Clima adverso no BR dá suporte para altas de quase 4% no açúcar em NY
![]()
As cotações futuras do açúcar fecharam a sessão desta quinta-feira (05) com altas expressivas no cenário internacional, quase 4% em Nova York e mais de 3% em Londres. O dia foi de suporte com atenção ao clima adverso no Brasil e financeiro.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 3,85%, cotado a US$ 18,62 c/lb, com máxima de 18,69 c/lb e mínima de 17,83 c/lb. O tipo branco em Londres teve alta de 3,24%, a US$ 461,80 a tonelada.
"Na verdade, é um movimento técnico baseado no risco climático no Brasil", disse Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado em referência à valorização do adoçante no dia. Apesar da alta, os US$ 19 c/lb não dever ser batidos.
Além de uma seca persistente, a safra de cana do Centro-Sul registrou geadas generalizadas nas últimas semanas. Diante disso, o mercado teme reflexos na produção desta safra e também para a temporada 2022/23.
Em meio esse cenário climático, importantes consultorias já começam a revisar suas estimativas para a temporada 2021/22. A comerciante Wilmar baixou sua estimativa na nova safra de açúcar do Brasil para menos 28 milhões de t de açúcar.
Leia mais:
+ Variante Delta coloca em xeque recuperação da demanda chinesa por açúcar
+ Line-up semanal de açúcar do Brasil tem queda para 1,36 mi de t em 35 navios
+ Geadas incomuns no Brasil afetam a produção de açúcar
+ China x Delta: Mercados ainda vão sentir impactos, mas demanda por soja segue forte
No financeiro, o dia foi de suporte pela valorização nas cotações do petróleo, dando suporte aos preços do açúcar. Além disso, o dólar chegou a registrar queda sobre o real em parte do dia, o que tende a desencorajar as exportações.
Apesar de se aproximar das máximas do final de julho, o mercado do açúcar em Nova York ainda não deve ter forças para romper os US$ 19 c/lb. "A Índia continua vendendo com os atuais patamares, sem ajuda do subsídio, e tem estoques para isso", pontua Muruci.
Por outro lado, o mercado olha para as informações da demanda, com queda na programação de navios do Brasil para os próximos dias. Além disso, a variante Delta tem colocado em xeque recuperação da demanda chinesa por açúcar.
"O consumo de açúcar pode cair nos meses restantes do verão e nos próximos feriados, à medida que as reuniões sociais diminuem", disse em relatório a trading inglesa Czarnikow.
Mercado interno
Os preços do açúcar completaram a terceira alta seguida no mercado do Brasil. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,84%, com a saca de 50 kg cotado a R$ 120,79.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 132,00 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 18,11 c/lb – estável.
0 comentário
Açúcar cai com movimento técnico nesta 6ª feira (26) mas fecha semana com ganhos acima de 2%
Moagem de cana diminui no Norte e Nordeste mas produção de etanol anidro segue em alta
Mercado do açúcar recua em sessão de ajustes, mas mantém radar nos fundamentos
Preços do açúcar fecham em alta após consultoria projetar queda de produção no Brasil
Após um ano de impasse, Consecana/SP se mantém no centro das atenções do setor canavieiro
Mercado do açúcar avança com cobertura de posições e volta ao patamar de 15 cents em NY