Perspectiva de excedente mantém mercado do açúcar em baixa em NY
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O mercado do açúcar opera em leve baixa nesta terça-feira (18), com o contrato março/26 sendo negociado a 14,76 cents de dólar por libra-peso (-0,27%) em Nova Iorque. O vencimento maio registra 14,34 cents (-0,21%) e o julho, 14,28 cents (-0,21%). Em Londres, a commodity apresenta ligeira alta, cotada a US$ 418,40 por tonelada (+0,07%) no contrato março/26.
Os preços recuam após a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projetar, na segunda-feira, um excedente global de 1,625 milhão de toneladas na safra 2025/26, revertendo o déficit de 2,916 milhões de toneladas estimado para 2024/25. Segundo a ISO, o superávit será impulsionado pelo aumento da produção na Índia, Tailândia e Paquistão. Em agosto, a entidade havia estimado déficit de 231 mil toneladas para o mesmo período. A produção mundial deve crescer 3,2%, alcançando 181,8 milhões de toneladas em 2025/26.
No Brasil, a safra caminha para o encerramento, com impactos evidentes das adversidades climáticas. De acordo com o Departamento Técnico e Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), com base em dados da Conab, a produção paulista de cana-de-açúcar deve atingir 335,3 milhões de toneladas na safra 2025/26, queda de 5,2% em relação ao ciclo anterior. O recuo é atribuído à escassez hídrica nos meses críticos de desenvolvimento e às geadas consecutivas no inverno, que prejudicaram o crescimento dos canaviais.
Mesmo com condições que favoreceram maior concentração de açúcares, o Açúcar Total Recuperável (ATR) médio está estimado em 134,9 kg por tonelada de cana, 3% abaixo do obtido na safra anterior. A produtividade deve cair 5,4%, para 75,77 mil quilos por hectare, enquanto a área colhida apresenta leve alta de 0,3%, totalizando 4,43 milhões de hectares.
Uma característica marcante do ciclo atual é o maior direcionamento da cana ao etanol, sobretudo a partir de setembro, quando a valorização do biocombustível e a queda das cotações internacionais do açúcar tornaram o etanol mais atrativo. Apesar disso, a produção total de etanol em São Paulo deve recuar 15,5%, somando 11,44 bilhões de litros, sendo 6,4 bilhões de hidratado (-22,2%) e 5,1 bilhões de anidro (-5,3%). Já a produção de açúcar está estimada em 26,7 milhões de toneladas, avanço de 2,6% frente à safra anterior.
As negociações do açúcar cristal branco seguem lentas no mercado spot paulista desde o fim de outubro. Segundo o Cepea, a fraca movimentação reflete a baixa demanda por cristal para pronta entrega. Do lado da oferta, há maior disponibilidade de açúcar Icumsa 180, o que pressionou o Indicador CEPEA/ESALQ do cristal branco, que acumula queda superior a 6% na primeira quinzena de novembro. Dados da Unica apontam que o Centro-Sul produziu 38,085 milhões de toneladas de açúcar entre 1º de abril e 1º de novembro de 2025, aumento de 1,63% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já o mercado de etanol mostrou maior dinamismo na última semana no estado de São Paulo. Pesquisadores do Cepea atribuem o aquecimento da demanda à proximidade do feriado da Consciência Negra (20) e aos estoques reduzidos em parte das distribuidoras. A oferta permaneceu limitada, e os vendedores mantiveram firmeza nos preços. Entre 10 e 14 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou em R$ 2,8236/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 0,85% frente à semana anterior. O anidro foi cotado a R$ 3,2097/litro (sem PIS/Cofins), estável no mesmo comparativo.
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