Sojicultores adotam cultura de crotalária na entressafra da soja para substituir o milheto

Publicado em 28/10/2011 15:22 e atualizado em 08/03/2020 16:00
Plantio de crotalária na entressafra da soja está se difundindo em Mato Grosso, em substituição ao milheto ADR 300 e 70-10, como alternativa para reduzir a densidade populacional de nematóide. Mais eficaz, a substituta consegue diminuir melhor a densidade populacional do nematóide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), se comparado com os resultados obtidos pelo uso do milheto.

Porém, o custo é mais elevado. Ao cultivar 200 hectares com crotalária, o produtor irá desembolsar no mínimo R$ 14,4 mil, investimento 140% maior que o empregado para o cultivo do milheto, que exigiria R$ 5 mil. Resultado é obtido considerando o custo médio do quilo da semente de milheto (R$ 2,50) e de crotalária (R$ 6) e a quantidade mínima semeada, sendo 10 quilos/há para o milheto e 12 quilos/ha para a crotalária.

Produtor Celso Antonio Nicaretto, da fazenda Pleno Verão, diz que comprou as sementes de crotalária na região Sul do Estado, pagando cerca de R$ 7,50 (kg). “Plantei 200 hectares no mês passado, logo após a colheita da soja”. Influenciado por vizinhos, Nicaretto diz que optou por investir na cultura, após observada eficácia no controle do nematoide.

Na região Leste do Estado, o produtor José Luiz Steffen diz que pretende plantar a crotalária logo após a colheita da próxima safra de soja. “Plantei2,990 mil hectares de soja e 300 hectares de milho este ano”. Pesquisadora Ligia Rossetto Lopes cita o caso de um produtor de Nova Mutum que colheu 22 sacas de soja por hectare com a incidência do nematoide e após rotação com a crotalária a produtividade obtida subiu para 52 sacas por hectare.

Mas, acrescenta, cabe ao produtor avaliar qual alternativa é mais viável economicamente, mas considera que ofator de reprodução do nematoide com uso do milheto é de 0,2% e com a crotalária é zero.  Essas cultivares funcionam como uma armadilha, atraindo e aprisionando larvas de nematoides. “Por enquanto, o manejo mais adotado no Estado é do milheto, para formação de palhada e controle da doença”.

Mas, acrescenta a pesquisadora, com as perdas causadas nos últimos 3 anos, a crotalária passou a ser adotada em todas as regiões produtoras de soja e milho de Mato Grosso.  Antes de optar por qualquer uma das duas alternativas, Rossetto orienta o produtor a consultar um técnico ou engenheiro agronômo. Decisão deve ser baseada na análise nematológica, realizada por laboratórios de confiança no Estado. “O Pratylenchus não é fácil de controlar, ao contrário dos nematóides de galha e cisto, porque esses já tem cultivares de soja e milho resistentes a eles”.

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Aprosoja

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