Soja fecha terceiro pregão consecutivo em alta, com sinais importantes vindos da relação China-EUA
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A soja fechou o pregão desta quarta-feira (23) em alta na Bolsa de Chicago. Os ganhos foram tímidos ao final do dia, porém, sendo sinais importantes de um mercado ainda bastante resiliente frente a tantas turbulências que têm enfrentado, em especial para os preços no cenário norte-americano.
Os futuros da oleaginosa terminaram a sessão subindo entre 2,75 a 5,50 pontos nos principais contratos, com o maio sendo cotado a US$ 10,41 e o setembro a US$ 10,24 por bushel. Os ganhos mais intensos se deram nos contratos mais curtos.
"Posições mais cautelosas aumentam chance de mediação do conflito China-EUA, com conversas agendadas para os próximos dias, o que anima o mercado da soja na CBOT", afirma o time da Pátria Agronegócios.
Este foi o terceiro pregão consecutivo de ganhos para a soja na CBOT, refletindo uma combinação de sinais importantes que vêm dos fundamentos e também dos cenários macroeconômico e geopolítico. Há uma chance um alinhamento entre as duas maiores economias do mundo, como também a possibilidade de a área dedicada ao plantio da soja nos EUA para a safra 2025/26 seja ainda menor do que o esperado. Em março, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sinalizou uma diminuição de 4% em relação à temporada anterior.
Do mesmo modo, um sentimento de certa tranquilidade toma conta dos mercados nesta quarta-feira depois que o presidente americano Donald Trump adotou um tom menos austero e agressivo sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Nos últimos dias, Trump fez duras críticas ao chairman do Fed, depois recuou dizendo que não pretende demiti-lo - o que teria que fazer na Suprema Corte, já que a instituição é independente - e as declarações acalmaram pelo menos uma parte dos ânimos do mercado.
Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os sinais de uma possível negociação entre China e EUA se somam ao plantio do milho avançando rápido nos EUA.
"Com a fala do Trump sobre tarifas mais amenas para a China mostra que pode haver negociação lá na frente, e na negociação um acordo em que a China vai se comprometer a comprar soja americana e isso dá suporte aos preços em Chicago. Acontecendo isso, a frente, a soja pode vir a trabalhar de US$ 10,50 a US$ 11,00. O mercado tem espaço para isso no médio prazo", explica.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, o mercado está mais pesado nestes últimos dias, sentindo a pressão do dólar e também dos produtores ainda avançando com as vendas, precisando fazer caixa para cumprir seus compromissos financeiros do final deste mês, ainda como detalha o consultor.
"Isso é o normal. Chegaram as contas, o produtor deixou para a última hora, vai pegar uns reais a menos por saca, e isso está acontecendo, com balcões e portos em queda. Mas, é o mercado local, porque em Chicago, normalmente, de maio a julho, ele tende a ter uma evolução das cotações", diz Brandalizze.
Para o consultor, a semana deverá ser marcada pela comercialização de, aproximadamente, dois milhões de toneladas de soja brasileira - ou algo como 40 milhões de sacas. Para este volume, a média dos portos deverá ser R$ 4,00 por saca menor, o que significa que R$ 160 milhões poderão "se perder" pelos produtores não terem vendido antes ou travado seus preços em patamares mais elevados, em especial nas últimas duas semanas.
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