Soja em Chicago sobe mais de 1% na semana e ajuda manutenção de preços e negócios no Brasil

Publicado em 06/12/2019 18:04

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A semana foi positiva para os preços da soja na Bolsa de Chicago e termina com quatro sessões consecutivas de avanço para os futuros da oleaginosa. As altas acumuladas em relação à última sexta-feira (29) passam de 1% nos principais contratos e ajudaram a manter bons indicativos no mercado brasileiro, uma vez que o dólar voltou aos R$ 4,15. 

O vencimento janeiro/20 fechou a semana com US$ 8,90 por bushel e alta de 1,60%; o março com US$ 9,04 e 1,46% e o maio/20, US$ 9,18 e 1,44% nesta sexta, 6 de dezembro. No mesmo intervalo, os portos se mantiveram próximos dos fechamentos da última semana. A soja disponível permaneceu estável em Rio Grande - R$ 87,00 por saca - e em Paranaguá subiu 0,57% para R$ 88,50. Já a safra nova foi a R$ 86,00 no porto paranaense e a R$ 86,50, com quedas de 0,58% e 0,57%, respectivamente. 

Os mercados, tanto nacional quanto internacional, receberam informações importantes nestes últimos dias, porém, talvez ainda sem força para promover uma mudança, ao menos por enquanto, efetiva e duradoura do andamento das cotações. Vieram notícias da China, do clima na Argentina, dos EUA, do mercado financeiro e todas tiveram seu espaço no resultado da semana. 

Segundo explica Liones Severo, diretor do SIMConsult, o mercado venceu as baixas, como antecipado pelos gráficos, e existem fundamentos consistentes para uma escalada altista a partir da virada deste ano". E o movimento, segundo o especialista, "poderá ser no relatório de 9 de janeiro do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), quando será divulgado o tamanho das produções de soja e milho, ainda afetadas pelo clima adverso. 

DÓLAR

Nesta sexta, o dólar terminou o dia com baixa de 1,02% para R$ 4,146. Segundo a agência de notícias Reuters, a divisa já acumula uma baixa de 2,6% desde que bateu em sua marca histórica de R$ 4,2856 no último dia 27. Somente nesta semana, a perda da divisa foi de 2,24%. 

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CHINA X EUA

Durante toda a semana, o mercado recebeu várias notícias sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos e finalizou-a com a informação de que a nação asiática irá irá suspender as tarifas sobre algumas cargas de soja e carne suína dos EUA, buscando avançar com as negociações para um acordo comercial e também diante de uma necessidade maior do que a oferta brasileira pode atender neste momento. 

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O mercado reagiu bem à notícia, porém, permanece a cautela entre os traders diante das novas notícias depois de quase dois anos de informações desencontradas e boatos não confirmados. 

DEMANDA

Enquanto negociam China e EUA, os chineses seguem comprando no Brasil e garantindo novos recordes para a soja nacional. De acordo com números divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de soja em novembro continuaram fortes e bateram a máxima histórica para o mês de 5.972,6 de milhões de toneladas. Do total, 94% foi destinado à China, contra 90% do volume de outubro. E esse percentual do mês passado é o segundo maior da história, ficando atrás apenas dos 97% de dezembro do ano passado. 

O gráfico abaixo, da especialista da Reuters Internacional Karen Braun, ilustra os dados:

Gráfico Soja Brasil x China

"Com o acumulado do ano até este momento chegando à casa das 74.776 milhões de toneladas, já se aproxima das projeções iniciais, que mostravam  75 milhões de toneladas, prestes a serem batidas. Assim, já se aponta que as projeções melhores - que estavam em 77 milhões - devem ser batidas também, porque ainda temos muita soja programada para ser embarcada em dezembro e já negociada", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "Desta forma, as expectativas agora dão sinais de que as vendas externas podem se aproximar das 78 milhões de toneladas", completa.

Do mesmo modo, dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que o acumulado das vendas americanas para exportação chega a 25.944,3 milhões de toneladas, maior do que no mesmo período do ano passado, quando eram 23,966 milhões. O USDA estima as vendas totais 2019/20 em 48,31 milhões de toneladas. 

O chefe do setor de grãos da Datagro, Flávio França Junior, explica que os chineses até têm comprado volumes consideráveis de soja no mercado norte-americano, no entanto, ainda insuficientes para trazer normalidade ao ritmo visto em anos anteriores. "A China já comprou quase 10 milhões de toneladas nos EUA este ano, enquanto no ano passado, nesse mesma época, eram cerca de 500 mil apenas", diz.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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