Americanos avançam na exportação de etanol

Publicado em 31/03/2011 08:14
As exportações de etanol dos Estados Unidos em 2011 deverão ultrapassar o volume recorde do ano passado, já que o combustível continua relativamente mais barato no mercado internacional do que o etanol brasileiro feito a partir de cana-de-açúcar, afirmou John Litterio, diretor de vendas de combustíveis renováveis da maior cooperativa americana, a CHS.

Os embarques de etanol dos EUA devem totalizar pelo menos 500 milhões de galões (1,9 bilhão de litros), ante 400 milhões de galões em 2010, com ao menos 200 milhões de galões sendo direcionados ao mercado europeu, segundo Litterio.

"Os Estados Unidos possuem capacidade de produção extra, pelo menos para alguns poucos anos à frente, para se dedicarem ao mercado internacional de etanol", afirmou Litterio em uma pausa do seminário internacional promovido pela consultoria alemã F.O. Licht em São Paulo.

As exportações americanas em 2010 foram quatro vezes maiores que no ano anterior, com o etanol de milho ganhando mercado antes suprido pelo Brasil, onde o combustível registrou forte alta nos preços.

Apesar de analistas acreditarem que o Brasil vá recuperar sua competitividade em algum momento, possivelmente em 2012, Litterio diz que o aumento dos embarques dos EUA colocam o setor "no próximo nível".

"Os Estados Unidos precisam entender que podem ter um papel maior nos mercados globais de etanol", disse. Segundo a CHS, a capacidade instalada nos EUA supera a exigência legal para a produção de etanol em 2011 em mais de 1 bilhão de galões.

Traders acreditam que as exportações totais do Brasil em 2011/12 fiquem estáveis ante a safra passada em cerca de 1,5 bilhão de litros, depois de terem alcançado cerca de 4 bilhões de litros em anos anteriores.

Além de perder mercado europeu para os EUA, o Brasil até mesmo precisou importar etanol americano, com volumes estimados em 200 milhões de litros desde o início do ano, com chegadas do produto devendo ocorrer até meados de abril, quando o processamento local ganha velocidade e preços devem cair, tirando a competitividade do etanol importado.

O etanol hidratado foi negociado ontem a R$ 1.650 por metro cúbico na usina, ante cerca de R$ 2.000 na semana anterior, segundo a corretora Ecoflex, do Rio de Janeiro.

Os preços do etanol brasileiro estavam sendo negociados nas últimas semanas nos maiores níveis em cinco anos, estimulados pelos preços altos do açúcar e por uma produção abaixo do esperado na safra 2010/11.

A CHS, que negocia mais de 650 milhões de galões de etanol por ano, estima que a demanda pelo combustível até 2015 crescerá cerca de 50%, para 32,9 bilhões de galões por ano. A demanda maior continuará sendo atendida por Brasil e Estados Unidos, que fornecerão quase 80% do produto globalmente.

Christoph Berg, diretor da F.O. Licht, concorda que as exportações dos Estados Unidos continuarão altas nesse ano, mas disse que os embarques vão depender da demanda local e do alcance no uso da gasolina com a mistura de 15% de etanol no mercado americano.

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Fonte:
Valor Econômico

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