Soja sobe mais de 5% no interior do Brasil com oferta limitada e disparada do dólar

Publicado em 18/06/2020 17:45

LOGO nalogo

O mercado da soja no interior do Brasil chegou a registrar altas de até 3,77% nesta quinta-feira (18), como foi o caso de Ponta Grossa, no Paraná, onde o preço da saca encerrou o dia com R$ 110,00. Em Castro, a alta foi de 3,64% para R$ 114,00. Nas demais regiões produtoras e pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, os ganhos foram superiores e os indicativos começam a voltar para patamares muito elevados para o produto disponível.
 
Outro destaque se deu para o Mato Grosso, onde praças como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis subiram mais de 5% somente nesta quinta, levando as referências para R$ 95,00 e R$ 94,00 respectivamente. Relatos recebidos pelo Notícias, a soja disponível em Jataí, Goiás, tinha R$ 103,00 por saca, para entrega outubro. Para março/21 eram R$ 91,00. 

Nos portos, Santos foi o terminal que mais chamou a atenção, com alta de 4,55% no spot, para R$ 115,00, e de 1,89% para fevereiro do ano que vem, com a saca encerrando o dia com R$ 108,00. Em Rio Grande e Paranaguá, as cotações permaneceram estáveis. 

>> Clique AQUI e veja as cotações completas

Os preços no Brasil voltam a acompanhar a movimentação cambial e a nova disparada do dólar frente ao real nesta sessão. A moeda americana fechou com alta de 2,10% e valendo R$ 5,37. O maior valor desde 1º de junho. Com esse ganho, o dólar já acumula um saldo positivo no mês, de 0,58%. Em todo ano, a valorização é de 33,86%, segundo a agência de notícias Reuters. 

"O dólar fechou em forte alta ante o real nesta quinta-feira, terminando no maior patamar desde 1º de junho e não apenas revertendo a queda acumulada no mês como passando a subir, puxado pela combinação de exterior arisco e de noticiário local ainda inspirando cautela para o câmbio", diz a Reuters.

Além da alta do dólar, os preços da soja brasileira são favorecidos também pela oferta ajustada. O país já comprometeu quase toda a safra 2019/20 e a demanda para exportação - onde mais de 56 milhões de toneladas já foram embarcadas - começa a disputar o pouco produto com as esmagadoras nacionais. 

Assim, o mercado do interior vai se descolando cada vez mais, pagando, em alguns casos, até melhor do que a exportação. E dessa forma fica também cada vez mais regionalizado. 

Leia mais:

>> Dólar salta 2% e passa a subir em junho com exterior e noticiário local

MERCADO INTERNACIONAL

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja terminaram o pregão em campo misto. O julho subiu 1,75 ponto fechando com US$ 8,73 e o novembro, US$ 8,76, perdendo 0,50 ponto. O mercado caminhou de lado e com variações limitadas durante todo dia. 

O mercado ainda caminha de lado à espera de notícias mais fortes. No centro das atenções dos traders permanecem as informações sobre a demanda, principalmente por parte da China, e do clima nos EUA. Os modelos climáticos começam a sinalizar alguma divergência e dão suporte às cotações, segundo explicam analistas e consultores de mercado. 

No dia 20 de junho, neste final de semana, começa o verão nos Estados Unidos. Junto com a estação, chega ao produtor norte-americano uma dose a mais de preocupação e olhos quase todos os dias voltados para o céu à espera das melhores condições climáticas possíveis para uma safra que foi plantada bem rapidamente este ano.

Leia mais:

>> Verão se aproxima nos EUA e pode trazer chuvas esperadas para pontos do Corn Belt

O mapa da foto mostra as previsões de chuva para o período de 18 a 23 de junho.

Chuvas EUA 5 dias NOAA

Do lado da demanda, segue a expectativa em torno das compras chinesas. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu novo boletim semanal de vendas para exportação nesta quinta-feira (18) com números fortes para a soja contabilizando as duas safras. Foram vendidas na última semana 1,920,2 milhão de toneladas, o mercado esperava algo entre 1,1 milhão e 2,5 milhões de toneladas. 

Da safra 2019/20 foram 538,1 mil toneladas, 46% menos do que o registrado há uma semana e 36% se comparado à média das últimas quatro semanas. A China foi o principal destino. Já as vendas da temporada 2020/21 foram de 1,382,1 milhão de toneladas, e a nação asiática também foi a maior compradora da oleaginosa norte-americana. 

Os EUA já comprometeram 44,2 milhões de toneladas de soja da safra velha, contra 47,29 milhões do ano passado, nesse mesmo período. O USDA estima que as exportações totais americanas neste ano comercial sejam de 44,91 milhões de toneladas, número que foi revisado para baixo no último boletim mensal de oferta e demanda, reportado no dia 11. 

Agora, os traders precisam de mais notícias sobre novas compras para poder encontrar suporte em um momento de altas mais sólidas. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário