Arroba do boi china vai se recuperando ao poucos, mas com frigoríficos ainda em férias coletivas, pecuaristas precisam controlar oferta

Publicado em 27/03/2023 11:47 e atualizado em 27/03/2023 16:57
André Aguiar - Sócio e Consultor da Boviplan
Estratégia dos frigoríficos passa por evitar supervalorização do boi China achatando preços do animal comum

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Arroba do boi china vai se recuperando ao poucos, mas com frigoríficos ainda em férias coletivas, pecuaristas precisam controlar oferta

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Com a confirmação da reabilitação das exportações para a China e o anúncio de novos frigoríficos habilitados para exportar para a potência asiática, o mercado do boi gordo já começa a sentir os efeitos da retomada das exportações. Mas como será que o mercado está se comportando após essa notícia? Conversamos com André Aguiar, sócio da consultoria Boviplan, para saber sua expectativa e o que está sendo visto no início desta semana.

De acordo com Aguiar, o mercado está bastante interessante, porém, é necessário tomar bastante cuidado, pois algumas plantas ainda estão em férias coletivas, o que pode trazer impactos na demanda por bovinos neste momento. No entanto, ele acredita que a partir do meio de abril, a perspectiva é que todas as plantas voltem a funcionar e com isso, a demanda aumente.

Com a retomada das exportações para a China, já existem preços novos para bois destinados a exportação, e também preços para o mercado interno. Aguiar destaca que a China é um importante comprador de carne bovina brasileira e a retomada das exportações deve ter um impacto positivo no mercado de bovinos do país.

Por outro lado, os frigoríficos que precisam de boi para abate imediato têm escala mais curta, o que pode contribuir para uma recuperação dos preços no curto prazo.

No entanto, é importante lembrar que cada pecuarista trabalha de forma diferente e deve se atentar ao tipo de planta em que está vendendo seus animais. Plantas que trabalham mais com exportação, por exemplo, podem oferecer melhores bonificações para bois bem terminados ou capões, enquanto plantas voltadas para o mercado interno podem preferir animais inteiros.

Outro fator a ser considerado é o período de toque da vacada, que começa a partir de abril e maio. As vacas que não engravidaram durante a estação de monta provavelmente irão para o abate, o que pode gerar uma maior oferta de animais no mercado e impactar nos preços da arroba.

"Com tantas variáveis em jogo, os pecuaristas devem estar atentos às tendências do mercado e buscar se adequar às demandas dos frigoríficos para garantir uma boa venda de seus animais", informou Aguiar ao Notícias Agrícolas. 

Além disso, Aguiar destaca que todo ano, a partir de abril e maio, há uma nova entrada de animais para o abate, principalmente para o mercado interno. Ele acredita que para o mercado externo, pode haver novidades a partir do meio de abril, conseguindo recuperar o poder de barganha de aquisição de gado magro, que o recriador engordador teve problemas nos últimos anos.

Para se posicionar nesse mercado, o pecuarista precisa evitar concentrar a oferta nesse momento, vendendo aos poucos e planejando vendas com passada para evitar a estratégia adotada pelos frigoríficos de forçar um deságio no preço da arroba. Aguiar ressalta que é importante ter um planejamento de vendas, especialmente considerando a possibilidade de seca que está por vir.

Portanto, é preciso cautela e estratégia para se posicionar nesse mercado do boi gordo, que apresenta perspectivas de melhora no curto prazo, mas ainda deve enfrentar alguns desafios.

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Por:
Aleksander Horta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Júnior E. Márcia Priscila Rezende Mineiros

    Boa tarde, a noticia é boa, e o produtor precisa realmente não se afobar e achar que: "quem chega na frente bebe água limpa" é um momento de segurar e valorizar, pois na situação que vivemos a realização de prejuízo é certa. cadência nas suas vendas...esse é o movimento .

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    • Vander Furquim Ribeirão Preto - SP

      Júnior, perfeita a sua observação.....vamos valorizar nosso boi. Vender com calma....deixe o mercado sentir que nós, sim, podemos ter controle sobre nosso produto, não o Frigorífico.

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    • Dirley Matias Nova York

      Eu tb concordo com vc . Não se afobar e uma grande estratégica . A China continua faminta em número e gênero . Foco de vaca louca para ca e vaca louca pra lá não muda o fato de que o governo chinês continua tendo que alimentar a população . Quem é o grande concorrente do Brasil nesse mercado bilionário ? NINGUÉM

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      O MAIOR CONCORRENTE É O JBS !!!

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    • Dirley Matias Nova York

      JBS e brasileiro , de meu estado GO , inclusive .

      O sínismo chinês e nossa política agrária e que são os reais desastres para o produtor agrícola . Em si tratando de demanda , ela continua e sempre continuará , pois o mundo precisa ser alimentado , principalmente a super populosa China . A tristeza e que mesmo com demanda sólida muitos produtores ainda correm o risco de fecharem o caixa no vermelho . O que é isso?

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Dirley, nas duas décadas finais do século passado, estava em plena atividade pois, trabalhava com um proprietário de grandes áreas de terras pelo Brasil.

      Todo ano ia no Simpósio de confinamento promovido pela ESALQ em Piracicaba-SP. Escutei de um dos palestrantes que as pessoas que participavam tinha um rodizio de mais de 30%. Ou seja, quem entrava na atividade de confinar, todo ano mais de 30% era alijado da atividade por não "enxergar" a realidade da paridade "VENDA X CUSTO" ... Ou seja, saia "machucado" financeiramente. Os participantes eram do Brasil inteiro.

      O MERCADO NÃO PERDOA !!!

      Agora esses "Empresários Campeões", cria do Lula ... BOM SUJEITO NÃO É !!! ... ... ... OU É ???

      2
    • Dirley Matias Nova York

      PAULO ROBERTO RENSI BANDEIRANTES - PR 03/04/2023 06:05

      Sr. Dirley, nas duas décadas finais do século passado, estava em plena atividade pois, trabalhava com um proprietário de grandes áreas de terras pelo Brasil.

      Todo ano ia no Simpósio de confinamento promovido pela ESALQ em Piracicaba-SP. Escutei de um dos palestrantes que as pessoas que participavam tinha um rodizio de mais de 30%. Ou seja, quem entrava na atividade de confinar, todo ano mais de 30% era alijado da atividade por não "enxergar" a realidade da paridade "VENDA X CUSTO" ... Ou seja, saia "machucado" financeiramente. Os participantes eram do Brasil inteiro.

      O MERCADO NÃO PERDOA !!!

      Agora esses "Empresários Campeões", cria do Lula ... BOM SUJEITO NÃO É !!! ... ... ... OU É ???

      Ola Sr Paulo !

      Em referência a colocação acima ?gostaria de fazer duas observações;

      1) Respeitosamente , com muita admiração pelo sua atuação na pecuária , estou confusa na interpretação da mesma . Ou seja, qual é mesmo seu ponto de vista ? Desculpe , não entendi bem.

      2) Meu pronome e senhora , ou simplesmente vc apesar de q o nome se parece com nome masculino sou mulher hahahaha

      Obrigada ! Boa segunda - feira

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      BOA TARDE.

      Vou começar com a nº 2)- DESCULPE-ME !

      Quanto a nº 1)- Com relação a proteção do produtor "da porteira pra fora". Ou seja, o uso das ferramentas de mercado, tipo "hedge". Ainda é muito pouco usado aqui por essas bandas. Diferente aí nos EUA, onde mais de 80% dos produtores estadunidenses negociam papéis na Bolsa de Chicago, travando seu preço futuro.

      Com relação ao meu comentário, contei um "causo" do qual sou uma testemunha viva, onde os confinadores de bovinos daquela época, já sofriam das altas e baixas no preço do seu produto.

      Agora, os irmãos "Joesley & Wesley" usam sem dó o seu poder. Na B3, que é a nossa bolsa, os papéis "comprados e/ou vendidos", são obrigatoriamente levados à data de vencimento pois, NÃO TÊM LIQUIDEZ!

      Ou seja, não existe compra e/ou venda durante o tempo de carregamento até o vencimento. São os donos das plantas frigorificas do país que têm o interesse de que isso ocorra.

      Leia-se "JBS" !!!

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    • nelson jose camolesi bauru - SP

      Mercado de boi gordo é igual a todo mercado. Quem pode mais chora menos, sempre. Não existe mocinhos nem bandidos em nenhum do lados. O que ocorre é que os preços nunca estão igualmente favoráveis (ou desfavoráveis) a todos os atores que participam da cadeia agropecuária. Sempre será assim e execrar aquele que está em melhor condição não é o caminho. Tenho visto muito pecuarista perder dinheiro por culpa própria e reclamar dos outros. Compram garrotes caros, apostando que vai dar tudo certo. Colocam no boitel pagando R$ 25,00 ou mais por diária, acreditam que o seu boi vai ganhar 1,75 kg, por dia, nunca morre um boi,nunca dá problema sanitário, não paga comissão nem frete, e vai vender na arroba de R$ 350,00. Isto é um conto de fadas mas tem muita gente que acredita, e depois chora.

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    • nelson jose camolesi bauru - SP

      Continuando. Isto não quer dizer que não tenho críticas a frigoríficos. Abomino aquele que tem Boitel . Vivem para enganar as pessoas que lá hospedam seus animais. É IMPOSSÍVEL NÃO PEWRDER

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    • nelson jose camolesi bauru - SP

      PERDER DINHERO EM BOITEL. Se não o fosse, gostaria de apenas um motivo para que o BOITEL não lotasse a sua capacidade com bois próprios. Vamos tentar achar uma razão para isto. 1- O frigorifíco não entende de compra de boi. 2- O frigorifico não tem grana para comprar os bois. 3- O frigorífico não quer ganhar tudo sozinho e então alugar a hospedagem para repartir com você. 4- Leve em consideração que todo trabalho de aquisição dos meios de produção são feitos pelo Boitel, compreendendo: Alimentação, Mão de obra, máquinas, equipamentos e instalações. Até a comercialização é na maioria das vezes feita pelo Boitel. Não consigo achar uma razão minimamente sustentável. Se alguem souber, por favor me informe.

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