Crise na Grécia e Senado dos EUA derrubam mercados agrícolas
O declínio dos preços na CBOT foi liderado pelo milho, que acabou, consequentemente, derrubando também a soja e o trigo.
Entre os fundamentos, a melhora climática na principal região produtora dos EUA, a lentidão da demanda confirmada nos números de exportações semanais e a falta de novidades que pudessem oferecer suporte ao mercado acabaram acelerando o recuo.
Além disso, o Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira uma emenda que propõe o fim do subsídio ao etanol. A emenda aprova o encerramento do crédito de US$ 0,45 por galão de etanol, assim como a eliminação da tarifa de US$ 0,54 por galão sobre o etanol importado.
A notícia foi considerada baixista pelo mercado, porém, segundo explica o analista Flávio Oliveira, da Terra Futuros, o efeito da informação deve ser sentido somente ao longo de 2012. Além do mais, a emenda ainda precisa ser aprovada pela Casa Branca.
Oliveira diz ainda que esse fechamento negativo para os grãos refletiu mais um pânico gerado pela preocupação com o mercado financeiro do que os fundamentos, que permanecem positivos.
O analista lembra que a safra norte-americana, apesar de contar com boas expectativas, ainda não está efetivado e que há um mercado de clima todo pela frente. "Há uma redução de área, e não pode haver perda, o foco agora é produtividade. O mercado está subvalorizado, valendo menos do que vale na realidade", enfatiza.
Veja como ficaram as cotações dos grãos na Bolsa de Chicago:
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Senado dos Estados Unidos vota por encerrar subsídio ao etanol
O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira uma emenda que propõe o fim do crédito fiscal de US$ 0,45 por galão de etanol, assim como a eliminação da tarifa de US$ 0,54 por galão sobre o etanol importado.
A emenda para acabar com os incentivos ao etanol passou por 73 votos a 27, mas será incluída em um projeto de lei que enfrentará dificuldades para ser aprovado no Senado.
A Casa Branca afirmou ser contra a "revogação imediata" do incentivo federal para o etanol.
O fim da tarifa ao etanol é uma antiga reivindicação da indústria brasileira, que vê a medida como uma oportunidade de ampliar suas exportações, embora atualmente as usinas tenham dificuldade de abastecer até mesmo o mercado interno, mais atraente do que as vendas externas.
Na terça-feira, uma proposta legislativa para eliminar os créditos tributários ao etanol nos Estados Unidos, assim como a tarifa, não foi aprovada no Senado norte-americano, o que eliminaria uma ajuda ao setor de US$ 6 bilhões por ano.
Ao mesmo tempo, a Câmara dos EUA votou (283 a 128 votos) nesta quinta-feira para impedir o Departamento de Agricultura de financiar a construção de tanques e misturadores de etanol em postos de combustíveis.
A indústria busca o financiamento para poder vender gasolina com uma maior mistura do biocombustível.