Mercado do açúcar recua e contrato de março/26 em NY volta a flertar com 14 cents por libra-peso
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Nesta sexta-feira (24), o mercado do açúcar registra quedas significativas, com o contrato de março/26 na bolsa de Nova Iorque voltando a se aproximar do patamar de 14 cents por libra-peso. Nos contratos mais longos, os preços já estão firmes nesse nível, refletindo a pressão de uma oferta global robusta e perspectivas pessimistas para o setor. Na bolsa americana, o contrato março/26 é negociado a 15.01 cents por libra-peso (-1.83%), maio/26 a 14.50 cents (-1.89%) e julho/26 a 14.37 cents (-1.78%). Em Londres, o contrato dezembro/25 está cotado a US$ 430.90 por tonelada (-1.58%).
As quedas refletem o impacto das projeções de uma safra global superavitária, liderada pelo aumento da produção no Brasil. A Unica informou que a produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil na segunda quinzena de setembro cresceu 10,8% em relação ao mesmo período do ano passado, com o mix de cana destinado ao açúcar subindo para 51,17%. Além disso, a consultoria Datagro projeta que a produção de açúcar do Centro-Sul em 2026/27 pode atingir um recorde de 44 milhões de toneladas, um aumento de 3,9% em relação à safra anterior.
Outro fator que contribui para a pressão nos preços é a perspectiva de excedentes globais. A Covrig Analytics estima um excedente global de açúcar em 2025/26 de 4,1 milhões de toneladas, enquanto o BMI Group projeta um excedente ainda maior, de 10,5 milhões de toneladas. Esses números reforçam a percepção de um mercado bem abastecido, limitando qualquer movimento altista.
Com os preços internacionais pressionados e o custo de produção elevado, muitas usinas estão segurando a fixação de preços para exportação, aguardando melhores condições de mercado. No entanto, especialistas alertam para o risco de vender açúcar ou etanol a preços ainda mais baixos no próximo ano, caso o cenário atual persista.
O mercado segue atento às condições climáticas no Brasil, que podem impactar o desenvolvimento dos canaviais. Embora as chuvas de outubro tenham retornado de forma tímida, o clima nos próximos meses será crucial para determinar o potencial produtivo da próxima safra. Enquanto isso, o setor enfrenta um momento crítico de tomada de decisões estratégicas para lidar com o cenário desafiador de oferta abundante e preços pressionados.
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