Novas variedades de cana elevam produção
No Nordeste, apenas cinco unidades agroindustriais cederam suas áreas para o estudo de melhoramento no campo. As novas plantas foram desenvolvidas após 10 anos de pesquisa.
Antes de ser liberada para o cultivo, as plantas foram testadas para todas as variedades agronômicas e industriais e avaliadas por 25 empresas associadas, levando em consideração os ambientes que representam os ambientes edafoclimáticos (solo e clima) da cultura no Brasil.
"Estas variedades são muito produtivas, porém, mais exigentes que as outras. E, por isso, só apresentarão bons resultados em solos de médio e alto potencial. Na década de 70, a média por hectare produzido era de 60 toneladas de cana e hoje é de 90 toneladas. Ao longo dos anos, desenvolvemos 20 tipos de variedades, que atendem 40% da área plantada no País, ou seja, oito milhões de hectares de terra", explicou o coordenador do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do CTC, Jorge Donzelli.
De acordo com o diretor de P&D do CTC, Tadeu Andrade, as duas variedades se desenvolvem mais rápido em relação às demais e possuem alto teor de sacarose, recomendadas para manejo no início da safra. A CTC 21 apresenta Período Útil de Industrialização (PUI) de 12,5% em abril e se aproxima de 16% em outubro. A estimativa é de que a produção em ciclo, a cada cinco anos, seja de 95 toneladas por hectare.
As novas variedades também são resistentes às pragas e doenças como as ferrugens marrom e alaranjada (que apareceu nos canaviais no ano passado), que podem causar prejuízo de 40% por hectare; a broca gigante que pode trazer perdas de até R$ 630, por hectare; bicudo da cana que em áreas infestadas pode haver perda de 25 toneladas ao ano ou R$ 1.060 mil.
O CTC está localizado em Piracicaba, tem 160 associados que respondem a 60% da safra atual, estimada em 550 milhões de toneladas. Atende 12 mil fornecedores, inclusive associações de fornecedores, e mantém 13 unidades regionais, onde são feitos os estudos para o aprimoramento das plantas.