Soja: Colheita começa com clima comprometendo a safra em todo BR, dificultando estimativas

Publicado em 10/01/2022 17:08 e atualizado em 10/01/2022 17:56

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A cada novo mapa climático que é divulgado para a América do Sul a preocupação do produtor de soja aumenta. A Argentina, o Paraguai devem ser atingidos por um onda de calor, bem como no sul do Brasil, enquanto no Sudeste, Centro-Oeste e MATOPIBA as chuvas deverão continuar e também seguirão causando problemas. E é por isso que tem sido tão difícil projetar qual será o real tamanho da safra 2021/22, o que tem mantido o mercado de grãos tão volátil. 

"Em nosso relatório da abertura do dia desta segunda-feira (10) -  o Acorda Brasil, que é enviado bem no fim da madrugadinha e no raiar do dia (entre 5h50 e 6h da manhã), alertamos aos clientes que essa atualização de estimativas de safra tem sido uma das mais difíceis para nosso corpo de análise", disse o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira. 

Ainda assim, ele afirma que as perdas na América do Sul já estão na casa de 20 milhões de toneladas. E lembra ainda que "apesar das quebras em valores absolutos serem maiores para o Brasil (por possuir uma safra total maior que nossos vizinhos), as quebras em valores percentuais tem sido mais agressiva na Argentina". 

Na última semana, a Bolsa de Cereales de Buenos Aires relatou uma piora considerável na safra argentina, bem como fez o Ministério da Agricultura. De estimativas iniciais próximas a 50 milhões de toneladas, para algumas consultorias o país pode não colher 40 milhões diante do atual cenário climático, já que as perdas continuam se acumulando nos campos por conta da seca e do calor intenso, duas condições que tendem a continuar nos próximos dias.

Embora a seca seja bastante severa com as lavouras de soja, o excesso de chuvas também causa precoupação. Há cidades em estados como Mato Grosso e Goiás onde as chuvas já chegam ininterruptamente há quase 20 dias. Nas regiões produtoras do MATOPIBA, a situação é semelhante. 

"Os solos do centro-norte de Goiás, quase todo o Tocantins, mesma realidade para Minas Gerais, já atingiram a capacidade de campo e passam agora por saturação hídrica. Está impossível a mecanização no atual momento, pragas estão livres e reduzindo a capacidade produtiva das culturas em campo", lamenta Pereira. 

O produtor rural Altair Fianco, de Uruçuí/PI, relatou ao Notícias Agrícolas que a falta de luminosidade, por conta das chuvas frequentes, impossibilita o andamento dos trabalhos de campo e já reduz a qualidade das lavouras. Fianco afirma que a logística também pode ser um problema. 

Em Tocantins, cerca de 40 dias de chuvas intensas também deixam muitos campos encharcados, sem condições de entrada das máquinas para os tratos culturais e assim, muitas lavouras vão se perdendo. O presidente da Aprosoja TO fala ao Notícias Agrícolas, ao vivo, nesta terça-feira  (11) às 10h (Brasília).

Enquanto isso, onde é possível, a colheita da soja 2021/22 começa no Brasil e de acordo com os dados da Pátria está concluída em 0,20% da área, contra nenhum percentual significativo registrado no mesmo período do ano passado, 0,53% em 2020 e 0,37% de média dos últimos cinco anos. 

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"Os relatos de campo nos trazem complicações diante do cenário úmido no Centro do país, mas as produtividades no Mato Grosso estão satisfatórias", complemente Matheus Pereira.

A Pátria também afirma, no entanto, que "o grande ponto de preocupação recaí, mais uma vez, para os produtores do Sul. No Paraná, os primeiros talhões já colhidos trazem péssimas produtividades, com alguns lotes registrando 10-15 sacas/hectare de média e relatos de talhões destruídos por falta de formação do grão (seca)".

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trazem, nesta semana, seus novos reportes de estimativa de safra e as expectativas do mercado são de que ambos revisem para baixo os números da safra do Brasil, bem como - pelo USDA - da Argentina e do Paraguai. 

Em seus últimos reportes, a Conab estimou a produção brasileira em 142,8 milhões de toneladas e o USDA, em 144 milhões. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Cassiano aozane Vila nova do sul - RS

    Buenas. Pra mim é facílimo estimar basta concluir o óbvio , janela de plantio encerrado, ciclo vegetativo encerrado, potencial produtivo em queda diária e tomara que chova o quanto antes pelo bem da safrinha e além de estiar onde está alagado.? simples de se anunciar 'A SaFRA QUEbrOU.

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