Mercado do açúcar se estabiliza abaixo de 16 cents em NY

Publicado em 23/09/2025 08:50 e atualizado em 23/09/2025 09:44
Preços internos melhoram para o adoçante, mas recuam no etanol

Logotipo Notícias Agrícolas

Nesta terça-feira (23), o mercado de açúcar mantém o viés de preços reduzidos, com os principais contratos estabilizados abaixo de 16 cents de dólar por libra-peso, refletindo a oferta confortável da commodity no cenário internacional. Em Nova Iorque, o contrato outubro/25 subiu 0,26%, cotado a 15,29 cents, enquanto o março/26 avançou 0,13%, para 15,93 cents, e o maio/26 teve alta de 0,19%, a 15,58 cents. Em Londres, o contrato dezembro/25 do açúcar branco encerrou em US$ 456,20 por tonelada, valorização de 1,15%.

Mesmo com o leve respiro de hoje, os preços vêm acumulando quedas nos últimos seis meses. Na semana passada, o açúcar de NY chegou à mínima de 4,25 anos no futuro próximo, pressionado pelo avanço da produção brasileira. A Unica informou que, na segunda quinzena de agosto, o Centro-Sul produziu 3,872 milhões de toneladas de açúcar, alta de 18% frente ao mesmo período do ano anterior. Além disso, o mix açucareiro atingiu 54,20%, ante 48,78% em 2024. No entanto, no acumulado até agosto, a produção segue 1,9% abaixo do ciclo passado, somando 26,758 milhões de toneladas.

A Índia, segundo maior produtor global, também segue no radar. A trader Sucden afirmou que o país pode desviar 4 milhões de toneladas de açúcar para etanol em 2025/26, mas ainda assim exportar até 4 milhões de toneladas, acima das expectativas iniciais de 2 milhões. A boa regularidade das monções reforça a projeção de safra abundante, e a Federação Nacional das Fábricas Cooperativas de Açúcar da Índia estima que a produção em 2025/26 pode crescer 19% frente ao ciclo anterior, para 34,9 milhões de toneladas. A Tailândia, terceiro maior produtor mundial, também deve expandir a produção.

No quadro global, as projeções seguem pressionando o mercado. A Organização Internacional do Açúcar (ISO) prevê déficit de 231 mil toneladas em 2025/26, mas outros levantamentos falam em superávit. A Czarnikow estima saldo positivo de 7,5 milhões de toneladas, o maior em oito anos, enquanto o USDA projeta produção recorde de 189,3 milhões de toneladas, com estoques finais em 41,2 milhões, alta de 7,5%.

No mercado interno, o açúcar cristal no spot de São Paulo subiu com força. Segundo o Cepea, na sexta-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ (Icumsa 130-180) atingiu R$ 120,45 por saca de 50 kg, alta de 2,75% na semana e o maior valor em quase um mês. A sustentação veio da baixa disponibilidade no spot, diante do direcionamento da produção para contratos internos e exportações. Mesmo com estoques mais apertados, a produção paulista cresceu: na segunda quinzena de agosto, as usinas do estado fabricaram 2,521 milhões de toneladas, avanço de 21,32% frente ao mesmo período de 2024.

Já no etanol, os preços recuaram pelo segundo período consecutivo. Entre 15 e 19 de setembro, o indicador do hidratado caiu 1,23%, para R$ 2,7471/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), enquanto o anidro recuou 1,8%, a R$ 3,2155/litro. De acordo com o Cepea, a demanda seguiu pontual e muitos vendedores mostraram maior flexibilidade nos preços, levando às quedas recentes.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Ericson Cunha
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário