Soja: Portos têm preços de R$ 138 a R$ 142/sc e Brasil vai registrando semana de novos negócios
![]()
O mercado da soja fechou a terça-feira (14) no vermelho. Os preços operaram durante todo o dia em campo negativo e foram amenizando as perdas ao longo do dia, mas mantendo-se lateralizado. As perdas ficaram próximas de um ponto nos principais vencimentos, o que deixou o novembro nos US$ 10,06 e o maio em US$ 10,54 por bushel.
A pressão continua a vir dos fundamentos combinado com o cenário político diante da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Segundo afirma o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado estima que a colheita norte-americana da soja já esteja na casa dos 60%, porém, com os traders ainda sem receber os dados do governo norte-americano em função do shutdown. "Isso traz pressão em Chicago, porque sem o maior comprador mundial no mercado dos EUA isso é inevitável. Mas, a boa notícia é que os preços continuam sustentando a posição dos US$ 10,00 por bushel", diz.
Ainda nesta terça-feira, o mercado também recebeu a nova e primeira projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra 2025/26 de soja do Brasil em 177,6 milhões de toneladas, contra o número do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 175 milhões. E este acaba sendo mais um fator de pressão sobre os futuros da oleaginosa na CBOT.
MERCADO BRASILEIRO
Já no Brasil, os preços continuam encontrando suporte nos prêmios - ainda muito fortalecidos pela intensidade da demanda, em especial por parte da China na exportação - e, nesta terça, pelo dólar que volta a se aproximar dos R$ 5,50.
Assim, "o mercado de portos segue negociando. É uma semana de negócios, os negócios estão fluindo, é um momento de cavalinho encilhado", afirma Brandalizze, que complementa dizendo que 127 milhões de toneladas da safra 2024/25 já foram negociadas, 74,3%. "Em volume é recorde e o produtor está aproveitando este novo momento de pico que temos hoje de R$ 138,00 a R$ 142,00 nos portos, e vai negociando".
Entre ontem e hoje, as vendas de soja, como relata o consultor, passaram já de um milhão de toneladas.
Os negócios continuam se mostrando mais favoráveis à soja disponível, uma vez que os prêmios continuam orbitando na casa dos 200 pontos, ou US$ 2,00 por bushel acima das referências observadas na Bolsa de Chicago. Já para a safra nova, os prêmios são mais contidos, embora mantenham-se positivos, o que forma preços - até este momento - menos atrativos, portanto, para os produtores, o que também limita o ritmo da comercialização 2025/26.
Ainda segundo informações da Brandalizze Consulting, há cerca de 21% da nova safra já comercializada, contra 30% da média dos últimos anos.
Somente Mato Grosso, segundo dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), em setembro renovou seu recorde na exportações de soja, com 870 mil toneladas exportadas. No acumulado do ano até o mês passado, o total chega a 28,99 milhões de toneladas, 17,27% a mais do que o registrtado em todo o ano de 2024, sendo este o maior acumulado da série histórica.
"Com o avanço da entressafra, aliado a redução da oferta disponível da oleaginosa, os embarques tendem a desacelerar nos próximos meses, conforme o padrão sazonal do estado. A expectativa do Imea é que até o final de 2025 o volume exportado atinja 30,50 milhões de t, representando um crescimento de 23,33% frente a safra 2023/24", afirmam os especialistas do Imea.
Neste ritmo, a comercialização da soja 2024/25 de Mato Grosso já alcança 95,70% da produção, também segundo o levantamento do instituto. "Esse movimento foi impulsionado pela alta nas cotações da oleaginosa registrada no início do mês, o que estimulou os produtores a realizarem novos negócios, resultando em um avanço de 3,76 p.p. frente a ago/25. No entanto, a posterior retração dos preços limitou o ritmo das vendas nas semanas seguintes. Em relação ao valor negociado, o preço médio fechou em R$ 120,53/sc, representando um recuo de 0,94% em relação ao mês anterior", traz o boletim semanal do Imea.
![]()
O mesmo não se registra, todavia, na comercialização 2025/26, que chega a 31,46% e, em setembro, marcou alguma evolução. "Apesar do avanço, o indicador está 1,57 p.p. abaixo ao mesmo período da safra anterior e 8,15 p.p. inferior à média dos últimos cinco anos. Por fim, a média dos preços negociados foi de R$ 109,28/sc, redução de 0,85% no comparativo mensal".
0 comentário
Brasil tem recorde de exportações no complexo soja e China reduz necessidade de compras dos EUA
Brasil tem recorde de exportações no complexo soja e China reduz necessidade de compras dos EUA
No programa de Analisando sua Comercialização, Victor Cazzo abre canal direto para agricultores esclarecerem dúvidas de comercialização
Soja tem manhã de estabilidade em Chicago nesta 3ª feira, mas mantém foco em cenário conhecido
Soja fecha com altas de dois dígitos com clima incerto no BR e governo dos EUA avançando para um acordo
Controle de qualidade da semente de soja garante maior potencial produtivo do plantio