Etanol: Mercosul deve manter posição de protagonista mundial na produção

Publicado em 03/10/2011 08:23
Os países que compõem o Mercosul, bloco que atualmente responde por 31% da produção mundial de etanol, reúnem condições agrícolas e climáticas fundamentais para garantir de forma sustentável a segurança energética do planeta. A idéia foi defendida pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, durante o seminário "Commodities e Agregação de Valor: a contribuição do Mercosul," organizado pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ICONE), na terça-feira (27/09), na sede da entidade, em São Paulo (SP).

Na opinião do presidente da UNICA, além da boa perspectiva de oferta de biocombustíveis líquidos, países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai poderão também suprir os estoques de alimentos mundiais graças à inovação tecnológica promovida pelo agronegócio da região. "É o maior exemplo de uma agricultura de commodities ancorada em alta tecnologia e no conceito de sustentabilidade, o que preserva o meio ambiente ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade agrícola e industrial," explicou Jank.

Dados apresentados pelo ICONE indicam que 46% da área plantada do Mercosul foi cultivada com métodos conservacionistas, sem prejuízos para o solo e demais recursos naturais. Tais práticas têm possibilitado o fornecimento de 11% dos grãos consumidos no mundo e 24% das oleaginosas comercializadas no mercado internacional. esde 2006, a safra desses produtos na região cresceu, em média, 3,5% por ano enquanto as exportações avançaram 2,8% anualmente.

Terras aráveis

André Nassar, diretor geral do ICONE, reforçou a predestinação do bloco para suprir as demandas por alimentos e combustíveis alternativos, "tanto de países emergentes quanto na Europa e Estados Unidos, que cada vez mais apertarão as exigências ambientais." Do total de terras aráveis disponíveis para expansão da agricultura no mundo, 21% se concentra no Mercosul.

André Nassar (Credito Sérgio Zacchi) Para Nassar, que também coordena a Rede de Conhecimento do Agro Brasileiro (RedeAgro), que oferece informações mais técnicas e aprofundadas sobre temas ligados ao agronegócio nacional, dos cerca de 1,2 milhão de hectares ao ano que o Brasil terá que incorporar à produção agropecuária nos próximos cinco anos, cerca de 80% terá como origem pastagens degradadas, sem a necessidade de se desmatar vegetação nativa.

Durante o evento, representantes de entidades latino-americanas enfatizaram a necessidade de criar políticas públicas integradas entre os parceiros do Mercosul, para se aproveitar ao máximo as vantagens competitivas da região na produção de alimentos e etanol. Para isso, Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Raul Roccatagliata, diretor da Sociedade Rural Argentina (SRA) e Juan Carlos Muñoz Menna, do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos do Paraguai (CAFYM), concordam que os países do continente não podem atuar como concorrentes o tempo todo.

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Fonte:
Unica

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