Gás natural sobe quase 10%, puxa mercado de óleos e dá espaço às altas da soja em Chicago
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Os futuros do óleo de soja acompanharam a alta forte das matrizes energéticas e subiram mais de 3% na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (5).O avanço do óleo - que não se limitou somente ao de soja - e deu espaço para altas superiores a 1% entre as cotações do grão neste pregão. O contrato novembro fechou o dia com US$ 12,50 eo maio com US$ 12,79 por bushel, subindo 14,75 e 14 pontos, respectivamente.
A puxada forte no mercado de energias é estimulada, principalmente, por um aumento da demanda - que ocorre mais rápido do que o estimado para o período pós pico mais severo da pandemia - e por uma oferta ainda restrita. Somente nesta sessão, o gás natural subiu quase 10%, bem como subiram ainda, mais de 1%, os fururos do petróleo brent e também o WTI.
Entre os demais óleos vegetais, se destacou e liderou as altas o mercado do óleo de palma, que renovou suas máximas históricas nesta terça-feira. Além do estímulo vindo das energias mais caras, problemas em regiões importantes de produção também ajudaram a catalisar o atual momento.
"O petróleo nas máximas em sete anos, as altas do carvão e do gás, a queda do esmagamento na China, um ciclone na Índia e estragos nas regiões produtoras de soja e mais oleaginosas, recorde nas importações chinesas e indianas de óleos e mais a quebra de safra de canola na Europa e no Canadá", como explica a Agrinvest Commodities, foram alguns dos motivos alinhados que puxaram os ganhos dos óleos hoje.
Do financeiro e das expectativas sobre as relações EUA x China, o estímulo também chegou.
"Os mercados agrícolas ainda digerem as falas de Katherine Tai nesta segunda-feira (04), que revelou 'uma visão estratégica do governo Biden para realinhar as políticas comerciais em relação à China', que deve ser pressionada cada vez mais para que cumpra os termos negociados na Fase 1 do Acordo e demais intenções comerciais", afirmou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo de Sousa.
DO OUTRO LADO
Os fundamentos vão se alinhando e já consolidam, segundo explicam analistas e consultores de mercado, a tendência de baixas para os preços da soja. A melhora do ritmo do plantio brasileiro e o bom avanço da colheita americana pressionam os preços, bem como a momentânea ausência chinesa das compras no mercado americano em função do seu feriado da semana dourada.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras com a colheita da soja 2021/22 ligeiramente acima das expectativas do mercado. Até o último domingo (3), 34% da área americana já havia sido colhida, contra 32% da média esperada pelos traders, e 16% da semana anterior. Há um ano o percentual era de 35% e a média dos últimos cinco anos de 26%.
No entanto, o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, lembra que estes fundamentos ainda não estão completamente definidos - dado todo o desenvolvimento da nova safra brasileira ainda pela frente -, o que pode também afetar a trajetória das cotações.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, o dólar também voltou a subir, porém, o comportamento dos preços da soja no mercado disponível não foi regular e algumas praças, inclusive, registraram algumas baixas. Nos portos, porém, os preços subiram. Em Paranaguá, R$ 172,00 no disponível e R$ 166,00 para safra nova, com altas respectivas de 0,58% e 0,61%. Em Rio Grande, R$ 170,00 e R$ 164,00 por saca, subindo 0,59% e 0,61%.
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