Safra 2010/2011: soja ainda ‘salva’ a lavoura
Embora a safra de 2009/2010 tenha batido recorde de produção, este ano o milho perderá área cultivada para a soja. Rita explica que são várias avaliações que o agricultor deve fazer e de forma individual escolher a cultura. Tem a produtividade, custo de produção, valor do produto depois de colhido e principalmente as condições climáticas. “Este ano está prevista a La Niña e indica mais seca e se pegar o milho na fase da frutificação, o grão fica sem qualidade e depois a venda não cobre o custo de produção”, revela.
Como diante de todos os fatores o milho ficou arriscado, a opção foi a soja, que segundo Rita é mais resistente caso ocorra estiagem. “No ano retrasado teve estiagem e quem plantou milho viu que quem plantou soja perdeu menos”, relata ao citar que a soja depois de um período de seca pode recuperar a produtividade com a chuva, mas o milho, dependendo da fase é prejuízo certo. “Como não sabem ainda dizer quando teremos seca, é melhor se prevenir”, comenta.
Em termo de custo de produção, a agricultora ressalta que a do milho é maior do que da soja, o preço pago ao produtor está baixo e é menor ao de soja, mas tem a produtividade. “Mas a produção é maior, enquanto o milho são 300 sacas por alqueire, de soja dá umas 100 ou 150”, ressalta a necessidade de fazer as proporções antes da escolha. Mas, as contas, na visão de Rita, para este ano são arriscadas, porque tem a condição climática, que pode significar muitas perdas, que no caso do milho são maiores.
Plantio
A produtora rural já está com tudo comprado para o plantio, agora espera mais notícias sobre o clima, para saber se pode adiantar ou retardar o plantio para tentar “fugir” da seca. “Ainda não sabem quando será a estiagem, vou aguardar para ver se sai alguma outra informação para determinar quando irei plantar”, revela. Mas, a maior parte do custo de produção da safra verão já está pronta, sementes e insumos.
Rita explica que comprou sementes, defensivos e fertilizantes e que este ano o custo de plantio diminuiu, pois o mercado já contava com uma possível diminuição nas vendas. “Se é certo que o clima dará prejuízos para a agricultura é esperado que o produtor invista menos”, cita. Para quem irá arriscar, a produtora garante que os preços estão melhores. “Ano passado o mercado sabia da possibilidade de safra recorde e usou disto para também aumentar os preços”, critica.
Na semente que foi paga R$ 3,50 o quilo no ano passado este ano a agricultora pagou R$ 1,80. “Mas se o custo de produção foi menor, tem a possibilidade de ter perdas pelo La Niña, estou consciente”, afirma ao pontuar que quando ocorre este fenômeno a produtividade tende a diminuir, pois em algum momento da cultura poderá sofrer secas, mas o agricultor novamente tem que usar da sorte.