Soja: dólar firme e rumores de possível aumento da área de plantio derrubam cotações em Chicago

Publicado em 26/03/2010 09:56
Nesta quinta-feira (25), as cotações futuras de soja relativas aos três primeiros vencimentos fecharam com sólidas perdas, na Bolsa Mercantil de Chicago (CME Group). As cotações da oleaginosa sofreram forte pressão negativa acarretada pela firmeza do dólar norte-americano perante o debilitado euro e perante outras modas conversíveis.

Foram ainda prejudicadas por fatores negativos de análise técnica - níveis importantes de suporte e níveis representados por médias móveis expressivas foram rompidos para baixo. Além disso, a tônica de retrocesso de preços futuros que prevaleceu em grande parte dos pregões de commodities agrícolas e não agrícolas também prejudicou as cotações de soja em Chicago.

Apesar da previsão de clima mais seco e mais quente no Meio-Oeste dos EUA, a partir da próxima semana, voltaram a circular entre analistas e traders da mencionada praça internacional comentários relativos a possível e expressivo incremento da área destinada ao plantio de soja norte-americana, às custas de eventual redução da área de milho no referido país.

O SojaNet não concorda com opiniões de traders em Chicago que citaram a ausência de fatos e de notícias pertinentes aos fundamentos de oferta e de demanda da oleaginosa como um dos motivos da acentuada queda das cotações futuras de soja, nesta quinta-feira. Isto devido à circunstância de que nesta data o Escritório de Estatísticas dos EUA (US Census Bureau) informou que o processamento de soja naquele país no mês de fevereiro foi nada menos do que aproximadamente 4,2 milhões de toneladas da oleaginosa, ou seja, o maior total de esmagamento norte-americano de soja em mês de fevereiro de todos os tempos. Foi superior a cerca de 3,7 milhões de toneladas esmagadas em fevereiro do ano passado e também superior à média de aproximadamente 3,8 milhões de toneladas esmagadas na média dos cinco últimos anos safra, nos respectivos meses de fevereiro. A economia dos EUA está em franca recuperação.

Isso não bastasse, foram expressivos os números divulgados nesta quinta-feira pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sobre os registros totais efetuados na semana passada de soja, farelo e óleo destinados à exportação. Esses registros atingiram 319.900 toneladas de soja, 215.200 toneladas de farelo de soja e 13.800 toneladas de óleo de soja.
Nesta data, os fundos de especulação venderam cerca de 8.000 lotes futuros (1.088.000 toneladas) de soja e 2.000 lotes futuros cada, de farelo de soja e de óleo de soja.

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