China deve se tornar principal importador de açúcar em 2011/12
Segundo um corretor europeu, até o momento no ano a China foi o principal destino do açúcar bruto exportado pelo Brasil, levando 769 mil t. "Esperamos que a China supere a União Europeia como o maior importador de açúcar bruto no próximo ano (2011/12)", afirmou Jonathan Kingsman, diretor-gerente da consultoria com sede em Lausanne, Kingsman SA, especializada em açúcar e etanol.
Ele observou que os preços no mercado chinês estão altos. "No próximo ano, a safra chinesa será maior (que 2010/11), mas em função de eles terem vendido muito os estoques, eles têm uma significativa necessidade de importação". A China venderá 200 mil t de açúcar branco das reservas estatais em 22 de agosto, segundo um órgão do governo, no mais recente movimento para ampliar a oferta e esfriar a disparada dos preços domésticos.
Um analista sênior ocidental, que preferiu não ser identificado, também afirmou que as perspectivas são de que a China se transforme no principal importador. "Há uma chance muito boa. A principal razão é a redução dos estoques nos últimos anos, que tem disfarçado o crescente déficit", afirmou. Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, disse no mês passado que a China poderia se tornar em breve o principal importador do açúcar brasileiro. A China poderá importar de 2,2 milhões de t a 2,5 milhões de t de açúcar no ano comercial 2011/12, incluindo uma grande porção do Brasil, ele afirmou.
O país asiático pode superar importantes destinos como a União Europeia e a Rússia, uma vez que a Europa prevê uma grande safra após um tempo favorável. A Rússia está caindo no ranking de importadores de açúcar bruto, que costumava liderar, e também prevê uma grande safra de beterraba.
Exportadores
O apetite chinês por açúcar deverá beneficiar países como Brasil, Tailândia e Índia. Por outro lado, analistas têm revisado para baixo as previsões da safra do centro-sul brasileiro em 2011/12, devido a uma combinação de tempo desfavorável e falta de investimentos nos canavias.
Segundo Kingsman, cerca de 60% da área de cana do Brasil tem mais de quatro anos, contra 40% em 2010/11. "Uma vez que a cana fica mais velha, ela se torna mais vulnerável a geadas, mau tempo e pragas", disse o analista. Já a Tailândia prevê uma safra recorde na próxima temporada, e a Índia, o segundo produtor global, tem potencial para exportar de 3 milhões de t a 4 milhões de t.