Açúcar volta a operar em alta após fortes quedas e setor tenta consolidar suporte entre 14 e 15 cents/libra-peso
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Nesta terça-feira (02), o mercado do açúcar volta a operar em campo positivo após registrar perdas de quase 3% no dia anterior. Em Nova Iorque, o contrato março/26 é negociado a 14,82 cents de dólar por libra-peso (+0,41%), o maio/26 a 14,38 cents (+0,63%) e o julho/26 a 14,37 cents (+0,63%). Em Londres, o contrato março/26 é cotado a US$ 423,50 por tonelada (+0,57%). De forma geral, o mercado tenta se equilibrar entre 14 e 15 cents/libra-peso, patamar considerado um preço de resistência por representar o mínimo para cobrir os custos de produção do setor canavieiro.
“Acredito que já chegamos ao fundo do poço e importantes países produtores estão se protegendo para que os preços não caiam ainda mais. A Índia, por exemplo, deve limitar suas exportações de açúcar na próxima temporada, e o número não deve chegar a 1 milhão de toneladas. Já o Brasil encerra a safra com um mix fortemente direcionado para o etanol”, comenta João Baggio, diretor-presidente da G7 Agro Consultoria.
O comportamento dos preços também se reflete no mercado interno. Após registrar, em 25 de novembro, o menor patamar da atual safra 2025/26, de R$ 105,52/saca de 50 kg, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal branco (Icumsa 130 a 180) reagiu nos dias seguintes, encerrando o mês na casa dos R$ 108/sc. Ainda assim, o indicador acumulou baixa de 4,53% em novembro.
Segundo pesquisadores do Cepea, a desvalorização ao longo do mês evidencia um mercado comprador mais cauteloso, que antecipa uma maior disponibilidade de produto com o avanço da safra e a continuidade das moagens em diversas regiões produtoras. A produção brasileira permanece robusta, com o Centro-Sul processando volumes expressivos de cana, apesar dos desafios climáticos registrados no início da safra.
A pressão adicional sobre as cotações internas decorre da estratégia de muitas usinas em priorizar a produção de açúcar em detrimento do etanol, ampliando a oferta no mercado doméstico. Para os produtores, essa dinâmica cria novos desafios de rentabilidade, especialmente diante dos altos custos de produção.
No segmento de biocombustíveis, os negócios com etanol hidratado e anidro foram apenas pontuais na última semana de novembro no mercado spot paulista. Segundo o Cepea, as distribuidoras estiveram focadas nas retiradas de volumes adquiridos anteriormente, enquanto poucas usinas permaneceram ativas nas negociações.
Entre 24 e 28 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (SP) fechou em R$ 2,8653/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 0,35% em relação à semana anterior. Já o etanol anidro encerrou o período a R$ 3,3004/litro, também líquido de impostos, com elevação de 1,76% no comparativo semanal.
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