Mecanização nos canaviais amplia oferta de produtos para a cadeia

Publicado em 29/06/2012 08:41
Colheitadeira substitui a queima controlada da cana.
O avanço do plantio e da colheita mecanizados da cana no Estado de São Paulo (SP) vem motivando o lançamento de novos produtos e acirrando cada vez mais a concorrência entre empresas no setor sucroenergético. O exemplo mais recente é o da brasileira Tramontina, empresa fabricante de enxadas e facões, instrumentos cada vez menos usados nos canaviais brasileiros devido à crescente mecanização. No inicio de maio, a marca lançou uma linha especial com 600 mil lâminas para máquinas colheitadeiras de cana.

“Em SP, maior pólo de produção de cana e onde a colheita já é realizada com máquinas em 65% dos canaviais, a mecanização criou um novo nicho de mercado. E quando se está em um segmento competitivo, o único caminho é investir em inovação tecnológica, no que o setor só tem a ganhar,” avalia Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). Segundo a Tramontina, as novas lâminas produzidas especialmente para máquinas colheitadeiras de cana são feitas com aço especial, que possui uma resistência 40% superior. 

A mecanização do plantio e da colheita da cana ganhou forte impulso após representantes da UNICA e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA) assinarem em junho de 2007 o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético. O documento, que estabelece o fim do uso do fogo controlado para facilitar o corte manual da cana, antecipa em sete anos, de 2021 para 2014, a extinção da prática em áreas planas, onde é possível introduzir a colheita mecanizada. Mesmo em regiões onde a inclinação é superior a 12 graus, consideradas não-mecanizáveis com tecnologias existentes, o prazo foi antecipado em 14 anos em relação ao que determina a lei, de 2031 para 2017. 

Novas tecnologias

Outros produtos de última geração destinados às operações nos canaviais também foram apresentados na 19ª feira internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow). Realizada em Ribeirão Preto entre os dias 30 de abril e 04 de maio, o evento, a feira gerou transações envolvendo tecnologia agrícola avaliadas em R$ 25 milhões e atraiu mais de 125 mil visitantes.

A John Deere, multinacional com sede nos Estados Unidos (EUA), lançou uma linha de tratores com cinco versões, equipados com motores que vão de 125 cavalos (cv) até 180 cv. Duas colheitadeiras de cana também foram expostas ao público; os modelos 3520 e 3522. O primeiro tem características que favorecem a colheita em canaviais de alta produtividade, enquanto o segundo consegue colher duas linhas de cana em espaçamentos reduzidos. Um novo sistema de irrigação por gotejamento também foi apresentado.

Em relação ao plantio mecanizado da cana, o mercado também mostra sinais de intensa evolução. Aos poucos, cada vez mais usinas têm utilizado uma tecnologia inovadora lançada pela Syngenta, chamada de Plene, para plantar mudas de cana de maneira mais eficiente, reduzindo custos com máquinas e mão-de-obra. As mudas possuem gemas, local por onde a cana brota, tratadas de forma industrial contra doenças e pragas, que permitem à cana maior captação de água e nutrientes do solo. John Deere e Syngenta são as maiores comercializadoras da tecnologia no mercado nacional.

Outra empresa de tradição e investimento pesado no segmento sucroenergético é a CASE IH, divisão do Grupo FIAT dedicada à fabricação de máquinas agrícolas. Por meio de uma parceria de mais de 20 anos com o Grupo São Martinho, a CASE IH desenvolve melhorias em tratores, colhedoras, pulverizadores, plantadoras, equipamentos de agricultura de precisão, telemetria e controle de frota. Atualmente, a usina associada à UNICA utiliza quase 100% de equipamentos da marca italiana.
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Fonte:
Unica

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