Para CNA, o aumento da CIDE, da chuva e a seca na Ásia em 2015 favorecem safra de cana-de-açúcar

Publicado em 22/09/2015 08:17
As safras de 2015/16 e 2016/17 terão aumento em sua produtividade. O etanol terá maior produção e consumo em relação ao açúcar, em razão do grande estoque mundial do produto

Na safra deste ano 2015/2016 houve um pequeno aumento da produtividade do setor sucroenergético, basicamente pelo volume de chuvas. Esse fator irá proporcionar uma melhor oferta e demanda no mercado. Apesar de muita “cana bisada” (cana que não pode ser colhida e ficou no campo por mais de uma safra) para a próxima safra 2016/2017, o cenário é positivo. O destaque vai para o etanol, que terá uma maior produção em relação ao açúcar, uma vez que o estoque mundial do açúcar é grande e o baixo preço do produto atrapalha as exportações brasileiras. Outro fator que contribui para o destaque do etanol é que as usinas estão com estoque do produto.

A próxima safra 2016/2017 vai contar com canaviais envelhecidos (cortando a mesma cana a cada safra), pois o setor está com problemas de liquidez e não investe em tecnologias. Esse fator pode atrapalhar a produtividade. O normal são seis cortes, ou seja, seis anos colhendo a mesma matéria-prima. Nos próximos anos a tendência é que haja um aumento no número de cortes.

De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Cana-de-açúcar da CNA, Rogério Avellar, em termos mercadológicos três fatores irão influenciar: o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina (vai estimular a competitividade do etanol), o maior número de chuvas (que proporciona mais oferta e maior produção) e a seca na Ásia em razão do fenômeno El Niño (que faz melhorar o preço do produto no mundo e aumenta a produtividade mundial).

Unica: Discussão sobre produção de etanol e preços de alimentos perde relevância com novo relatório da FAO

São Paulo, 21 de setembro de 2015 - Os combustíveis renováveis não são um fator determinante para a alta ou baixa nos preços dos alimentos pelo mundo. O argumento, defendido repetidamente pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) com base em estudos publicados ao longo dos últimos anos, foi novamente endossado, desta vez pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação em seu Índice de Preços (FAO Food Price Index, em inglês), divulgado em agosto de 2015.

Segundo o levantamento, ao contrário dos falsos mitos que associam a expansão dos biocombustíveis com a queda na produção alimentar, petróleo e energia são, verdadeiramente, os maiores responsáveis pelas variações tarifárias das commodities, especialmente no segmento alimentar. Em sua série histórica, o Índice de Preços da FAO revelou em agosto uma queda de 5,2% nos preços dos alimentos em relação ao mês anterior, índice mais baixo registrado desde dezembro de 2008.

Paralelamente, e não por coincidência, no mesmo período, os preços do petróleo caíram 19%, fechando em US$ 48.25 por barril em 31 de julho. Importante ressaltar também que, neste período continuou havendo aumento dos biocombustíveis no mundo. Somente nos dois últimos anos, verificou-se uma expansão de 10% na produção de etanol no mundo, saltando de 83,5 bilhões de litros para 94 bilhões neste ano.

Para o diretor Executivo da UNICA, Eduardo Leão de Sousa, o boletim divulgado pela FAO reforça a sustentabilidade dos biocombustíveis no cenário internacional, e cita o setor sucroenergético brasileiro como um dos líderes neste processo de conscientização. “O tempo é o senhor da razão. O mito que prevaleceu no final da década passada, de que o etanol seria o grande causador da alta de alimentos, caiu por terra e demonstra que o debate estava fortemente contaminado por uma forte dose de paixão. O caso brasileiro é ilustrativo: somos o segundo maior produtor de etanol no mundo e, para tanto, utilizamos apenas 1% de nossas terras aráveis para fabricá-lo, ao mesmo tempo que vimos batendo recordes consecutivos de produção e exportação de alimentos”, afirma.

O representante da Aliança Global de Combustíveis Renováveis (GRFA, em inglês), Bliss Baker, cuja organização sem fins lucrativos se dedica a promover políticas favoráveis aos biocombustíveis ao redor do mundo, ratifica os argumentos do executivo da UNICA, entidade integrante da GRFA desde julho deste ano.

Em artigo publicado no site Ethanol Producer Magazine, Baker ressalta que a desmistificação “combustíveis renováveis vs alimentos” não é uma surpresa para a indústria de biocombustíveis e nem para a GRFA, que desde 2010 publica um gráfico sobre o tema. “O gráfico compara o índice global de preços de alimentos publicado pela FAO com àqueles do petróleo bruto, e os resultados são inegáveis: A recente queda dos preços do petróleo bruto tem sido seguida por uma baixa no índice de preços global de alimentos”, salienta o porta-voz. O executivo da GRFA cita ainda o estudo “Long-Term Drivers of Food Prices”, lançado pelo Banco Mundial em maio de 2013.

 

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Analisando os períodos 1997-2004 e 2005-2012, o documento demonstra que o preço do petróleo bruto influenciou em mais de 50% a formação os preços dos alimentos, que no caso do milho e do trigo foi de 52% e 64%, respectivamente. “É interessante notar que essa queda recente no índice de preços alimentares enquanto a produção de biocombustíveis cresceu para mais de 90 bilhões de litros por ano,” conclui.
 
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Fonte:
CNA + Unica

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