Soja tem 5ª feira de intensa volatilidade na CBOT, mas fecha estável e sem direção
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A quinta-feira (16) foi de bastante volatilidade, mais uma vez, para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Ainda assim, o mercado concluiu a sessão com variações bastante modestas e pequenas altas nos contratos mais próximos, de 1,50 a 2,25 pontos. Dessa forma, o contrato maio fecha com US$ 14,91 por bushel e o julho com US$ 14,76. O setembro, que cedeu 1 ponto, terminou o dia com US$ 13,59. Durante o dia, os preços chegaram a operar com baixas de dois dígitos.
"Os futuros da soja chegaram a testar hoje as mínimas do mês. O farelo continua pesado, com fundos saindo. A posição comprada dos fundos no farelo bateu recorde na semana de 21 de fevereiro. Do lado dos fundamentos, o mercado continua muito escasso do derivado. As processadoras no Brasil falam que tanto o mercado interno, como o externo estão desabastecidos", explica a equipe da Agrinvest Commodities. "Demanda por farelo para embarque abril no mercado doméstico e demanda para maio no mercado externo".
Nesta quinta, os preços do farelo terminaram a sessão na CBOT com perdas de 0,7% a 1% nas principais posições, com o maio valendo US$ 474,00 por tonelada curta e o julho com US$ 466,00.
De outro lado, os traders também seguem de olho nas condições de conclusão da safra da América do Sul - com grande oferta vindo do Brasil, mas com atraso, e a quebra na Argentina, com um novo corte na estimativa da Bolsa de Cereais de Buenos Aires para 25 milhões de toneladas - ao passo em que acompanham também as compras mais compassadas por parte dos chineses.
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"A China está lenta e deve continuar. E faz sentido este movimento, temos uma safra grande, então eles estão tranquilos", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
No paralelo, o financeiro. Toda a profunda crise de confiança que se instalou no mercado desde o último final de semana com a falência decretada do Silicon Valley e do Signature Bank vem trazendo seus desdobramentos, inclusive chegando ao sistema bancário europeu e com problemas que aparecem agora sobre o banco suíço Credit Suisse.
O cenário mantém muito latente a aversão ao risco e vivo o o movimento dos investidores para ativos mais seguros - como ouro e o dólar - mesmo que em ações pontuais. Nesta semana, todos os ativos têm testado movimentos bruscos de altas e baixas, tentando absorver os últimos acontecimentos. O petróleo é outro exemplo deste momento. O futuro dos juros nos EUA e na Europa, bem como o caminho da inflação e a saúde de economias que são motores importantes economias para a economia global.
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A quinta-feira é de reucperação para as cotações tanto do WTI quanto do brent depois de três dias consecutivos de baixas intensas, que inclusive ajudaram a pesar sobre as cotações da soja. Com isso, as consultorias já revisam suas estimativas para os preços ficando entre US$ 70 e US$ 80 por barril até o segundo semestres, depois de a mãe de todas as commodities ter vislumbrado preços de três dígitos, segundo explicou o diretor da Helios Advisory, Flávio Gualter Inácio Inocêncio, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
MERCADO BRASILEIRO
No mercado brasileiro, a pressão é ainda maior e, como explicam analistas e consultores, deve ser um pouco mais duradoura. Além da volatilidade de Chicago, os preços para a soja brasileira sentem também a pressão dos prêmios que seguem negativos e cedendo de maneira rápida e intensa. A colheita de uma safra recorde avança, o esgotamento da capacidade logística provoca atrasos nos embarques e os valores sentem.
"O programa brasileiro está muito atrasado e isso quer dizer que haverá muita soja durante o segundo semestre e mais concorrÊcnia sobre o programa americano de exportação 2023/24", afirma Agrinvest.
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