, chegando a 1,99% em Ponta Grossa, no Paraná, com a saca encerrando o dia em R$ 77,00. No entanto, baixas pontuais também foram realizadas e marcaram até 3,23% em Sorriso/MT, onde a saca ficou em R$ 60,00. 

Comentário de Mercado da ARC Mercosul

ARC Mercosul

Por Cristiano Palavro

A informação de uma rodada adicional de compras chinesas de soja americana movimentou o mercado desde seu anúncio na sexta-feira. Ao longo da sessão de hoje o mercado chegou a registrar altas robustas para a oleaginosa, porém o movimento negativo nas demais commodities e a “ausência” dos operadores comerciais chineses no mercado americano limitaram os ganhos em Chicago. 

Enquanto EUA e China caminham para uma reconciliação, as vendas externas de soja brasileira seguem aceleradas neste início de 2019. Os compromissos de exportação neste ano comercial superam os registrados em 2018, puxados pela boa competitividade da soja nacional e pelo ritmo recorde da colheita nesta safra. 

As quedas robustas no mercado de trigo nesta segunda arrastaram também as cotações do milho, puxadas pelo movimento dos fundos investidores. Porém, as análises fundamentais mostram que o trigo e o milho permanecem muito baratos no mercado mundial, o que limitará os movimentos de queda nos preços.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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