Prêmio pago pelos EUA ao etanol de cana dobra na safra
O resultado, diz Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, é que as usinas brasileiras que exportam estão recebendo, em média, US$ 3,70 por galão, mesmo descontada a tarifa de importação americana ainda vigente de US$ 0,54 por galão.
"Algumas usinas estão fazendo essa operação de exportar etanol aos Estados Unidos e importar o biocombustível de milho dos americanos e estão obtendo ganhos nessa operação", disse Nastari.
Isso porque, detalha ele, a importação de um galão de etanol americano vale, em média, US$ 2,80, o que significa um ganho médio para a usina de pelo menos US$ 0,90.
Diante desse quadro, a Datagro elevou a estimativa de importação de etanol pelo Brasil de 1,49 bilhão de litros, feita em agosto, para 1,66 bilhão de litros. A revisão foi feita mesmo diante da redução da mistura de etanol anidro na gasolina de 25% para 20%, que entra em vigor hoje.
O prêmio pago ao etanol de cana do Brasil se deve ao fato de ele ser considerado "avançado" (emite 50% menos gases de efeito estufa que a gasolina) pela agência de proteção ambiental americana (EPA, na sigla em inglês).
Em abril, esse ágio era de US$ 0,50 por galão. Oscilou ao longo dos meses seguintes, até atingir em 22 de agosto patamares entre US$ 1 e US$ 1,28. Desde então, vem se mantendo acima de US$ 1 e nesta semana variou de US$ 1,05 a US$ 1,10.
No mercado interno, os preços do etanol hidratado, que abastece diretamente os veículos, estão 30% mais altos do que em igual período do ano passado com tendência de alta. Em evento ontem em São Paulo (World Biofuels Markets Brazil) a consultoria Datagro previu que em dezembro o preço do hidratado na usina deve atingir o patamar de R$ 1,30 por litro, livre de impostos, o que significará alta de 9,79% em relação ao valor atual.
Com isso, o biocombustível vem perdendo espaço na preferência do motorista. Ontem, no Rio de Janeiro, o presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Alísio Vaz, previu que o preço do etanol só voltará a ficar mais competitivo do que a gasolina em 2013. "Ainda assim é uma expectativa muito otimista", ressaltou Vaz.
Para que isso aconteça, ele destaca que será preciso mais incentivos para os produtores, como novas linhas de crédito e redução dos impostos. "O etanol já é menos tributado que a gasolina, mas é possível reduzir ainda mais", afirmou.
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