Crise na Grécia e Senado dos EUA derrubam mercados agrícolas

Publicado em 16/06/2011 17:45 e atualizado em 16/06/2011 19:14
A quinta-feira foi mesmo de fortes baixas para os futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago. Um movimento de vendas generalizadas foi registrado diante de um aumento da aversão ao risco por parte dos investidores por conta das preocupações que assolaram o mercado financeiro.

O declínio dos preços na CBOT foi liderado pelo milho, que acabou, consequentemente, derrubando também a soja e o trigo.

Entre os fundamentos, a melhora climática na principal região produtora dos EUA, a lentidão da demanda confirmada nos números de exportações semanais e a falta de novidades que pudessem oferecer suporte ao mercado acabaram acelerando o recuo.

Além disso, o Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira uma emenda que propõe o fim do subsídio ao etanol. A emenda aprova o encerramento do crédito de US$ 0,45 por galão de etanol, assim como a eliminação da tarifa de US$ 0,54 por galão sobre o etanol importado.

A notícia foi considerada baixista pelo mercado, porém, segundo explica o analista Flávio Oliveira, da Terra Futuros, o efeito da informação deve ser sentido somente ao longo de 2012. Além do mais, a emenda ainda precisa ser aprovada pela Casa Branca.

Oliveira diz ainda que esse fechamento negativo para os grãos refletiu mais um pânico gerado pela preocupação com o mercado financeiro do que os fundamentos, que permanecem positivos.

O analista lembra que a safra norte-americana, apesar de contar com boas expectativas, ainda não está efetivado e que há um mercado de clima todo pela frente. "Há uma redução de área, e não pode haver perda, o foco agora é produtividade. O mercado está subvalorizado, valendo menos do que vale na realidade", enfatiza.

Veja como ficaram as cotações dos grãos na Bolsa de Chicago:

>> SOJA       >> MILHO       >> TRIGO      

Senado dos Estados Unidos vota por encerrar subsídio ao etanol

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira uma emenda que propõe o fim do crédito fiscal de US$ 0,45 por galão de etanol, assim como a eliminação da tarifa de US$ 0,54 por galão sobre o etanol importado.

A emenda para acabar com os incentivos ao etanol passou por 73 votos a 27, mas será incluída em um projeto de lei que enfrentará dificuldades para ser aprovado no Senado.

A Casa Branca afirmou ser contra a "revogação imediata" do incentivo federal para o etanol.

O fim da tarifa ao etanol é uma antiga reivindicação da indústria brasileira, que vê a medida como uma oportunidade de ampliar suas exportações, embora atualmente as usinas tenham dificuldade de abastecer até mesmo o mercado interno, mais atraente do que as vendas externas.

Na terça-feira, uma proposta legislativa para eliminar os créditos tributários ao etanol nos Estados Unidos, assim como a tarifa, não foi aprovada no Senado norte-americano, o que eliminaria uma ajuda ao setor de US$ 6 bilhões por ano.

Ao mesmo tempo, a Câmara dos EUA votou (283 a 128 votos) nesta quinta-feira para impedir o Departamento de Agricultura de financiar a construção de tanques e misturadores de etanol em postos de combustíveis.

A indústria busca o financiamento para poder vender gasolina com uma maior mistura do biocombustível.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas + Reuters

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