Soja fecha com leves altas em Chicago nesta 4ª e preços no Brasil permanecem estáveis

Publicado em 10/04/2019 18:08

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O fechamento do mercado da soja na Bolsa de Chicago não foi diferente dos outros dias e os preços permaneceram estáveis, do lado positivo da tabela. Tímidos ganhos foram registrados - de 2,75 a 4 pontos nos principais contratos - com o maio ficando em US$ 9,02 e o agosto, US$ 9,21 por bushel. 

Como vem acontecendo há meses, o movimento do mercado é pontual e tem se dado apenas com fatores pontuais. As pequenas altas observadas entre os futuros da oleaginosa são, como explicam analistas e consultores, tão momentâneas quanto as poucas notícias que chegam ao mercado.

E nesta quarta, mais uma vez, os poucos negócios observados em Chicago foram motivados pela rasas especulações sobre a possibilidade de um acordo entre China e EUA nos próximos meses, bem como a venda de pouco mais de 130 mil toneladas dos EUA para destinos não revelados. 

Não há, portanto, a definição de grandes tendências neste momento, somente os traders ainda na defensiva e à espera de notícias concretas. 

Aos poucos, o mercado se volta para as condições de clima nos EUA. O cenário para este início de safra não é o mais favorável, porém, tais cdições ainda não chegam aos preços diante dos elevados estoques norte-americanos, estimados pelo USDA em mais de 24 milhões de toneladas. 

Além disso, a janela ideal para o plantio da soja no Meio-Oeste se estende até meados de junho e, dessa forma, a volatlidade causada pelo clima poderia se intensificar em Chicago nos próximos meses, principalmente com a chegada do verão nos EUA. 

Mercado Brasileiro

No Brasil, a mesma estabilidade pode ser sentida pelos preços, especialmente nos portos. Os negócios, portanto, seguem caminhando lentamente no país e a comercialização se mostra ainda atrasada. 

Nesta quarta, mesmo com as pequenas altas na Bolsa de Chicago, os preços se mantiveram inalterados ou apresentando algumas pequenas baixas. 

No terminal de Paranaguá, a soja disponível terminou o dia com R$ 76,00 por saca, com queda de 0,65%, e para o mês seguinte a referência é de R$ 77,00. Em Rio Grande, a baixa foi igual nos dois casos, de 0,26%, com o spot fechando em R$ 75,80 e o maio com R$ 76,30. 

Exportação de soja do Brasil em abril deve ser a menor para o mês desde 2015, diz a Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de soja devem fechar abril em torno de 9 milhões de toneladas, o que seria o menor patamar para o período em quatro anos, segundo dados do governo e de programações de navios, mesmo após o salto nos embarques na primeira semana do mês.

As vendas costumam se acelerar a partir de abril, com a colheita praticamente finalizada no país, mas neste ano têm sido abaladas por uma safra menor e a concorrência externa mais acirrada, com os EUA contando com grandes estoques após disputa comercial com a China mais acentuada ao longo do ano passado.

O line-up mais recente da agência marítima Williams, de terça-feira, mostra que cerca de 5,8 milhões de toneladas de soja ainda devem sair pelos portos do Brasil entre esta quarta-feira e o fim do mês.

Somando-se isso aos 3 milhões exportados só na semana passada, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), seriam em torno de 8,8 milhões no fechado de abril, a menor quantidade desde os 6,5 milhões em igual momento de 2015 --há um ano, as exportações somaram 10,26 milhões de toneladas.

Uma avaliação mais otimista, do CEO da comerciante AgriBrasil, aponta que as vendas externas do país poderiam superar 9 milhões de toneladas em abril.

"Os meus dados dizem que iremos exportar 9,5 milhões de toneladas de soja este mês de abril", afirmou Frederico Humberg, da AgriBrasil, que avalia que, no melhor cenário, os embarques superariam 10 milhões de toneladas.

DISPARIDADE

As avaliações contrastam com o volume projetado para o mês pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que estimou na semana passada 6,9 milhões de toneladas.

A Anec apontou na véspera embarques de apenas 2,1 milhões de toneladas na primeira semana de abril, enquanto o governo registrou 3 milhões no mesmo período.

Procurada para comentar a diferença, a associação afirmou que seus números são formados com informações de line-up enviados diariamente por diferentes agências marítimas, e que tal metodologia é adotada desde 2014 com o objetivo de fornecer dados que reflitam com maior acertividade os volumes que efetivamente foram embarcados.

A Secex não respondeu a um pedido de comentário da Reuters sobre seus dados de exportações de soja do Brasil.

Para a analista Daniely Santos, da Céleres, algumas razões poderiam, eventualmente, justificar o bom desempenho das exportações brasileiras de soja na primeira semana de abril.

"Acredito que esse número (3 milhões de toneladas) são os importadores se adiantando a esse cenário de estoques menores (no Brasil)", comentou, lembrando que a colheita deste ano no maior exportador mundial da oleaginosa cairá ante a do ciclo anterior.

"Além disso, com os problemas políticos no final de março, tivemos o dólar batendo em 4 reais, também uma conjuntura favorável para quem queria exportar", acrescentou ela, destacando que por ora a consultoria mantém previsão de embarques de 70 milhões de toneladas pelo Brasil em 2019, versus históricos 84 milhões em 2018.

Além da produção inferior, uma concorrência com outros produtores, sobretudo os EUA, que detêm amplos estoques após um 2018 às turras com China, responde por esse cenário de exportações brasileiras menores.

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Jorge A. Graunke PONTA PORÃ - MS

    Não existe demanda, só especulação..., há pouco li que ao impasse deve durar 5 anos.

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